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Pedalar: um remédio natural para corpo e mente

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Como andar de bicicleta pode fazer parte da rotina?

Andar de bicicleta é uma atividade física acessível e versátil, altamente benéfica para a saúde1, que pode ser praticada ao ar livre (ruas, parques, trilhas) ou em ambientes internos (academias e residências, em bicicletas ergométricas).

No dia a dia, a bike serve como meio de transporte para deslocamentos curtos e médios; como instrumento de trabalho (entregas, serviços urbanos); como lazer em passeios individuais ou com grupos; e como esporte, em diferentes modalidades de ciclismo, como ciclismo de estrada, mountain bike, BMX e ciclismo de pista.

Em academias, as bicicletas ergométricas e as aulas de spinning permitem treinos estruturados com controle de intensidade. É uma prática de baixo impacto, adaptável a diferentes idades e níveis de condicionamento, que pode ser ajustada em duração e carga para objetivos variados: saúde1, condicionamento, performance ou reabilitação.

Por que a bicicleta se tornou tão relevante nas cidades?

A bicicleta ganhou espaço como solução de mobilidade urbana sustentável por ser rápida em curtas distâncias, liberar menos emissões e ocupar menos espaço viário. Muitas cidades passaram a investir em infraestrutura cicloviária, como ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas, além de paraciclos e bicicletários em terminais para integração com metrô, trem e ônibus.

Na Europa, é comum o acesso a sistemas públicos de compartilhamento de bicicletas para moradores e turistas, até mesmo com uso gratuito ou subsidiado em determinadas áreas. No Brasil, o modelo predominante é pago e acessível via aplicativo, com estações distribuídas em bairros e centros comerciais, principalmente em capitais como Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Recife e Brasília. Esses sistemas ampliam o acesso para quem não possui bicicleta e favorecem a conexão entre o transporte público e o destino final.

Além disso, o aumento do delivery por bicicleta em diversas cidades ilustra como esse meio de transporte também impulsiona a economia local, ao mesmo tempo em que melhora a fluidez do trânsito e contribui para metas de segurança viária e clima.

Leia sobre "Exercícios aeróbicos", "Exercícios anaeróbicos" e "Tipos de exercícios".

Quais são os benefícios de andar de bicicleta para a saúde1 e para o dia a dia?

Pedalar traz uma combinação de benefícios físicos, mentais, econômicos e ambientais. Do ponto de vista da saúde1, melhora o condicionamento cardiorrespiratório, fortalece os músculos dos membros inferiores2 e o core, aprimora equilíbrio e coordenação (importante na prevenção de quedas) e, por ser uma atividade de baixo impacto, poupa as articulações3 em comparação com atividades de impacto.

No campo mental, a pedalada regular está associada à redução do estresse e da ansiedade e à melhora do humor e da qualidade do sono.

Para o cotidiano, é um meio de transporte econômico, previsível em horários de pico e prático para trajetos de até alguns quilômetros, ajudando a fugir de congestionamentos e a reduzir gastos com combustível e estacionamento.

Por fim, ao substituir parte dos deslocamentos motorizados, a bicicleta reduz a poluição do ar e o ruído urbano, contribuindo para o meio ambiente e para a saúde1 da população em geral.

De que forma pedalar contribui para emagrecer e melhorar a forma física?

As bicicletas comuns e ergométricas ajudam a emagrecer e a manter a boa forma principalmente através do gasto calórico. Como aceleram o metabolismo4, também fazem com que a pessoa perca peso mesmo em repouso.

O spinning, modalidade realizada em bicicletas ergométricas específicas, potencializa esses efeitos por combinar intensidade variável, treino intervalado e motivação coletiva em aulas guiadas. Essa prática promove alto gasto calórico e melhora significativa do condicionamento cardiovascular, fortalece os músculos dos membros inferiores2 e ainda contribui para o controle do estresse e da ansiedade.

O ciclismo previne doenças cardiovasculares5?

Evidências mostram que pedalar regularmente reduz em até 30 a 40% o risco de desenvolver doenças cardiovasculares5, incluindo hipertensão6, infarto7 e acidente vascular cerebral8. Isso ocorre porque o ciclismo melhora a função pulmonar e o consumo máximo de oxigênio (VO₂ máx), aumenta a circulação9 sanguínea e fortalece o músculo cardíaco10. Além disso, contribui para redução do colesterol11 LDL12, elevação do HDL13, melhor controle da pressão arterial14 e maior sensibilidade à insulina15, fatores determinantes para a saúde1 cardiovascular.

Por ser um exercício aeróbico de baixo impacto, o ciclismo oferece benefícios comparáveis aos da corrida e da natação, mas com menor sobrecarga articular que a corrida e risco semelhante ao da natação quando praticado de forma recreativa. No caso do spinning, embora também seja de baixo impacto, a intensidade elevada e o uso de cargas podem aumentar a sobrecarga nos joelhos e quadris, exigindo ajuste adequado da bicicleta e acompanhamento para evitar lesões16.

Existem evidências científicas de outros benefícios clínicos?

Estudos demonstram que o ciclismo reduz os níveis de glicose17 no sangue18, diminui a incidência19 de determinados tipos de câncer20 e pode reduzir em até 58% o risco de desenvolvimento de diabetes tipo 221. Além disso, pedalar fortalece a musculatura dos membros inferiores, melhora a mobilidade de quadris e joelhos e auxilia na prevenção da osteoporose22.

Andar de bicicleta ainda promove benefícios à saúde1 mental, através da estimulação de neurotransmissores associados ao prazer e ao bem-estar, o que contribui para o controle da depressão, da ansiedade e do estresse.

Quais cuidados são necessários para se preparar antes de pedalar?

A preparação depende do tipo de ciclismo desejado, mas algumas recomendações são universais:

  • Escolher uma bicicleta adequada ao tipo de uso, ajustando selim e guidão ao corpo.
  • Usar capacete, luvas, óculos de proteção, roupas leves e equipamentos de segurança (luzes, refletores e campainha23).
  • Verificar pneus, freios e corrente antes de pedalar, mantendo a bicicleta em bom estado.
  • Para iniciantes, começar em áreas planas, treinar manobras leves e evitar frenagens bruscas.
  • Respeitar as regras de trânsito, sinalizar manobras e evitar pontos cegos.
  • Iniciar com percursos curtos e aumentar gradualmente a intensidade e a resistência.
Veja sobre "Ganho de massa muscular", "Anabolizantes", "Termogênicos", "Treinamento HIIT".

 

ABCMED, 2025. Pedalar: um remédio natural para corpo e mente. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/vida-saudavel/1495300/pedalar-um-remedio-natural-para-corpo-e-mente.htm>. Acesso em: 3 out. 2025.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
2 Músculos dos membros inferiores:
3 Articulações:
4 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
5 Doenças cardiovasculares: Doença do coração e vasos sangüíneos (artérias, veias e capilares).
6 Hipertensão: Condição presente quando o sangue flui através dos vasos com força maior que a normal. Também chamada de pressão alta. Hipertensão pode causar esforço cardíaco, dano aos vasos sangüíneos e aumento do risco de um ataque cardíaco, derrame ou acidente vascular cerebral, além de problemas renais e morte.
7 Infarto: Morte de um tecido por irrigação sangüínea insuficiente. O exemplo mais conhecido é o infarto do miocárdio, no qual se produz a obstrução das artérias coronárias com conseqüente lesão irreversível do músculo cardíaco.
8 Acidente vascular cerebral: Conhecido popularmente como derrame cerebral, o acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico é uma doença que consiste na interrupção súbita do suprimento de sangue com oxigênio e nutrientes para o cérebro, lesando células nervosas, o que pode resultar em graves conseqüências, como inabilidade para falar ou mover partes do corpo. Há dois tipos de derrame, o isquêmico e o hemorrágico.
9 Circulação: 1. Ato ou efeito de circular. 2. Facilidade de se mover usando as vias de comunicação; giro, curso, trânsito. 3. Movimento do sangue, fluxo de sangue através dos vasos sanguíneos do corpo e do coração.
10 Músculo Cardíaco: Tecido muscular do CORAÇÃO. Composto de células musculares estriadas e involuntárias (MIÓCITOS CARDÍACOS) conectadas, que formam a bomba contrátil geradora do fluxo sangüíneo.
11 Colesterol: Tipo de gordura produzida pelo fígado e encontrada no sangue, músculos, fígado e outros tecidos. O colesterol é usado pelo corpo para a produção de hormônios esteróides (testosterona, estrógeno, cortisol e progesterona). O excesso de colesterol pode causar depósito de gordura nos vasos sangüíneos. Seus componentes são: HDL-Colesterol: tem efeito protetor para as artérias, é considerado o bom colesterol. LDL-Colesterol: relacionado às doenças cardiovasculares, é o mau colesterol. VLDL-Colesterol: representa os triglicérides (um quinto destes).
12 LDL: Lipoproteína de baixa densidade, encarregada de transportar colesterol através do sangue. Devido à sua tendência em depositar o colesterol nas paredes arteriais e a produzir aterosclerose, tem sido denominada ”mau colesterol”.
13 HDL: Abreviatura utilizada para denominar um tipo de proteína encarregada de transportar o colesterol sanguíneo, que se relaciona com menor risco cardiovascular. Também é conhecido como “Bom Colesterolâ€. Seus valores normais são de 35-50mg/dl.
14 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
15 Insulina: Hormônio que ajuda o organismo a usar glicose como energia. As células-beta do pâncreas produzem insulina. Quando o organismo não pode produzir insulna em quantidade suficiente, ela é usada por injeções ou bomba de insulina.
16 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
17 Glicose: Uma das formas mais simples de açúcar.
18 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
19 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
20 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
21 Diabetes tipo 2: Condição caracterizada por altos níveis de glicose causada tanto por graus variáveis de resistência à insulina quanto por deficiência relativa na secreção de insulina. O tipo 2 se desenvolve predominantemente em pessoas na fase adulta, mas pode aparecer em jovens.
22 Osteoporose: Doença óssea caracterizada pela diminuição da formação de matriz óssea que predispõe a pessoa a sofrer fraturas com traumatismos mínimos ou mesmo na ausência deles. É influenciada por hormônios, sendo comum nas mulheres pós-menopausa. A terapia de reposição hormonal, que administra estrógenos a mulheres que não mais o produzem, tem como um dos seus objetivos minimizar esta doença.
23 Campainha:

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