Transfusão de sangue: o que é? Como ela é feita? Quando ela deve ser feita? Existe alguma complicação possível?
O que é o sangue1?
O sangue1 é um tecido2 vivo e renovável que circula ininterruptamente pelas artérias3, veias4 e interior do coração5, sob a forma líquida, levando oxigênio e nutrientes a todas as partes do corpo e conduzindo o gás carbônico para ser eliminado pelos pulmões6. Ele é composto de várias partes chamadas plasma7, plaquetas8, hemácias9, leucócitos10 etc., cada uma delas com funções específicas. Além disso, carrega proteínas11, elementos do sistema imunológico12 e fatores de coagulação13, entre outros. O sangue1 é produzido na medula óssea14 dos ossos chatos, como vértebras, costelas15, bacia, crânio16 e esterno17.
O que é transfusão18 de sangue1?
Transfusão18 de sangue1 é o ato pelo qual o médico transfere certa quantidade do sangue1 total ou de alguns dos seus componentes e derivados (plasma7, plaquetas8, hemácias9, leucócitos10, albumina19, fatores de coagulação13 etc.) de um indivíduo, chamado doador, para o sistema circulatório20 de outro indivíduo, chamado receptor.
O único substituto para o sangue1 de uma pessoa é o sangue1 compatível de uma outra pessoa que só pode ser administrado por meio de uma transfusão18 venosa.
Como se faz a transfusão18 de sangue1?
O sangue1 é colhido de um doador humano e conservado no interior de uma bolsa plástica descartável contendo anticoagulante21 e conservante.
O doador não corre nenhum risco de contaminação, porque todo o material utilizado é descartável. Ele deve ter idade entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50 quilos, estar em bom estado de saúde22, não ser dependente de tóxicos, não estar tomando certos medicamentos e realizar apenas "sexo seguro". Os doadores devem ser previamente examinados e vários exames de laboratórios devem ser feitos para se constatar se ele está em boas condições de saúde22 e que o sangue1 não se acha contaminado.
A gravidez23, as cirurgias recentes, a hipertensão24 ou a hipotensão arterial25, o uso de drogas ou de determinados medicamentos e a anemia26, só desqualificam o doador temporariamente, até que o problema seja superado.
O sangue1 em bom estado, ou alguns de seus componentes, pode então ser transfundido em uma ou várias pessoas que necessitam. Antes do início de uma transfusão18 deve ser feito um exame para assegurar a compatibilidade entre o sangue1 do doador e o do receptor. O sangue1 deve, então, ser administrado por meio de uma cânula do calibre apropriado, por via intravenosa. O volume a ser transfundido e o tipo de transfusão18 a ser feita devem ser determinados pelo médico. O mais comum é que sejam administrados de 450 a 500 mililitros de sangue1 total, num período de quatro horas. Um anti-histamínico pode ser dado ao receptor antes da transfusão18 para impedir ou minimizar possíveis reações indesejáveis. O paciente geralmente está internado em um hospital ou recebe a transfusão18 em um hemocentro, em regime de hospital-dia, sempre a critério médico.
Quando se deve fazer uma transfusão18 de sangue1?
As transfusões de sangue1 são realizadas com o intuito de restaurar os níveis de sangue1 no organismo, aumentar a capacidade de transportar o oxigênio, melhorar a imunidade27 ou corrigir distúrbio da coagulação13. Em algumas situações, as transfusões de sangue1 são salvadoras, como na perda maciça de sangue1 em uma hemorragia28 maciça, por exemplo. As transfusões de componentes específicos são determinadas pelo médico de acordo com a doença do paciente. Os Bancos de Sangue1 necessitam de uma quantidade muito grande de sangue1 para suprir as necessidades da população, devido ao grande número de acidentes e doenças que demandam transfusões. Para algumas funções do sangue1 não existem substitutos, mas a transfusão18, quando possível, é uma terapia cada vez mais útil e mais usada para tratar os efeitos causados por grandes hemorragias29, algumas doenças hematológicas (doenças do sangue1) e estados de choque30. Também é usada em cirurgias, traumatismos e hemorragias29 digestivas em que tenha havido perda de grande quantidade de sangue1. Em certas condições (como na hemofilia31, por exemplo), a transfusão18 de um determinado componente é preferível à do sangue1 total porque ela supre a necessidade específica do paciente e evita o desperdício dos demais. Esses componentes podem ser: hemácias9, plaquetas8, leucócitos10, fatores de coagulação13 ou plasma fresco congelado32, conforme as necessidades. Algumas pessoas podem requerer frequentes transfusões de sangue1 total ou de derivados do sangue1.
Quais cuidados são essenciais numa transfusão18 de sangue1?
O sangue1 do doador deve ser examinado quanto a ser sadio e não portar agentes patógenos de enfermidades transmissíveis. Quando da administração da transfusão18 deve ser observado se há compatibilidade entre o sangue1 do doador e o do receptor.
Quais são as complicações possíveis de uma transfusão18 sanguínea?
As transfusões de sangue1 não são uma prática isenta de riscos, embora a possibilidade de complicações seja pequena, desde que a transfusão18 obedeça aos critérios técnicos corretos. As transfusões só devem ser feitas quando se acredita que os benefícios serão maiores que os riscos. Os riscos mais importantes são devidos a falhas técnicas ou à manipulação inadequada do sangue1, que pode levar a contaminações ou a hemólises33. As doenças e infecções34 mais passíveis de transmissão são hepatite35, AIDS, citomegalovírus36, hemocromatose37 e infecções34 virais, entre outras. No entanto, mesmo as transfusões feitas corretamente podem desencadear algumas reações, habitualmente ligeiras e transitórias. As mais comuns delas consistem em uma febre38 ou uma breve reação hemolítica, ambas autorresolutivas.
Há outros riscos a serem avaliados pelo médico, que se devem à doença do paciente, como a sobrecarga de volume num paciente com insuficiência cardíaca congestiva39, por exemplo.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.