Diabetes tipo 2 tem cura? Evidências atuais e estratégias de controle
O que é diabetes tipo 21?
O diabetes mellitus2 tipo 2 é uma doença crônica caracterizada pela incapacidade do organismo de manter o controle adequado da glicemia3 devido à resistência das células4 à ação da insulina5 e, em menor grau, à produção insuficiente desse hormônio6. Essa resistência impede que a glicose7 penetre nas células4 para exercer seus efeitos metabólicos, levando ao acúmulo de glicose7 no sangue8 (hiperglicemia9).
Essa é a forma mais prevalente de diabetes mellitus2, ocorrendo com maior frequência em adultos acima dos 40 anos, embora sua incidência10 esteja aumentando em jovens, adolescentes e até crianças.
No diabetes tipo 111, as células4 beta das ilhotas pancreáticas12 não produzem insulina5 suficiente para manter a glicemia3 normal. Já no tipo 2, fatores como hábitos alimentares inadequados, sedentarismo13 e predisposição genética contribuem para a resistência insulínica, associada ou não à deficiência parcial na secreção de insulina5.
Saiba mais sobre "Pré-diabetes14", "Retinopatia diabétia" e "Nefropatia15 diabética".
A diabetes tipo 21 tem cura?
Tradicionalmente, a resposta sempre foi que a doença não tem cura e ninguém poderia afirmar: “eu era diabético e não sou mais”. Entretanto, com acompanhamento médico regular, orientação nutricional individualizada, prática consistente de atividade física, manutenção do peso saudável e monitoramento periódico, é possível manter a glicemia3 sob controle e levar uma vida saudável.
Em alguns casos, é possível alcançar a chamada remissão, quando os níveis de glicose7 voltam ao normal sem necessidade de medicamentos, apenas com a manutenção de um estilo de vida saudável.
Controle do diabetes tipo 21
O manejo do diabetes16 tipo 2 envolve ajustes no padrão alimentar, priorizando carboidratos complexos e de baixo índice glicêmico, com refeições fracionadas ao longo do dia para evitar picos de glicemia3, redução do consumo de açúcares refinados e gorduras saturadas17 e aumento da ingestão de fibras, incluindo vegetais, legumes, frutas com casca, cereais integrais e leguminosas.
A prática de exercícios aeróbicos, como caminhada, bicicleta ou natação, por 30 a 60 minutos, pelo menos cinco vezes por semana, contribui para melhorar a sensibilidade à insulina5, especialmente quando associada à perda de 5% a 10% do peso corporal.
O sono adequado, de sete a nove horas por noite, também é fundamental para o equilíbrio metabólico. O uso regular da medicação prescrita e a aferição frequente da glicemia3, particularmente em pacientes que utilizam insulina5, são essenciais.
Em casos de difícil controle, pode-se recorrer à cirurgia metabólica, indicada para indivíduos com sobrepeso18 ou obesidade19 (IMC20 ≥30) e diabetes tipo 21 refratário ao tratamento clínico. Essa abordagem altera o trato digestivo para melhorar a sensibilidade à insulina5 e, em muitos casos, permite reduzir ou suspender medicamentos. No entanto, se as medidas de controle forem abandonadas, a doença pode reaparecer.
Leia sobre "Como medir os níveis de glicose7 no sangue8", "Avanços recentes no tratamento do diabetes16" e "Glicemia3 média estimada".
Avanço recente: primeiro caso documentado de possível cura
Em abril de 2024, médicos de Xangai, na China, publicaram na revista Cell Discovery o primeiro caso no mundo de aparente cura do diabetes tipo 21. O paciente, um homem de 59 anos, convivia com a doença há 25 anos e apresentava função das ilhotas pancreáticas12 gravemente comprometida. Ele foi submetido a um transplante de ilhotas pancreáticas12 reconstruídas a partir de células-tronco21 pluripotentes induzidas, obtidas por reprogramação de células4 mononucleares do seu próprio sangue8.
O procedimento foi realizado em 2021 e envolveu a reconstrução das ilhotas22 em ambiente artificial e o implante23 subsequente no pâncreas24. Essas novas ilhotas22 restabeleceram a produção de insulina5, permitindo que o paciente suspendesse a insulina5 na 11ª semana pós-transplante. Os medicamentos orais antidiabéticos foram gradualmente reduzidos a partir da 44ª semana e completamente descontinuados na 48ª semana. Ele permanece sem uso de insulina5 há quase três anos.
O objetivo do tratamento foi restaurar a função das ilhotas pancreáticas12 e prevenir complicações crônicas do diabetes16. As próximas etapas da pesquisa incluem ampliar o número de casos, avaliar a segurança e eficácia a longo prazo e desenvolver ilhotas pancreáticas12 para transplante que dispensem imunossupressão25. Embora este caso seja promissor, mais estudos são necessários antes que o método possa ser aplicado amplamente.
Veja também: "Hipersensibilidade ao açúcar26, intolerância ao açúcar26 e resistência à insulina27".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente do site da SBD - Sociedade Brasileira de Diabetes.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.