Distinção entre tumores benignos e malignos
O que são tumores?
A palavra tumor1 vem do latim (tumor1 = inchaço2) e corresponde a todo aumento de volume observado em qualquer parte do corpo. Quando o tumor1 se dá por crescimento do número de células3 (nem sempre é assim), ele é chamado neoplasia4, e pode ser benigno ou maligno.
Normalmente, as células3 nascem, exercem as funções a que se destinam e, quando ficam “envelhecidas”, morrem e são substituídas por outras, dando lugar a uma nova célula5 de idêntica linhagem. Ou seja, nenhum tecido6 é permanentemente, ressalvadas as células3 cerebrais.
Esse processo é rigorosamente controlado pelo organismo, mas, se houver qualquer distúrbio nele, as células3 não morrem e se acumulam, formando um tumor1. Isso passa a existir quando alguma célula5 do corpo sofre uma mutação7 em seus genes, sob estímulo de condições internas como fatores genéticos ou hormonais, ou externas, como o tabaco ou álcool.
Muitas vezes, fatores internos e externos interagem para provocar esse efeito. No entanto, nem sempre esses fatores são identificáveis.
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Distinção entre tumores benignos e malignos
Os tumores benignos são massas locais bem delimitadas, cujas células3 não invadem estruturas vizinhas nem se espalham à distância pela corrente sanguínea e/ou linfática, de modo que não formam metástases9.
Os tumores malignos podem afetar órgãos diferentes daqueles em que se originaram e constituírem metástases9 ou atingirem órgãos contíguos por invasão direta. As células3 cancerígenas carreadas pelo sangue10 ou pela linfa11 são depositadas à distância em tecidos saudáveis do corpo, diferentes daquele de origem, onde crescem e se multiplicam rapidamente, conservando as características histológicas12 das células3 iniciais. Muitas vezes afetam órgãos vitais, causando ameaças à vida.
Essas células3 costumam ser de linhagem mais jovem que a que constitui o órgão originário, de mais ativa reprodução13 que ela, e escapam frequentemente aos processos de apoptose14 (morte celular programada).
Os tumores benignos são formados por células3 maduras, de crescimento local lento ou que param de crescer. Como crescem apenas localmente, representam menores riscos que os tumores malignos. Os tumores benignos não ameaçam a vida, mas podem resultar em complicações se pressionarem órgãos vitais do corpo.
Se precisarem ser tratados, os tumores benignos muitas vezes não causam problemas, podendo ser mais facilmente removidos por cirurgia. Os tumores malignos, por sua vez, frequentemente exigem, além da cirurgia, serem gerenciados por quimioterapia15, radioterapia16, terapia direcionada e procedimentos endoscópicos.
A quimioterapia15 visa atingir e destruir células3 cancerígenas que possam já ter espalhado pelo corpo e a radioterapia16 tem como objetivo destruir células3 cancerígenas que possivelmente tenham permanecido nas proximidades (margens) do tumor1.
Biópsia17 dos tumores
A biópsia17 é um procedimento cirúrgico no qual o médico colhe uma amostra de tecidos ou células3 para posterior estudo em laboratório. Embora possa ter outras finalidades, uma biópsia17 é frequentemente usada para diagnosticar se um tumor1 é benigno ou maligno. Mesmo com todos os dados clínicos mencionados acima, a distinção radical entre um tumor1 benigno e maligno só pode ser feita por uma biópsia17. Por essa razão, toda massa tumoral retirada do corpo deve ser encaminhada a um laboratório de anatomia patológica para exame citológico, a despeito de qualquer impressão inicial do médico.
Além de distinguir entre benignidade e malignidade, a biópsia17 permite o estadiamento do tumor1 maligno. O estadiamento do câncer8 é uma descrição geralmente expressa em números de 0 a IV, e fala sobre o quanto o câncer8 se espalhou ou não pelo corpo. O estadiamento do câncer8 é muito importante porque ele determina o tratamento mais adequado e é um importante indicativo do prognóstico18 e de possíveis complicações. Tradicionalmente, os estágios (ou estádios) são numerados de 0 a IV, da seguinte maneira:
- Estágio 0: carcinoma19 restrito à área inicial.
- Estágio I: tumor1 restrito a uma parte do corpo, sem comprometimento linfático20.
- Estágio II: tumor1 localmente avançando com comprometimento do sistema linfático21 ou espalhado por mais de um tecido6.
- Estágio III: tumor1 localmente avançado, espalhado por mais de um tecido6 e causando comprometimento linfático20.
- Estágio IV: metástase22 a distância, ou seja, câncer8 espalhado para outros órgãos ou todo o corpo.
Quais são as principais características clínicas dos tumores benignos e malignos?
Os tumores benignos são de crescimento muito lento ou nenhum crescimento e muitas vezes não ocasionam sintomas23, a não ser que interfiram nas funções do próprio órgão ou de órgãos vizinhos.
Os tumores malignos são de crescimento mais rápido, mas também podem não dar sintomas23 em seu início. Esse é um importante fator complicador, porque eles podem evoluir silenciosamente até estágios muito evoluídos, quando o tratamento é mais difícil e incerto.
Muitas vezes, as primeiras manifestações de um tumor1 maligno partem de suas metástases9; até então esse tumor1 terá evoluído silenciosamente. Isso pode acontecer com quase todos os tipos de cânceres, mas o exemplo típico é o câncer8 da próstata24.
Leia sobre "O que é o câncer8" e "NIC no preventivo25 - o que é isso".
Como diagnosticar um tumor1?
Muitas vezes o tumor1 é externo, facilmente visível e independe de qualquer exame de imagens para ser localizado. No entanto, a maioria é interna e não pode ser vista a olho26 nu. Ademais, além de descobrir um tumor1 e sua localização, é necessário determinar a natureza benigna ou maligna, o que é feito por meio de uma biópsia17.
Para determinar a localização exata do tumor1 e o quanto ele já se espalhou pode-se lançar mão27 de uma radiografia, uma tomografia computadorizada28 ou uma ressonância magnética29. A tomografia por emissão de pósitrons (PET) tem sido utilizada para descobrir certos tipos de tumor1. Ela consiste em injetar no corpo uma substância radioativa que se concentra maiormente nos tumores e depois captá-la por exames de imagens.
Outros exames, ainda, podem ser feitos, da dependência das suspeitas clínicas como, por exemplo, exames de sangue10, testes de função hepática30, etc.
Como o médico trata os tumores benignos e malignos?
Os tumores benignos muitas vezes não necessitam de tratamento e devem, apenas, serem monitorados pelo médico. O tratamento pode ser necessário se causarem problemas ou complicações. O mais comum para os tumores benignos é a erradicação cirúrgica, sem causar danos aos tecidos circundantes.
Já para os tumores malignos, existe a possibilidade de diferentes objetivos dos tratamentos, na dependência do tipo e estágio do câncer8, do estado geral de saúde31 do paciente e de suas preferências. Além da cirurgia para erradicação do tumor1, pode-se lançar mão27 da radioterapia16, da quimioterapia15 e da terapia hormonal, que podem ser utilizados para aliviar os sinais32 e sintomas23 e tentar evitar a recidiva33 do câncer8.
Veja também: "Câncer8 - informações importantes".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites do INCA – Instituto Nacional do Câncer e do Hospital Albert Einstein.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.