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Retenção de água no organismo

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O que é a retenção de água no organismo?

A água representa 60% do peso corporal. A constância desse percentual depende dos mecanismos de ingesta e eliminação da água. A água entra no organismo de forma direta ou associada a outros líquidos e alimentos e pela inspiração1, e é eliminada por várias vias, como urina2, fezes, suor, expiração3 e, de maneira patológica, por diarreias, vômitos4 e sudorese5 excessiva.

Quando o corpo não elimina a água de forma normal e ela fica acumulada, dá-se um transtorno denominado de retenção de líquidos (principalmente água). Essa retenção pode ocorrer no sistema circulatório6 ou nos tecidos e nas cavidades. Há retenções de líquidos (edemas7) quase que fisiológicos e transitórios, nos quais ocorrem alterações metabólicas passageiras, como na tensão pré-menstrual, na menstruação8 e na gravidez9.

Por outro lado, há casos em que ela ocorre por fatores patológicos internos e persistentes, como insuficiência10 vascular11, hipotireoidismo12, hipertensão arterial13, mau funcionamento dos rins14, fígado15 e coração16, processos inflamatórios e deficiência na circulação17 sanguínea. Além disso, outros fatores que podem ocasionar essa disfunção são ingestão inadequada da quantidade de proteínas18 e sais minerais, sedentarismo19, problemas hormonais, alguns medicamentos, ação da força gravitacional e circulação17 em algumas regiões do corpo.

Algumas outras doenças também podem causar retenção de líquidos, seja por alterações da mecânica circulatória, na composição eletrolítica (sobretudo do sódio) ou das variações de pressão sanguínea e deficiência de ingestão de proteínas18.

Leia sobre "Pernas estão inchadas - o que pode ser", "Anasarca" e "A importância da água para a saúde20".

Qual é o substrato fisiológico21 da retenção de água no organismo?

O edema22 (retenção de líquidos) se dá quando ocorre o extravasamento de líquido do sangue23 para o tecido subcutâneo24 (tecido25 imediatamente sob a pele26). Assim, a retenção de líquido se dá pelo acúmulo de água entre as células27 do corpo. Nas mulheres isso pode acontecer devido às alterações hormonais que ocorrem no período pré-menstrual e na menopausa28.

Quais são as características clínicas da retenção de água no organismo?

A retenção de líquidos é mais comum em mulheres que em homens. O acúmulo excessivo e anormal de água, se reversível, posteriormente é eliminado pela urina2. Essa retenção de água no organismo se expressa clinicamente por inchaço29 localizado (edema22) ou geral (anasarca).

A anasarca acompanha-se de acúmulo de líquidos em cavidades corporais como abdômen, espaço interpleural, etc. Os inchaços mais comuns são inchaço29 nos braços e pernas; sensação de peso nas pernas; dores nos membros; inchaço29 abdominal; mãos30 e pés inchados; aumento de volume nas coxas31; aumento da celulite32 e oligúria33 (redução do volume urinário).

Os edemas7 podem ser simétricos ou assimétricos, quanto aos lados do corpo. Os edemas7 simétricos devem-se a condições sistêmicas e afetam os membros inferiores mais que qualquer outra região orgânica, e locais de maior atuação gravitacional (pés, tornozelos, pernas). Esses inchaços são chamados edemas7 ortostáticos. Os edemas7 assimétricos geralmente se devem a problemas locais, como uma flebite34 ou uma entorse35, por exemplo.

Como o médico diagnostica a retenção de água no organismo?

Os edemas7 (retenções de líquido) podem ser clinicamente observáveis e testados mediante a observação de que pressões exercidas sobre a região edemaciada36 por peças de vestuário ou intencionalmente pelo dedo podem provocar depressões reversíveis na pele26.

Os edemas7 tornam a pele26 da região afetada mais distendida e brilhante e ocasiona uma sensação de peso local. E quando ele cede, a pele26 fica ressecada.

Como o médico trata a retenção de água no organismo?

Não existe um tratamento geral. O tratamento a ser adotado vai depender da causa da retenção. Porém, existem maneiras de prevenir e amenizar os inchaços comuns (“quase fisiológicos”), como: fazer atividade física regularmente, ingerir bastante água durante o dia, não ficar muito tempo em pé ou sentado, manter as pernas levantadas em relação ao nível do corpo, evitar comer alimentos muito salgados e abusar dos chás, que são diuréticos37 naturais.

No entanto, se a retenção se dever a uma doença de base, ela deverá ser tratada de modo adequado.

Os edemas7, em si, se beneficiam de um aumento da diurese38, que pode ser promovido pelos diuréticos37 prescritos por médicos.

Quais são as complicações possíveis da retenção de água no organismo?

A retenção consistente de água pode ser um sintoma39 de uma condição séria, como, por exemplo, trombose venosa profunda40, edema pulmonar41, acúmulo de líquido dentro dos pulmões42 e miomas.

Veja também sobre "Edema22 de Quincke", "Insuficiência renal43 crônica" e "Insuficiência cardíaca44".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites Cancer.Net e da Harvard Medical School.

ABCMED, 2020. Retenção de água no organismo. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1367538/retencao-de-agua-no-organismo.htm>. Acesso em: 8 out. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Inspiração: 1. Ato ou efeito de inspirar(-se). 2. Entrada de ar nos pulmões através das vias respiratórias. 3. Conselho, sugestão, influência. 4. No sentido figurado, significa criatividade, entusiasmo. Pessoa ou coisa que inspira, estimula a capacidade criativa. 5. Ideia súbita e espontânea, geralmente brilhante e/ou oportuna.
2 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
3 Expiração: 1. Ato ou efeito de expirar. 2. Expulsão, pelas vias respiratórias, do ar dos pulmões. 3. Fim ou termo de prazo estipulado ou convencionado.
4 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
5 Sudorese: Suor excessivo
6 Sistema circulatório: O sistema circulatório ou cardiovascular é formado por um circuito fechado de tubos (artérias, veias e capilares) dentro dos quais circula o sangue e por um órgão central, o coração, que atua como bomba. Ele move o sangue através dos vasos sanguíneos e distribui substâncias por todo o organismo.
7 Edemas: 1. Inchaço causado pelo excesso de fluidos no organismo. 2. Acúmulo anormal de líquido nos tecidos do organismo, especialmente no tecido conjuntivo.
8 Menstruação: Sangramento cíclico através da vagina, que é produzido após um ciclo ovulatório normal e que corresponde à perda da camada mais superficial do endométrio uterino.
9 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
10 Insuficiência: Incapacidade de um órgão ou sistema para realizar adequadamente suas funções.Manifesta-se de diferentes formas segundo o órgão comprometido. Exemplos: insuficiência renal, hepática, cardíaca, respiratória.
11 Vascular: Relativo aos vasos sanguíneos do organismo.
12 Hipotireoidismo: Distúrbio caracterizado por uma diminuição da atividade ou concentração dos hormônios tireoidianos. Manifesta-se por engrossamento da voz, aumento de peso, diminuição da atividade, depressão.
13 Hipertensão arterial: Aumento dos valores de pressão arterial acima dos valores considerados normais, que no adulto são de 140 milímetros de mercúrio de pressão sistólica e 85 milímetros de pressão diastólica.
14 Rins: Órgãos em forma de feijão que filtram o sangue e formam a urina. Os rins são localizados na região posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral.
15 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
16 Coração: Órgão muscular, oco, que mantém a circulação sangüínea.
17 Circulação: 1. Ato ou efeito de circular. 2. Facilidade de se mover usando as vias de comunicação; giro, curso, trânsito. 3. Movimento do sangue, fluxo de sangue através dos vasos sanguíneos do corpo e do coração.
18 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
19 Sedentarismo: Qualidade de quem ou do que é sedentário, ou de quem tem vida e/ou hábitos sedentários. Sedentário é aquele que se exercita pouco, que não se movimenta muito.
20 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
21 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
22 Edema: 1. Inchaço causado pelo excesso de fluidos no organismo. 2. Acúmulo anormal de líquido nos tecidos do organismo, especialmente no tecido conjuntivo.
23 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
24 Tecido Subcutâneo: Tecido conectivo frouxo (localizado sob a DERME), que liga a PELE fracamente aos tecidos subjacentes. Pode conter uma camada (pad) de ADIPÓCITOS, que varia em número e tamanho, conforme a área do corpo e o estado nutricional, respectivamente.
25 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
26 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
27 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
28 Menopausa: Estado fisiológico caracterizado pela interrupção dos ciclos menstruais normais, acompanhada de alterações hormonais em mulheres após os 45 anos.
29 Inchaço: Inchação, edema.
30 Mãos: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
31 Coxas: É a região situada abaixo da virilha e acima do joelho, onde está localizado o maior osso do corpo humano, o fêmur.
32 Celulite: Inflamação aguda das estruturas cutâneas, incluindo o tecido adiposo subjacente, geralmente produzida por um agente infeccioso e manifestada por dor, rubor, aumento da temperatura local, febre e mal estar geral.
33 Oligúria: Clinicamente, a oligúria é o débito urinário menor de 400 ml/24 horas ou menor de 30 ml/hora.
34 Flebite: Inflamação da parede interna de uma veia. Pode ser acompanhada ou não de trombose da mesma.
35 Entorse: Distensão traumática de um ligamento que produz ruptura do mesmo, acompanhada de dor, hematoma e dificuldade para movimentar a articulação comprometida.
36 Edemaciada: Em que se formou edema ou inchaço.
37 Diuréticos: Grupo de fármacos que atuam no rim, aumentando o volume e o grau de diluição da urina. Eles depletam os níveis de água e cloreto de sódio sangüíneos. São usados no tratamento da hipertensão arterial, insuficiência renal, insuficiência cardiaca ou cirrose do fígado. Há dois tipos de diuréticos, os que atuam diretamente nos túbulos renais, modificando a sua atividade secretora e absorvente; e aqueles que modificam o conteúdo do filtrado glomerular, dificultando indiretamente a reabsorção da água e sal.
38 Diurese: Diurese é excreção de urina, fenômeno que se dá nos rins. É impróprio usar esse termo na acepção de urina, micção, freqüência miccional ou volume urinário. Um paciente com retenção urinária aguda pode, inicialmente, ter diurese normal.
39 Sintoma: Qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. O sintoma é a queixa relatada pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
40 Trombose Venosa Profunda: Caracteriza-se pela formação de coágulos no interior das veias profundas da perna. O que mais chama a atenção é o edema (inchaço) e a dor, normalmente restritos a uma só perna. O edema pode se localizar apenas na panturrilha e pé ou estar mais exuberante na coxa, indicando que o trombo se localiza nas veias profundas dessa região ou mais acima da virilha. Uma de suas principais conseqüências a curto prazo é a embolia pulmonar, que pode deixar seqüelas ou mesmo levar à morte. Fatores individuais de risco são: varizes de membros inferiores, idade maior que 40 anos, obesidade, trombose prévia, uso de anticoncepcionais, terapia de reposição hormonal, entre outras.
41 Edema pulmonar: Acúmulo anormal de líquidos nos pulmões. Pode levar a dificuldades nas trocas gasosas e dificuldade respiratória.
42 Pulmões: Órgãos do sistema respiratório situados na cavidade torácica e responsáveis pelas trocas gasosas entre o ambiente e o sangue. São em número de dois, possuem forma piramidal, têm consistência esponjosa e medem cerca de 25 cm de comprimento. Os pulmões humanos são divididos em segmentos denominados lobos. O pulmão esquerdo possui dois lobos e o direito possui três. Os pulmões são compostos de brônquios que se dividem em bronquíolos e alvéolos pulmonares. Nos alvéolos se dão as trocas gasosas ou hematose pulmonar entre o meio ambiente e o corpo, com a entrada de oxigênio na hemoglobina do sangue (formando a oxiemoglobina) e saída do gás carbônico ou dióxido de carbono (que vem da célula como carboemoglobina) dos capilares para o alvéolo.
43 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
44 Insuficiência Cardíaca: É uma condição na qual a quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada minuto (débito cardíaco) é insuficiente para suprir as demandas normais de oxigênio e de nutrientes do organismo. Refere-se à diminuição da capacidade do coração suportar a carga de trabalho.
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