Babesiose humana
O que é babesiose humana?
A babesiose afeta principalmente animais, incluindo bovinos, ovinos, equinos, cães e outros mamíferos, mas também pode afetar seres humanos. A babesiose humana é uma doença infecciosa causada por protozoários1 intraeritrocíticos do gênero babesia. No Brasil, a doença é rara, mas atualmente vem aumentando em frequência e alcance geográfico.
Ela foi nomeada dessa forma em homenagem ao patologista2 e microbiologista húngaro Victor Babes, o primeiro a descrevê-la em bovinos em 1888.
Quais são as causas da babesiose humana?
A causa mais comum de babesiose em seres humanos é a Babesia microti, embora existam outras. Ela primeiro infecta os roedores, que são seus principais reservatórios, e os carrapatos da família Ixodidae que são seus vetores habituais. Esses carrapatos são infectados enquanto se alimentam de um roedor infectado e transmitem o parasita3 para outro animal ou para o ser humano.
A Babesia entra nos eritrócitos4, amadurece e, então, divide-se de forma assexuada. Os eritrócitos4 (ou hemácias5, células6 vermelhas do sangue7) infectados eventualmente se rompem e liberam microrganismos que invadem outros eritrócitos4. Assim, a Babesia também pode ser transmitida por transfusão8 de sangue7 e possivelmente por transplante de órgãos.
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Qual é o substrato fisiopatológico da babesiose humana?
O substrato fisiopatológico da babesiose humana está relacionado à resposta imunológica e à destruição dos glóbulos vermelhos infectados. A infecção10 pela Babesia leva à ativação do sistema imunológico11, resultando na produção de citocinas12 pró-inflamatórias, como interleucina-1, interleucina-6 e fator de necrose13 tumoral. Essas citocinas12 desempenham um papel importante na resposta inflamatória. Além disso, a destruição dos glóbulos vermelhos infectados leva à anemia14.
Quais são as características clínicas da babesiose humana?
A babesiose impõe um fardo significativo para a saúde15, especialmente para aquelas pessoas que são imunocomprometidas e para aqueles que adquirem a infecção10 por meio de transfusão8 de sangue7. As infecções16 por Babesia podem ser assintomáticas ou podem produzir uma doença semelhante à malária. A doença é muito grave em pacientes com asplenia, idosos e pessoas com AIDS.
Os sintomas17 podem variar dependendo da espécie de Babesia envolvida e da saúde15 do indivíduo comprometido. Em animais, os sinais18 clínicos podem incluir febre9, letargia19, falta de apetite, anemia14, icterícia20 (coloração amarelada da pele21 e das mucosas22), urina23 escura e problemas neurológicos.
Em seres humanos, os sintomas17 podem ser semelhantes e incluir febre9, calafrios24, dores musculares, dores de cabeça25, dores articulares, dores abdominais, fadiga26, sudorese27, urina23 escura e, em casos mais graves, complicações renais, cardíacas ou respiratórias.
A maioria das pessoas infectadas não mostra sinais18 de doença, pelo menos inicialmente. Quando ocorrem os sintomas17, eles começam gradualmente em cerca de 1 a 6 semanas após a picada por um carrapato infectado.
Idosos e pessoas sem baço28 ou sem um sistema imunológico11 saudável são mais propensos a desenvolver sintomas17 graves. A morte por babesiose ocorre em até 20% das pessoas infectadas.
Como o médico diagnostica a babesiose humana?
O diagnóstico29 da babesiose humana envolve a identificação dos protozoários1 no sangue7, por meio de exames laboratoriais, como a análise microscópica de esfregaços sanguíneos ou testes sorológicos. O diagnóstico29 é confirmado com a identificação de parasitas intraeritrocíticos típicos em um esfregaço de sangue7 fino ou DNA de Babesia usando a PCR30 (Polymerase Chain Reaction).
Como o médico trata a babesiose humana?
O tratamento da babesiose humana é feito com medicamentos antiparasitários, como a clindamicina ou a azitromicina, administrados por via oral ou intravenosa. Em casos mais graves, a hospitalização e uma exsanguinotransfusão podem ser necessárias.
Medidas de proteção pessoal e comunitária podem limitar o avanço da infecção10, mas tem-se de reconhecer que nenhuma dessas medidas provavelmente impedirá a expansão contínua da Babesia em áreas endêmicas.
Como evolui a babesiose humana?
A evolução da babesiose humana depende de vários fatores, incluindo a resposta imune do indivíduo afetado e a prontidão do diagnóstico29 e do tratamento. A doença pode variar de uma infecção10 assintomática a uma condição grave que pode ser potencialmente fatal, especialmente em pessoas com sistema imunológico11 enfraquecido, idosos ou pessoas com doenças crônicas.
A maioria das pessoas saudáveis responde bem ao tratamento e se recupera completamente. No entanto, em casos mais graves, especialmente em pessoas com sistema imunológico11 enfraquecido, a babesiose pode exigir hospitalização e tratamento mais agressivo, como transfusões de sangue7.
Como prevenir a babesiose humana?
A prevenção envolve o controle de carrapatos, especialmente em áreas endêmicas, por meio de medidas de higiene e uso de produtos repelentes ou acaricidas em animais de estimação. É importante também evitar áreas infestadas de carrapatos e fazer verificações regulares para detectar e remover carrapatos aderidos à pele21.
Pessoas com asplenia e pacientes com AIDS devem ser particularmente cautelosos porque neles a babesiose é especialmente perigosa. Quando em áreas endêmicas, a prevenção contra os carrapatos deve ser feita por meio de caminhar sempre por estradas e trilhas, evitando andar no meio do mato ou na grama31; colocar as barras das calças por dentro de botas ou meias; usar camisas de manga longa e aplicar repelentes na superfície da pele21.
Quais são as complicações possíveis com a babesiose humana?
Em casos graves, a doença pode causar complicações, como insuficiência renal32, insuficiência respiratória33 aguda, distúrbios da coagulação34 e comprometimento do sistema nervoso central35.
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Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e da World Health Organization (WHO).
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.