Estatinas: prós e contras
O que são estatinas?
As estatinas são um grupo de drogas usadas no tratamento do colesterol1, porque inibem uma enzima2 chave na síntese dessa substância. Além disso, foram postuladas muitas outras ações, diretas ou indiretas, que podem modificar beneficamente o processo que leva à aterosclerose3. As principais estatinas são a Sinvastatina, a Atorvastatina, a Lovastatina, a Pravastatina e a Rosuvastatina. Há outras estatinas de menor importância e menor eficácia terapêutica4.
Existem importantes diferenças farmacocinéticas e farmacodinâmicas entre os diferentes membros dessa classe de drogas, que podem se tornar elementos fundamentais na escolha de uma determinada estatina na prática clínica. As diferenças mais notáveis estão na magnitude das mudanças que produzem no perfil dos lipídios sanguíneos, nas vias metabólicas que eles usam para serem eliminados do organismo e no potencial para sofrer interações medicamentosas.
A Rosuvastatina e a Atorvastatina são as duas estatinas mais potentes, com maior capacidade de redução dos níveis do colesterol1 LDL5. Sinvastatina e Pravastatina têm potência intermediária, enquanto a Lovastatina é a estatina menos potente.
Os efeitos das estatinas e as próprias estatinas foram descobertos na década de 70 a partir de extratos dos fungos Penicillium citrinum e Aspergillus terreus.
Leia sobre "Como reduzir o colesterol1", "Aumentar o HDL6", "Reduzir o LDL5" e "Diminuir os triglicérides7".
Qual é o mecanismo de ação das estatinas?
As estatinas inibem a enzima2 responsável pela formação de colesterol1 no fígado8. Essa enzima2 também é importante na formação de lipoproteínas plasmáticas, sendo daí derivados os seus outros efeitos. As pessoas que tomam estatina têm uma diminuição dos ataques cardíacos. A inibição dessa enzima2 decorre do fato de que as estatinas possuem uma molécula análoga ao substrato natural da enzima2, competindo com ele.
Quais são as principais características clínicas das estatinas?
As estatinas são fármacos usados com excelentes resultados no tratamento do colesterol1 alto e na prevenção da aterosclerose3. Sendo um eficaz tratamento das várias formas de hipercolesterolemia9, as estatinas atuam secundariamente na prevenção do infarto do miocárdio10 e do acidente vascular cerebral11 em doentes de alto risco.
Saiba mais sobre "Infarto do miocárdio10", "Aterosclerose3" e "Acidente vascular cerebral11".
Os prós e os contras das estatinas
O principal efeito benéfico das estatinas consiste na diminuição do nível de colesterol1 sanguíneo, principalmente do LDL5, o "mau colesterol1", aumentando o HDL6, o "bom colesterol1". Além disso, diminui também os triglicerídeos, melhora a função do endotélio12 dos vasos, estabiliza a placa13 aterosclerótica e modula a inflamação14, tendo também efeito antitrombótico e diminuindo a produção do antígeno15 prostático específico (PSA).
Embora em geral as estatinas sejam bem toleradas, é necessário ter alguns cuidados básicos que permitam o uso desses medicamentos de forma eficaz e segura, pois alguns efeitos adversos, embora infrequentes, podem ser muito graves e eventualmente fatais.
Os efeitos adversos principais são mialgias16, fadiga17, raramente miosite, também raramente rabdomiólise18, perda de memória e perda cognitiva19. Muitas outras reações adversas também foram relatadas, a maioria delas sem muita gravidade. Estudos recentes mostram que indivíduos que usam estatinas podem ter maior risco de hiperglicemia20, resistência à insulina21 e, eventualmente, diabetes22 tipo 2.
Os casos raros de miopatia23 e sintomas24 musculares atribuídos à estatina comumente se resolvem rapidamente quando o tratamento é interrompido.
Veja sobre "Antígeno15 prostático específico ", "Miosite", "Rabdomiólise18" e "Perda de memória".
Quem deve e quem não deve tomar estatinas?
Embora na maioria das vezes as estatinas não causem problemas maiores, elas devem ser tomadas com cuidado em certas situações e mesmo serem evitadas em outras. Ao contrário de medicações prescritas para tratar um sintoma25 ou uma doença, as estatinas costumam ser dadas a pessoas saudáveis para prevenir um problema de saúde26 com potencial devastador, como infarto do miocárdio10 ou acidente vascular cerebral11.
As estatinas são os principais remédios prescritos para baixar o colesterol1 e prevenir as placas27 de aterosclerose3. Elas reduzem os níveis do mau colesterol1 (LDL5) e de substâncias gordurosas chamadas triglicérides7 e aumentam os níveis do bom colesterol1 (HDL6) no sangue28. Para ter melhores efeitos, elas devem ser tomadas indefinidamente.
As estatinas devem ser tomadas com cuidado e sob estrita supervisão médica por pessoas idosas, acima de 70 anos; por aquelas que sofrem de insuficiência renal29; no hipotireoidismo30 não controlado; nas que têm história pessoal ou familiar de distúrbios musculares hereditários; no alcoolismo e na administração concomitante de certas medicações.
Por outro lado, são contraindicações absolutas e as pessoas não devem tomar estatinas se tiverem hipersensibilidade a elas (quaisquer das estatinas), tiverem doença hepática31 ativa, estiverem grávidas ou mulheres que estão amamentando. O uso de certos medicamentos, juntamente com as estatinas, precisa ser avaliado e definido por um médico.
Leia também sobre "Doenças cardiovasculares32" e "Hipertensão arterial33".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.