Dislipidemia - informações necessárias!
O que é dislipidemia?
As dislipidemias são caracterizadas pela presença de níveis elevados de lipídios no sangue1, ou seja, gorduras no sangue1. Quando esses níveis ficam elevados, é possível que placas2 de gordura3 se formem e se acumulem no interior das artérias4, o que pode levar à obstrução parcial ou total do fluxo sanguíneo que chega ao coração5 e ao cérebro6.
As dislipidemias podem ser de dois tipos diferentes.
(1) Dislipidemia primária, cujos principais subtipos incluem:
- (1a) hiperlipidemia7 combinada familiar, em que o colesterol8 HDL9 já mostra níveis elevados desde a juventude
- (1b) hipercolesterolemia10 familiar e hipercolesterolemia10 poligênica, ambas caracterizadas por níveis elevados de colesterol8 total
- (1c) hiperapobetalipoproteinemia familiar, caracterizada por níveis elevados de apolipoproteína B, uma proteína que faz parte do colesterol8 LDL11
(2) Dislipidemia adquirida, secundária a outras doenças ou condições, como diabetes12, hipotireoidismo13, obesidade14, alimentação com excesso de gorduras, etc.
Quais são as causas da dislipidemia?
A dislipidemia primária surge devido a fatores genéticos. Normalmente, o pai ou a mãe da pessoa também têm dislipidemia. A dislipidemia secundária é causada por outras doenças ou condições como, por exemplo, diabetes12, ou uso de medicações, como diuréticos15 e corticoides. Ou ainda pelo estilo de vida sedentário e o consumo excessivo de alimentos gordurosos.
Qual é o substrato fisiológico16 da dislipidemia?
As lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL - Very Low Density Lipoprotein) são sintetizadas no fígado17 por células18 parenquimatosas hepáticas19 e são responsáveis pelo transporte do triglicerídeo endógeno para os tecidos periféricos.
As lipoproteínas de baixa densidade (LDL11 – Low Density Lipoprotein) são geradas no estágio final da metabolização das VLDL e representam o principal carreador de colesterol8 do organismo. São capazes de permanecer por períodos mais longos na corrente sanguínea, sendo, por fim, captadas pelo fígado17 ou pelas células18 periféricas. Devido à sua densidade baixa, há o favorecimento de sua entrada e alojamento na camada íntima dos vasos, local no qual sofrem oxidação e podem desencadear o processo de aterogênese (formação da aterosclerose20), um evento degenerativo21 do endotélio vascular22.
As lipoproteínas de alta densidade (HDL9- High Density Lipoprotein) são sintetizadas no fígado17 e intestino e são responsáveis, ao inverso, pelo transporte do colesterol8 dos tecidos periféricos para o fígado17.
As apolipoproteínas representam a fração proteica das lipoproteínas. Elas se encontram em constante processo de síntese e degradação e são peças fundamentais na regulação do metabolismo23 lipídico.
Quais são as características clínicas da dislipidemia?
As dislipidemias em si mesmas geralmente não causam sintomas24, mas aumentam as chances de entupimento das artérias4 (aterosclerose20) e de ataques cardíacos, acidente vascular cerebral25 ou outros problemas circulatórios, especialmente em fumantes. Em adultos, costuma estar relacionada à obesidade14, alimentação inadequada e falta de exercícios.
Leia sobre "Como está o seu peso", "Entendendo o colesterol8 do organismo", "Calcificação26 das artérias4" e "Acidente vascular cerebral25 em jovens".
Como o médico diagnostica a dislipidemia?
A menos que seja grave, a maioria das dislipidemias não dão sinais27 nem sintomas24. A dislipidemia é muitas vezes diagnosticada durante um exame de sangue1 de rotina ou um exame para outra condição. As dislipidemias podem ser reconhecidas pelos seguintes fatores:
- níveis elevados de colesterol8 total;
- níveis elevados de colesterol8 LDL11 (conhecido como colesterol8 ruim);
- níveis baixos de colesterol8 HDL9 (conhecido como colesterol8 bom);
- níveis elevados de triglicérides28.
O conjunto dessas medidas constitui o que se costuma chamar de perfil lipídico29.
Como o médico trata a dislipidemia?
O objetivo principal do tratamento médico é reduzir os níveis de triglicerídeos e LDL11. No entanto, dependendo da causa subjacente da dislipidemia e de sua gravidade, o tratamento pode variar. Para pacientes30 com níveis de colesterol8 total muito altos, de pelo menos 200 miligramas por decilitro de sangue1, o médico pode prescrever um ou mais medicamentos modificadores de lipídios para pessoas, na maioria dos casos uma estatina, que reduz a produção de colesterol8 no fígado17, embora existam também outras drogas que podem ser utilizadas naqueles casos em que as drogas principais (as estatinas) não funcionam.
Algumas mudanças no estilo de vida e na alimentação também podem ajudar a estimular níveis saudáveis de lipídios no sangue1. Outras coisas que ajudam são tratamentos naturais que incluem exercitar-se regularmente, manter um peso corporal saudável, reduzir ou abolir o consumo de álcool, parar de fumar, dormir pelo menos 6 a 8 horas por noite e manter-se bem hidratado, bebendo muita água.
Como evolui a dislipidemia?
Pessoas com quadros leves de dislipidemia não apresentam sintomas24 e muitas vezes podem controlar ou resolver a condição simplesmente fazendo ajustes no seu estilo de vida. Contudo, devem recorrer ao médico se apresentarem dores ou aperto no peito31, tontura32, palpitações33 cardíacas, fadiga34 fácil, inchaço35 dos tornozelos e pés, dificuldades respiratórias, suores frios, náuseas36 e azia37.
Como prevenir a dislipidemia?
As dislipidemias são silenciosas, mas perigosas. Portanto, a pessoa não deve hesitar quanto aos modos de preveni-las. Os fatores genéticos não podem ser controlados, mas adotar hábitos saudáveis é essencial para conseguir evitar as consequências delas.
Uma dieta bem equilibrada, exercícios físicos regulares e medicamentos hipolipemiantes podem ajudar a prevenir complicações. Além disso, devem ser evitados o consumo de bebidas alcoólicas e de fumo.
Quais são as complicações possíveis com a dislipidemia?
Por causar a obstrução das artérias4, essa condição pode causar acidente vascular cerebral25 e infarto do miocárdio38, doenças responsáveis pela maior taxa de mortalidade39 no mundo.
Veja também sobre "Como 'perder a barriga'", "Caminhada", "Alimentação saudável" e "Benefícios do ômega 3 para a saúde40".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Cleveland Clinic e da Mayo Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.