Cinco estratégias simples para proteger seu coração agora
As doenças cardiovasculares1 (DCV) são a principal causa de mortes no mundo, com 1 em cada 3 adultos americanos afetados por problemas como infarto2 e AVC. No entanto, a prevenção está ao seu alcance. Pequenas mudanças no estilo de vida e o controle de fatores de risco podem reduzir significativamente suas chances de desenvolver essas condições.
Neste artigo, reunimos as principais recomendações da renomada Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA (USPSTF) e de diversos estudos recentes. Você entenderá por que a prevenção é essencial, quais ferramentas os médicos utilizam para avaliar seu risco e o que você pode fazer hoje para proteger sua saúde3 cardiovascular.
- Por que a prevenção é tão importante?
- Como estimar seu risco cardiovascular?
- Testes adicionais: vale a pena?
- O que você pode fazer hoje?
- Personalização da prevenção: cada coração4 é único
- O futuro da prevenção cardiovascular
Por que a prevenção é tão importante?
As DCV não apenas causam mortes prematuras; elas também têm um peso significativo para a qualidade de vida, a produtividade e os custos de saúde3. Ao prevenir o surgimento ou o agravamento de doenças cardiovasculares1, você não só aumenta suas chances de viver mais, mas também de manter uma vida ativa, com menos limitações físicas, menos dependência de medicamentos e menor impacto sobre sua família e comunidade.
Prevenir significa intervir antes do dano se instalar. Essa lógica é simples, mas poderosa: ao identificar e tratar precocemente fatores de risco - como pressão arterial5 alta, colesterol6 elevado, tabagismo e inatividade física - é possível impedir que o problema se desenvolva ou piore.
Como estimar seu risco cardiovascular?
Para orientar a tomada de decisões, os médicos contam com ferramentas de avaliação de risco que consideram variáveis como idade, sexo, pressão arterial5, tabagismo, níveis de colesterol6, diabetes7, índice de massa corporal8 (IMC9) e hábitos de vida. Entre os modelos tradicionais, destacam-se o Framingham Risk Score e as Pooled Cohort Equations, amplamente utilizados na prática clínica. Essas ferramentas ajudam a prever a probabilidade de um evento cardiovascular nos próximos 10 anos.
Entretanto, individualizar o risco nem sempre é simples, já que homens e mulheres podem apresentar perfis diferentes e o risco tende a subir conforme a idade avança. Por exemplo, homens costumam desenvolver doenças cardiovasculares1 cerca de 10 anos antes que as mulheres, e a probabilidade de problemas coronarianos sobe drasticamente após os 75 anos. Fatores genéticos, históricos familiares, diferenças étnicas e condições sociais também influenciam o resultado.
Testes adicionais: vale a pena?
Nos últimos anos, três testes adicionais vêm atraindo atenção na prevenção cardiovascular:
- Índice Tornozelo10-Braquial (ABI): compara a pressão arterial5 no tornozelo10 e no braço, ajudando a detectar doenças arteriais periféricas.
- Proteína C-Reativa de Alta Sensibilidade (hsCRP): um marcador de inflamação11 no sangue12, teoricamente associado ao risco cardiovascular.
- Escore de Cálcio Coronariano (CAC): um exame de imagem que detecta depósitos de cálcio nas artérias coronárias13, indicando o grau de aterosclerose14.
A USPSTF analisou evidências sobre esses testes e, surpreendentemente, concluiu que, até o momento, eles não demonstraram benefícios significativos em relação às ferramentas tradicionais para mudar decisões clínicas ou melhorar resultados. Além disso, alguns desses exames envolvem custos adicionais, exposição à radiação (no caso do CAC) e o risco de resultados falso-positivos, o que pode gerar ansiedade desnecessária e procedimentos invasivos.
Isso não significa que esses testes sejam inúteis; eles podem ajudar em casos específicos, como quando o risco é borderline ou quando há dúvidas sobre a conduta a tomar. Mas, de forma geral, a recomendação atual é manter o foco nas estratégias consagradas e conversar com seu médico sobre a pertinência de testes adicionais em situações individuais.
O que você pode fazer hoje?
A prevenção cardiovascular está ao alcance de todos, e a ciência reforça constantemente a eficácia de medidas simples, porém poderosas:
- Adote uma alimentação saudável: prefira frutas, verduras, legumes, grãos integrais, carnes magras e peixes ricos em ômega-3. Reduza o consumo de gorduras saturadas15, alimentos ultraprocessados e açúcares refinados.
- Pratique exercícios físicos regularmente: pelo menos 150 minutos semanais de atividade física moderada (cerca de 30 minutos por dia, 5 vezes por semana) podem reduzir significativamente o risco cardiovascular. Se a rotina for corrida, divida o tempo em sessões curtas de 10 a 15 minutos.
- Controle o tabagismo: parar de fumar é uma das medidas mais poderosas para reduzir o risco de infarto2 e AVC. Caso você seja fumante, procure ajuda profissional e apoio de grupos especializados para vencer essa dependência.
- Gerencie a pressão arterial5 e o colesterol6: siga as orientações médicas, mantenha consultas regulares e, se necessário, use medicamentos como estatinas e anti-hipertensivos conforme prescrição.
- Mantenha um peso saudável e controle o diabetes7: o sobrepeso16, a obesidade17 e o diabetes tipo 218 elevam substancialmente o risco cardiovascular. Ajustes na alimentação e atividade física, bem como o uso de medicamentos, quando indicado, podem manter esses fatores sob controle.
Personalização da prevenção: cada coração4 é único
Idade, gênero, histórico familiar, etnia e condições clínicas coexistentes (como diabetes7, doença renal19 crônica ou histórico de eventos cardíacos) fazem do seu perfil de risco algo muito particular. Por isso, trabalhe em conjunto com seu médico para criar um plano de prevenção sob medida. As diretrizes são importantes, mas o aconselhamento individualizado maximiza os benefícios.
O futuro da prevenção cardiovascular
A pesquisa não para. Novas tecnologias, como aplicativos de saúde3, wearables e monitoramento remoto, podem tornar o rastreamento mais acessível e incentivar a adesão a hábitos saudáveis. Estratégias de saúde3 pública voltadas a populações específicas, levando em conta diferenças sociais, culturais e econômicas, também serão cruciais.
No entanto, a mensagem central permanece a mesma: a base da prevenção efetiva continua sendo um conjunto de comportamentos saudáveis e o acompanhamento médico criterioso. O básico bem feito - dieta balanceada, exercício, não fumar e manter parâmetros metabólicos sob controle - ainda é o que mais conta para um coração4 resistente ao tempo e aos desafios do cotidiano.
Referências:
- US Preventive Services Task Force (USPSTF).
- JAMA (2018). US Preventive Services Task Force Recommendation Statement: Risk Assessment for Cardiovascular Disease With Nontraditional Risk Factors.
- Diretrizes internacionais de prevenção cardiovascular.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.