Exposição ao sol: benefícios vitais, riscos reais e proteção essencial
O que é a exposição ao sol?
A exposição ao sol, popularmente chamada de “tomar sol”, é uma prática comum em todo o mundo, seja para lazer, prática de esportes, relaxamento ou mesmo por motivos ocupacionais. A luz solar exerce funções essenciais no organismo, desde a síntese de vitaminas até a regulação do bem-estar psicológico. Contudo, quando ocorre de forma inadequada ou excessiva, pode trazer riscos importantes, sobretudo para a pele1.
Assim, representa uma verdadeira faca de dois gumes: benéfica em doses controladas, mas nociva em excesso.
Veja sobre "Lesões2 pré-cancerosas da pele1", "Câncer3 de pele1", "Melanoma4", "Insolação" e "Queimadura solar".
Efeitos benéficos da exposição ao sol
A exposição solar moderada está associada a inúmeros benefícios. O mais relevante é a síntese de vitamina5 D. Quando os raios ultravioleta B (UVB) atingem a pele1, ocorre a conversão do 7-deidrocolesterol em vitamina5 D3 (colecalciferol), essencial para a absorção de cálcio, o fortalecimento ósseo e a regulação imunológica. Níveis adequados de vitamina5 D ajudam na prevenção de osteoporose6, raquitismo7 e até algumas infecções8.
Além disso, a luz solar estimula a produção de serotonina, um neurotransmissor associado à sensação de bem-estar, o que pode reduzir sintomas9 de depressão sazonal. Também auxilia na regulação do ritmo circadiano10, melhorando a qualidade do sono.
Na dermatologia, a luz ultravioleta, quando utilizada sob supervisão médica (fototerapia), pode beneficiar pacientes com psoríase11, eczema12 e vitiligo13, aliviando inflamação14, prurido15 e descamação16.
Outro efeito culturalmente valorizado é o bronzeamento, que resulta do aumento da produção de melanina17. Embora ofereça alguma proteção natural contra os raios UV, essa barreira é limitada e nunca substitui o uso de fotoproteção adequada.
Efeitos maléficos da exposição ao sol
Quando excessiva ou inadequada, a radiação solar provoca efeitos agudos e crônicos. As queimaduras solares são as manifestações imediatas mais comuns, caracterizadas por eritema18, dor e, em casos graves, bolhas.
A longo prazo, ocorre o fotoenvelhecimento, resultado da penetração dos raios UVA na derme19, com degradação de colágeno20 e elastina, levando ao surgimento de rugas, manchas e perda de elasticidade21.
O risco mais preocupante é o desenvolvimento de câncer3 de pele1 (carcinoma22 basocelular, espinocelular e melanoma4). Os raios UV podem induzir mutações no DNA das células23 cutâneas24, favorecendo o crescimento descontrolado. Pessoas de pele1 clara, com histórico de queimaduras ou predisposição genética são particularmente vulneráveis.
Outros efeitos incluem:
- a hiperpigmentação, como no melasma25;
- a supressão imunológica local, que pode favorecer infecções8 ou reativação de herpes;
- e as reações de fotossensibilidade, desencadeadas por certos medicamentos (antibióticos, retinoides, anti-inflamatórios) ou cosméticos, que tornam a pele1 mais suscetível a erupções e alergias.
Leia também: "Cuidados com a pele1 para evitar o câncer3 de pele1".
Cuidados necessários durante a exposição ao sol
Para equilibrar benefícios e riscos, é fundamental adotar medidas de proteção. O uso regular de protetor solar de amplo espectro (FPS ≥30, idealmente 50 em peles claras ou exposições prolongadas) é a medida mais eficaz, devendo ser reaplicado a cada duas horas ou após contato com água e suor.
Também é importante evitar a exposição entre 10h e 16h, período de maior intensidade da radiação, preferindo atividades ao ar livre no início da manhã ou no fim da tarde. O uso de barreiras físicas (roupas com proteção UV, chapéus e óculos adequados) amplia a segurança.
A hidratação oral e cutânea26 deve ser incentivada, já que o sol favorece a desidratação27. Após a exposição, recomenda-se o uso de hidratantes calmantes, com aqueles com aloe vera. O autoexame da pele1 é essencial, e consultas regulares ao dermatologista devem ser incentivadas, principalmente em pacientes com histórico de exposição intensa.
Crianças, idosos e pessoas com doenças autoimunes28, como lúpus29, necessitam de proteção redobrada. Bebês30 com menos de seis meses não devem ser expostos diretamente ao sol. O bronzeamento artificial deve ser evitado, pois as câmaras de UVA são classificadas pela OMS como agentes carcinogênicos.
Por fim, uma dieta rica em antioxidantes, com frutas e vegetais, auxilia no combate ao estresse oxidativo induzido pelos raios UV.
Já pacientes em uso de fármacos fotossensibilizantes devem receber orientação médica individualizada sobre limitações de exposição.
Leia sobre "As cores da pele1 humana", "Melasma25", "Envelhecimento da pele1" e "Clareamento da pele1".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da SBD - Sociedade Brasileira de Dermatologia e do INCA - Instituto Nacional do Câncer.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.