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Prevenção do câncer

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Sobre a prevenção do câncer1

Os genes controlam a forma como as células2 crescem e se dividem e, quando alterados, podem levar ao câncer1, uma multiplicação desordenada de células2. Um pequeno número de cânceres é causado por alterações genéticas hereditárias, mas a maioria das alterações ocorre durante a vida de uma pessoa. A cada dia aparecem novas informações sobre a correta prevenção do câncer1 e muitas vezes elas são conflitantes. O assunto ainda está em evolução. No entanto, já se conhece com segurança alguns fatores, chamados fatores de risco, que aumentam as chances de desenvolver câncer1. Embora alguns desses fatores, como o envelhecimento e a genética não possam ser evitados, outros podem ser eficazmente afastados. Algumas mudanças relativamente simples no estilo de vida individual podem fazer uma grande diferença na prevenção do câncer1.

Como fazer a prevenção do câncer1?

Alguns fatores agressivos ao organismo devem ser evitados e outros, protetores, devem ser acrescentados. Os fatores de risco podem dever-se à história familiar, a situações pré-cancerosas ou ao estilo de vida.

NÃO USAR TABACO

O fumo tem sido associado a vários tipos de tumores, incluindo o câncer1 do pulmão3, boca4, garganta5, laringe6, pâncreas7, bexiga8, colo do útero9 e rim10. Mesmo se a pessoa não usar diretamente o tabaco, a exposição passiva ao fumo pode aumentar o risco de câncer1 de pulmão3.

EVITAR O ÁLCOOL

Estudos científicos têm mostrado que o consumo de álcool é ligado a um aumento do risco do câncer1 oral, câncer1 de esôfago11, câncer1 de mama12, câncer1 colorretal e câncer1 de fígado13.

OBSERVAR UMA DIETA SAUDÁVEL

Uma dieta não garante a prevenção do câncer1, mas pode ajudar a reduzir o seu risco. O paciente deve comer muitas frutas, legumes, grãos integrais e feijões. As mulheres que comem uma dieta mediterrânea14 suplementada com azeite extra-virgem e nozes mistas têm um risco reduzido de câncer1 de mama12.

EVITAR A OBESIDADE15

A manutenção de um peso saudável pode diminuir o risco de vários tipos de câncer1, incluindo os de mama12, da próstata16, do pulmão3, do cólon17 e do rim10. Escolha menos alimentos de alto teor calórico, como açúcares refinados e gorduras de origem animal.

CONTROLAR O DIABETES18

O diabetes mellitus19, sobretudo quando associado a outros fatores como fumo, álcool, envelhecimento e obesidade15, pode aumentar os riscos de desenvolvimento de câncer1.

EVITAR CARNES PROCESSADAS

A Organização Mundial de Saúde20 (OMS) concluiu que a ingestão de grandes quantidades de carne processada pode aumentar ligeiramente o risco de certos tipos de câncer1.

SER FISICAMENTE ATIVO

Além de ajudar a controlar o peso corporal, a atividade física regular pode reduzir o risco de câncer1 da mama12 e do cólon17.

PROTEGER-SE DO SOL

O câncer1 de pele21 é um dos tipos mais comuns de câncer1 e também um dos mais facilmente evitáveis. Procure evitar o sol do meio do dia, entre dez e dezesseis horas, quando os raios solares são mais fortes. Quando estiver ao ar livre, a pessoa deve ficar na sombra, tanto quanto possível. Óculos de sol e chapéu de abas largas também ajudam. Roupas compridas que cubram o máximo de pele21 possível são outra opção de ajuda. Use um protetor solar quando estiver ao ar livre. As lâmpadas fluorescentes também devem ser evitadas porque elas são tão prejudiciais como a luz solar natural.

EVITAR RADIAÇÕES

Estar exposto à radiação é uma causa conhecida de câncer1. A radiação que mais causa câncer1 é a radiação ultravioleta da luz solar, mas também é nociva a radiação ionizante, incluindo a radiação médica usada para fins diagnósticos, como raios-x, tomografia computadorizada22, fluoroscopia e os escaneamentos de medicina nuclear. Os cientistas acreditam que a radiação ionizante causa leucemia23, câncer1 de tireoide24 e câncer1 de mama12, entre outros. Estar exposto à radiação de raios-X de diagnóstico25 aumenta o risco de câncer1 em pacientes e técnicos de raios-X.

EVITAR OS MEDICAMENTOS IMUNOSSUPRESSORES

Os medicamentos imunossupressores aumentam o risco de câncer1 ao reduzirem a capacidade do corpo para combater as células2 malignas.

IMUNIZAR-SE

Alguns vírus26 e algumas bactérias são capazes de causar câncer1. A prevenção do câncer1 inclui também a proteção contra certas infecções27 virais, como a hepatite28 B e o papilomavírus humano (HPV), por exemplo.

EVITAR COMPORTAMENTOS DE RISCO

Evitar os comportamentos de risco que podem levar a infecções27. Recomenda-se, por exemplo: praticar sexo seguro e não compartilhar agulhas endovenosas.

RECORRER A CUIDADOS MÉDICOS REGULARES

Autoexames e rastreamentos regulares para vários tipos de câncer1, como os de pele21, cólon17, colo do útero9 e mama12 podem aumentar as chances de descobrir precocemente o câncer1, numa fase ainda tratável.

Outros fatores aos quais se atribui um papel na causa do câncer1 são: estar exposto a produtos químicos e outras substâncias, poluição do ar, beber água que contenha uma grande quantidade de arsênio e o contato com certos pesticidas e outros poluentes. Está em estudos a possibilidade de uma quimioprevenção, uso de substâncias para diminuir o risco de câncer1 ou evitar a recorrência29 dele em doentes de alto risco. Novas maneiras de prevenir o câncer1 estão sendo estudadas em ensaios clínicos30 e devem estar disponíveis em breve.

 

ABCMED, 2016. Prevenção do câncer. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/cancer/822119/prevencao-do-cancer.htm>. Acesso em: 19 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
2 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
3 Pulmão: Cada um dos órgãos pareados que ocupam a cavidade torácica que tem como função a oxigenação do sangue.
4 Boca: Cavidade oral ovalada (localizada no ápice do trato digestivo) composta de duas partes
5 Garganta: Tubo fibromuscular em forma de funil, que leva os alimentos ao ESÔFAGO e o ar à LARINGE e PULMÕES. Situa-se posteriormente à CAVIDADE NASAL, à CAVIDADE ORAL e à LARINGE, extendendo-se da BASE DO CRÂNIO à borda inferior da CARTILAGEM CRICÓIDE (anteriormente) e à borda inferior da vértebra C6 (posteriormente). É dividida em NASOFARINGE, OROFARINGE e HIPOFARINGE (laringofaringe).
6 Laringe: É um órgão fibromuscular, situado entre a traqueia e a base da língua que permite a passagem de ar para a traquéia. Consiste em uma série de cartilagens, como a tiroide, a cricóide e a epiglote e três pares de cartilagens: aritnoide, corniculada e cuneiforme, todas elas revestidas de membrana mucosa que são movidas pelos músculos da laringe. As dobras da membrana mucosa dão origem às pregas vocais.
7 Pâncreas: Órgão nodular (no ABDOME) que abriga GLÂNDULAS ENDÓCRINAS e GLÂNDULAS EXÓCRINAS. A pequena porção endócrina é composta pelas ILHOTAS DE LANGERHANS, que secretam vários hormônios na corrente sangüínea. A grande porção exócrina (PÂNCREAS EXÓCRINO) é uma glândula acinar composta, que secreta várias enzimas digestivas no sistema de ductos pancreáticos (que desemboca no DUODENO).
8 Bexiga: Órgão cavitário, situado na cavidade pélvica, no qual é armazenada a urina, que é produzida pelos rins. É uma víscera oca caracterizada por sua distensibilidade. Tem a forma de pêra quando está vazia e a forma de bola quando está cheia.
9 Colo do útero: Porção compreendendo o pescoço do ÚTERO (entre o ístmo inferior e a VAGINA), que forma o canal cervical.
10 Rim: Os rins são órgãos em forma de feijão que filtram o sangue e formam a urina. Os rins são localizados na região posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral.
11 Esôfago: Segmento muscular membranoso (entre a FARINGE e o ESTÔMAGO), no TRATO GASTRINTESTINAL SUPERIOR.
12 Mama: Em humanos, uma das regiões pareadas na porção anterior do TÓRAX. As mamas consistem das GLÂNDULAS MAMÁRIAS, PELE, MÚSCULOS, TECIDO ADIPOSO e os TECIDOS CONJUNTIVOS.
13 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
14 Dieta Mediterrânea: Alimentação rica em carboidratos, fibras, elevado consumo de verduras, legumes e frutas (frescas e secas) e pobre em ácidos graxos saturados. É recomendada uma ingestão maior de gordura monoinsaturada em decorrência da grande utilização do azeite de oliva. Além de vinho.
15 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
16 Próstata: Glândula que (nos machos) circunda o colo da BEXIGA e da URETRA. Secreta uma substância que liquefaz o sêmem coagulado. Está situada na cavidade pélvica (atrás da parte inferior da SÍNFISE PÚBICA, acima da camada profunda do ligamento triangular) e está assentada sobre o RETO.
17 Cólon:
18 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
19 Diabetes mellitus: Distúrbio metabólico originado da incapacidade das células de incorporar glicose. De forma secundária, podem estar afetados o metabolismo de gorduras e proteínas.Este distúrbio é produzido por um déficit absoluto ou relativo de insulina. Suas principais características são aumento da glicose sangüínea (glicemia), poliúria, polidipsia (aumento da ingestão de líquidos) e polifagia (aumento da fome).
20 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
21 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
22 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
23 Leucemia: Doença maligna caracterizada pela proliferação anormal de elementos celulares que originam os glóbulos brancos (leucócitos). Como resultado, produz-se a substituição do tecido normal por células cancerosas, com conseqüente diminuição da capacidade imunológica, anemia, distúrbios da função plaquetária, etc.
24 Tireoide: Glândula endócrina altamente vascularizada, constituída por dois lobos (um em cada lado da TRAQUÉIA) unidos por um feixe de tecido delgado. Secreta os HORMÔNIOS TIREOIDIANOS (produzidos pelas células foliculares) e CALCITONINA (produzida pelas células para-foliculares), que regulam o metabolismo e o nível de CÁLCIO no sangue, respectivamente.
25 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
26 Vírus: Pequeno microorganismo capaz de infectar uma célula de um organismo superior e replicar-se utilizando os elementos celulares do hospedeiro. São capazes de causar múltiplas doenças, desde um resfriado comum até a AIDS.
27 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
28 Hepatite: Inflamação do fígado, caracterizada por coloração amarela da pele e mucosas (icterícia), dor na região superior direita do abdome, cansaço generalizado, aumento do tamanho do fígado, etc. Pode ser produzida por múltiplas causas como infecções virais, toxicidade por drogas, doenças imunológicas, etc.
29 Recorrência: 1. Retorno, repetição. 2. Em medicina, é o reaparecimento dos sintomas característicos de uma doença, após a sua completa remissão. 3. Em informática, é a repetição continuada da mesma operação ou grupo de operações. 4. Em psicologia, é a volta à memória.
30 Ensaios clínicos: Há três fases diferentes em um ensaio clínico. A Fase 1 é o primeiro teste de um tratamento em seres humanos para determinar se ele é seguro. A Fase 2 concentra-se em saber se um tratamento é eficaz. E a Fase 3 é o teste final antes da aprovação para determinar se o tratamento tem vantagens sobre os tratamentos padrões disponíveis.
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