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Entendendo o que são metástases

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O que é metástase1?

Metástase1 (do grego metastatis = transferência, mudanças de lugar) é a formação de uma lesão2 tumoral secundária a partir de outra, primária, em um outro local do organismo, sem continuidade anatômica entre as duas.

Como se formam as metástases3?

As células4 neoplásicas5 se desprendem do tumor6 primário e são levadas pela corrente sanguínea e/ou linfática a outro local do corpo, onde formam uma nova colônia neoplásica7. Elas podem se espalhar também por contiguidade para órgãos vizinhos.

As metástases3 só se formam a partir de tumores malignos, visto que as neoplasias8 benignas não originam metástase1. Mas nem todos os cânceres originam metástases3, mesmo os que são localmente invasivos. Nesses tumores, apenas 1 em cada 1.000 células4 que se desprendem poderá formar metástase1, isso porque elas têm de vencer as barreiras defensivas do organismo, como os gânglios linfáticos9, por exemplo. É comum as células4 "encalharem" nalgum gânglio10 e não conseguirem ultrapassá-lo, ficando exitosamente paralisadas ali ou formando ali mesmo um novo tumor6.

A formação de metástase1 depende: do tipo de câncer11, haja vista que alguns deles são mais propensos a formar metástases3 que outros; do grau de evolução do tumor6 primário, seu tamanho e localização; do tempo que o câncer11 primário está no corpo; e da resposta de tratamentos prévios, se o tumor6 inicial foi ou não totalmente removido.

Leia sobre "É possível acabar com o câncer11?", "Linfonodo12 sentinela" e "Distinção entre tumores benignos e malignos".

Características clínicas das metástases3

Alguns cânceres muito incipientes não chegam a formar metástases3 se são prontamente erradicados e outros não as formam nunca, mesmo quando evoluídos, como os tumores basocelulares da pele13, por exemplo. Outras vezes, dependendo de cada caso, a metástase1 pode surgir em etapas ainda precoces do câncer11 ou só anos depois do tumor6 inicial ter sido tratado. Muitos cânceres evoluem silenciosamente e às vezes a metástase1 é a primeira manifestação clínica deles, o que dificulta muito o tratamento.

Pode acontecer que depois da pessoa ter tido um câncer11 primário em um órgão possa ter um segundo câncer11 primário em outro órgão. Essa eventualidade é diferente de metástases3. Trata-se de dois (ou mais) cânceres, e não de metástases3 de um único tumor6.

Quando observadas ao microscópio, as células4 cancerosas metastáticas têm características idênticas às do órgão do câncer11 primário, e não às das células4 no local onde se encontram. É assim, com base nesses dados, que os médicos podem quase sempre dizer a partir de onde o câncer11 se espalhou.

Quando uma metástase1 cancerígena ocorre num órgão diferente do original, ela mantém o nome do câncer11 original. Assim, um câncer11 de mama14 que dê metástase1 para o fígado15 é chamado “câncer metastático de mama”, e não câncer11 hepático.

Onde se localizam preferencialmente as metástases3?

Embora em geral o fígado15, os pulmões16 e os ossos sejam as principais sedes de metástases3, cada tipo ou localização de tumor6 primário mostra preferência por certos tipos de metástases3. Assim:

Como o médico trata as metástases3?

Depois que o câncer11 se espalhou, ele pode ser de difícil controle. Embora alguns tipos de câncer11 metastático possam ser curados, a maioria deles não pode. Porém, existem tratamentos para todos os pacientes com metástases3, com o objetivo de interromper ou retardar o crescimento delas ou aliviar os sintomas31 causados por elas.

O câncer11 metastático nem sempre causa sintomas31, mas quando os sintomas31 ocorrem, eles dependem do tamanho e da localização dos tumores metastáticos. Entre eles estão dor; fraturas, quando as metástases3 afetam os ossos; dor de cabeça32, convulsões ou tontura33, quando o câncer11 se espalhou para o cérebro22; falta de ar, se o câncer11 acometeu os pulmões;34 etc.

O tratamento das metástases3 deve seguir os padrões do câncer11 original, não o do local onde se aloja o novo tumor6. Por exemplo, se um câncer11 de mama14 espalhou metástases3 para o fígado15, o tratamento deve seguir os padrões de terapia para o câncer11 de mama14, não os de câncer11 de fígado15. É comum que o câncer11 se espalhe por mais de um órgão ou por mais de um sítio no mesmo órgão. Por esse motivo, a cirurgia de uma metástase1 é feita apenas se ela está comprimindo ou prejudicando o funcionamento de um órgão contíguo.

Metástases3 são sempre um sinal35 de mau prognóstico36. Tal condição agrava muito a situação da doença e dificulta o processo de cura.

Veja também sobre "Câncer11 - informações importantes", "Prevenção do câncer11" e "Tratamento das metástases3 ósseas".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do NCI - National Cancer Institute e do Science Direct.

ABCMED, 2020. Entendendo o que são metástases. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/cancer/1380978/entendendo-o-que-sao-metastases.htm>. Acesso em: 10 out. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Metástase: Formação de tecido tumoral, localizada em um lugar distante do sítio de origem. Por exemplo, pode se formar uma metástase no cérebro originário de um câncer no pulmão. Sua gravidade depende da localização e da resposta ao tratamento instaurado.
2 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
3 Metástases: Formação de tecido tumoral, localizada em um lugar distante do sítio de origem. Por exemplo, pode se formar uma metástase no cérebro originário de um câncer no pulmão. Sua gravidade depende da localização e da resposta ao tratamento instaurado.
4 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
5 Neoplásicas: Que apresentam neoplasias, ou seja, que apresentam processo patológico que resulta no desenvolvimento de neoplasma ou tumor. Um neoplasma é uma neoformação de crescimento anormal, incontrolado e progressivo de tecido, mediante proliferação celular.
6 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
7 Neoplásica: Que apresenta neoplasia, ou seja, que apresenta processo patológico que resulta no desenvolvimento de neoplasma ou tumor. Um neoplasma é uma neoformação de crescimento anormal, incontrolado e progressivo de tecido, mediante proliferação celular.
8 Neoplasias: Termo que denomina um conjunto de doenças caracterizadas pelo crescimento anormal e em certas situações pela invasão de órgãos à distância (metástases). As neoplasias mais frequentes são as de mama, cólon, pele e pulmões.
9 Gânglios linfáticos: Estrutura pertencente ao sistema linfático, localizada amplamente em diferentes regiões superficiais e profundas do organismo, cuja função consiste na filtração da linfa, maturação e ativação dos linfócitos, que são elementos importantes da defesa imunológica do organismo.
10 Gânglio: 1. Na anatomia geral, é um corpo arredondado de tamanho e estrutura variável; nodo, nódulo. 2. Em patologia, é um pequeno tumor cístico localizado em uma bainha tendinosa ou em uma cápsula articular, especialmente nas mãos, punhos e pés.
11 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
12 Linfonodo: Gânglio ou nodo linfático.
13 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
14 Mama: Em humanos, uma das regiões pareadas na porção anterior do TÓRAX. As mamas consistem das GLÂNDULAS MAMÁRIAS, PELE, MÚSCULOS, TECIDO ADIPOSO e os TECIDOS CONJUNTIVOS.
15 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
16 Pulmões: Órgãos do sistema respiratório situados na cavidade torácica e responsáveis pelas trocas gasosas entre o ambiente e o sangue. São em número de dois, possuem forma piramidal, têm consistência esponjosa e medem cerca de 25 cm de comprimento. Os pulmões humanos são divididos em segmentos denominados lobos. O pulmão esquerdo possui dois lobos e o direito possui três. Os pulmões são compostos de brônquios que se dividem em bronquíolos e alvéolos pulmonares. Nos alvéolos se dão as trocas gasosas ou hematose pulmonar entre o meio ambiente e o corpo, com a entrada de oxigênio na hemoglobina do sangue (formando a oxiemoglobina) e saída do gás carbônico ou dióxido de carbono (que vem da célula como carboemoglobina) dos capilares para o alvéolo.
17 Pâncreas: Órgão nodular (no ABDOME) que abriga GLÂNDULAS ENDÓCRINAS e GLÂNDULAS EXÓCRINAS. A pequena porção endócrina é composta pelas ILHOTAS DE LANGERHANS, que secretam vários hormônios na corrente sangüínea. A grande porção exócrina (PÂNCREAS EXÓCRINO) é uma glândula acinar composta, que secreta várias enzimas digestivas no sistema de ductos pancreáticos (que desemboca no DUODENO).
18 Tireoide: Glândula endócrina altamente vascularizada, constituída por dois lobos (um em cada lado da TRAQUÉIA) unidos por um feixe de tecido delgado. Secreta os HORMÔNIOS TIREOIDIANOS (produzidos pelas células foliculares) e CALCITONINA (produzida pelas células para-foliculares), que regulam o metabolismo e o nível de CÁLCIO no sangue, respectivamente.
19 Rim: Os rins são órgãos em forma de feijão que filtram o sangue e formam a urina. Os rins são localizados na região posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral.
20 Pulmão: Cada um dos órgãos pareados que ocupam a cavidade torácica que tem como função a oxigenação do sangue.
21 Pleura: Membrana serosa que recobre internamente a parede torácica e a superfície pulmonar.
22 Cérebro: Derivado do TELENCÉFALO, o cérebro é composto dos hemisférios direito e esquerdo. Cada hemisfério contém um córtex cerebral exterior e gânglios basais subcorticais. O cérebro inclui todas as partes dentro do crânio exceto MEDULA OBLONGA, PONTE e CEREBELO. As funções cerebrais incluem as atividades sensório-motora, emocional e intelectual.
23 Bexiga: Órgão cavitário, situado na cavidade pélvica, no qual é armazenada a urina, que é produzida pelos rins. É uma víscera oca caracterizada por sua distensibilidade. Tem a forma de pêra quando está vazia e a forma de bola quando está cheia.
24 Linfonodos: Gânglios ou nodos linfáticos.
25 Estômago: Órgão da digestão, localizado no quadrante superior esquerdo do abdome, entre o final do ESÔFAGO e o início do DUODENO.
26 Melanoma: Neoplasia maligna que deriva dos melanócitos (as células responsáveis pela produção do principal pigmento cutâneo). Mais freqüente em pessoas de pele clara e exposta ao sol.Podem derivar de manchas prévias que mudam de cor ou sangram por traumatismos mínimos, ou instalar-se em pele previamente sã.
27 Ovário: Órgão reprodutor (GÔNADAS) feminino. Nos vertebrados, o ovário contém duas partes funcionais Sinônimos: Ovários
28 Peritônio: Membrana serosa que recobre as paredes do abdome e a superfície dos órgãos digestivos.
29 Próstata: Glândula que (nos machos) circunda o colo da BEXIGA e da URETRA. Secreta uma substância que liquefaz o sêmem coagulado. Está situada na cavidade pélvica (atrás da parte inferior da SÍNFISE PÚBICA, acima da camada profunda do ligamento triangular) e está assentada sobre o RETO.
30 Útero: Orgão muscular oco (de paredes espessas), na pelve feminina. Constituído pelo fundo (corpo), local de IMPLANTAÇÃO DO EMBRIÃO e DESENVOLVIMENTO FETAL. Além do istmo (na extremidade perineal do fundo), encontra-se o COLO DO ÚTERO (pescoço), que se abre para a VAGINA. Além dos istmos (na extremidade abdominal superior do fundo), encontram-se as TUBAS UTERINAS.
31 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
32 Cabeça:
33 Tontura: O indivíduo tem a sensação de desequilíbrio, de instabilidade, de pisar no vazio, de que vai cair.
34 Pulmões;: Cada um dos órgãos pareados que ocupam a cavidade torácica que tem como função a oxigenação do sangue.
35 Sinal: 1. É uma alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida. 2. Som ou gesto que indica algo, indício. 3. Dinheiro que se dá para garantir um contrato.
36 Prognóstico: 1. Juízo médico, baseado no diagnóstico e nas possibilidades terapêuticas, em relação à duração, à evolução e ao termo de uma doença. Em medicina, predição do curso ou do resultado provável de uma doença; prognose. 2. Predição, presságio, profecia relativos a qualquer assunto. 3. Relativo a prognose. 4. Que traça o provável desenvolvimento futuro ou o resultado de um processo. 5. Que pode indicar acontecimentos futuros (diz-se de sinal, sintoma, indício, etc.). 6. No uso pejorativo, pernóstico, doutoral, professoral; prognóstico.
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