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Febre por mordida de rato

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Rato morde?

Em condições normais os ratos não mordem as pessoas e até as evitam. Os ratos têm mais medo das pessoas do que as pessoas têm medo dos ratos. Por isso, a mordida de rato é tão rara. No entanto, quando ameaçados ou agredidos, eles tentarão se esgueirar e arranhar ou morder para se defenderem.

O que é a febre1 por mordida de rato?

A febre1 por mordida de rato é uma doença humana rara, aguda e febril, causada por bactérias transmitidas por esses roedores. A doença tomou esse nome porque frequentemente ela é transmitida pelo fato dos ratos morderem a pele2 humana, criando uma porta de entrada para as bactérias.

Veja também sobre "Lepstospirose" e "Febre1 maculosa".

Quais são as causas da febre1 por mordida de rato?

A febre1 por mordida de rato é uma doença infecciosa que pode ser causada por duas bactérias diferentes: o Streptobacillus moniliformis, mais comum no Ocidente, e o Spirillum minus, que ocorre principalmente na Ásia. As pessoas adquirem a doença de roedores infectados ou através do consumo de alimentos ou de água contaminados com urina3, fezes ou secreções do animal, mas a maioria dos casos é devido à mordida do animal.

Quais são as principais características clinicas da febre1 por mordida de rato?

As mordidas de ratos podem ser superficiais ou profundas. Algumas pessoas terão as marcas de uma punção simples, enquanto outras exibirão múltiplas perfurações. Com frequência, ocorre um sangramento em consequência da mordida.

A mordida de ratos pode levar a outros males que não a chamada “febre por mordida de rato”. A saliva de algumas espécies de ratos pode veicular doenças perigosas, como leptospirose e Hantavirose4. Em outros casos, as vítimas de mordida de rato podem contrair o tétano5, que esses animais também podem transmitir. Embora essas infecções6 sejam raras, todas as picadas de roedores devem ser limpas e desinfectadas pronta e completamente.

Os sintomas7 mais comuns da mordida de rato, que geralmente ocorrem três a dez dias após um rato infectado morder uma pessoa, são dor, vermelhidão, inchaço8 local e, se ocorrer uma infecção9 secundária à mordida, pode haver a presença de pus10 na ferida. Se houver contaminação estreptobacilar da própria mordida (febre1 por mordida de rato), pode ocorrer febre1, dor muscular, vômitos11, dores nas articulações12, dor de cabeça13, febre1, erupções cutâneas14, úlcera15 no local da mordida, inchaço8 e linfonodos16 aumentados.

Ratos e camundongos muito raramente são infectados com raiva17 e, ao que parece, a mordida deles não transmite esta doença aos humanos.

Leia sobre "Tétano5", "Vacina18 contra o tétano5" e "Raiva17".

Como o médico diagnostica a febre1 por mordida de rato?

A febre1 por mordida de rato deve ser suspeitada em pessoas com história conhecida ou suspeita de exposição a esses roedores e que apresentem erupção19 cutânea20, febre1 e artrite21. A doença pode ser diagnosticada isolando o Streptobacillus moniliformis do sangue22, líquido sinovial23 ou outros fluidos corporais. Contudo, o Streptobacillus moniliformis é difícil de crescer em meio de cultura comum e requer meios específicos e condições especiais de incubação24.

O Spirillum minus não cresce em meios artificiais. Por esse motivo, o diagnóstico25 é feito através da identificação de espiroquetas características em microscopia.

Como o médico trata a febre1 por mordida de rato?

O tratamento de escolha para a febre1 por mordida de rato é a penicilina, mas podem ser usadas também as cefalosporinas, eritromicina, nitrofurantoína, bacitracina, tetraciclina e vancomicina, entre outros que sejam apontados como eficazes pelos testes de susceptibilidade26 aos antibióticos.

Para pacientes27 com alergia28 à penicilina, tanto a estreptomicina quanto a tetraciclina parecem ser efetivas. Os pacientes com endocardite29 por Streptobacillus moniliformis requerem terapia com doses altas de penicilina em combinação com estreptomicina ou gentamicina.

Como evolui a febre1 por mordida de rato?

Se não for convenientemente tratada, a febre1 por mordida de rato pode ser uma doença grave ou mesmo fatal. A vacina18 contra o tétano5 deve ser indicada para as pessoas que não a receberam nos últimos anos. Até hoje, não se conhece casos de transmissão da raiva17 por ratos ou outros roedores.

Como prevenir a febre1 por mordida de rato?

A prevenção da febre1 por mordida de rato consiste basicamente em:

  • Evitar a mordida do animal ou tomar certos cuidados no contato com eles.
  • Lavar as mãos30 depois de ter tido contato com eles.
  • Evitar comidas ou bebidas que possam ter entrado em contato com esses animais.
  • Se tiver em casa um ratinho branco de estimação, usar sempre luvas de borracha ao limpar a gaiola do animal.

Quais são as complicações possíveis da febre1 por mordida de rato?

Se não for tratada adequadamente, a febre1 por mordida de rato pode resultar em endocardite29, miocardite31, meningite32, pneumonia33 ou sepse34. A taxa de mortalidade35 para a enfermidade não tratada é de 7 a 13%.

Veja mais sobre "Endocardite29", "Miocardite31", "Meningite32", "Pneumonia33" e "Sepse34".

 

ABCMED, 2017. Febre por mordida de rato. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1307793/febre-por-mordida-de-rato.htm>. Acesso em: 19 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
2 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
3 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
4 Hantavirose: Hantaviroseoença causada pelos vírus do gênero Hantavírus, da família Bunyaviridae, causadores de febre ou pneumonia hemorrágica epidêmica, acompanhada de insuficiência renal. O vírus é contraído por contato direto ou indireto com as fezes de roedores infectados.
5 Tétano: Toxinfecção produzida por uma bactéria chamada Clostridium tetani. Esta, ao infectar uma ferida cutânea, produz uma toxina (tetanospasmina) altamente nociva para o sistema nervoso que produz espasmos e paralisia dos nervos afetados. Pode ser fatal. Existe vacina contra o tétano (antitetânica) que deve ser tomada sempre que acontecer um traumatismo em que se suspeita da contaminação por esta bactéria. Se a contaminação for confirmada, ou se a pessoa nunca recebeu uma dose da vacina anteriormente, pode ser necessário administrar anticorpos exógenos (de soro de cavalo) contra esta toxina.
6 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
7 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
8 Inchaço: Inchação, edema.
9 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
10 Pus: Secreção amarelada, freqüentemente mal cheirosa, produzida como conseqüência de uma infecção bacteriana e formada por leucócitos em processo de degeneração, plasma, bactérias, proteínas, etc.
11 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
12 Articulações:
13 Cabeça:
14 Cutâneas: Que dizem respeito à pele, à cútis.
15 Úlcera: Ferida superficial em tecido cutâneo ou mucoso que pode ocorrer em diversas partes do organismo. Uma afta é, por exemplo, uma úlcera na boca. A úlcera péptica ocorre no estômago ou no duodeno (mais freqüente). Pessoas que sofrem de estresse são mais susceptíveis a úlcera.
16 Linfonodos: Gânglios ou nodos linfáticos.
17 Raiva: 1. Doença infecciosa freqüentemente mortal, transmitida ao homem através da mordida de animais domésticos e selvagens infectados e que produz uma paralisia progressiva juntamente com um aumento de sensibilidade perante estímulos visuais ou sonoros mínimos. 2. Fúria, ódio.
18 Vacina: Tratamento à base de bactérias, vírus vivos atenuados ou seus produtos celulares, que têm o objetivo de produzir uma imunização ativa no organismo para uma determinada infecção.
19 Erupção: 1. Ato, processo ou efeito de irromper. 2. Aumento rápido do brilho de uma estrela ou de pequena região da atmosfera solar. 3. Aparecimento de lesões de natureza inflamatória ou infecciosa, geralmente múltiplas, na pele e mucosas, provocadas por vírus, bactérias, intoxicações, etc. 4. Emissão de materiais magmáticos por um vulcão (lava, cinzas etc.).
20 Cutânea: Que diz respeito à pele, à cútis.
21 Artrite: Inflamação de uma articulação, caracterizada por dor, aumento da temperatura, dificuldade de movimentação, inchaço e vermelhidão da área afetada.
22 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
23 Líquido sinovial: Gel viscoso e transparente que lubrifica as estruturas que banha, minorando o atrito entre elas. Ele é encontrado na cavidade da cápsula articular.
24 Incubação: 1. Ato ou processo de chocar ovos, natural ou artificialmente. 2. Processo de laboratório, por meio do qual se cultivam microrganismos com o fim de estudar ou facilitar o seu desenvolvimento. 3. Em infectologia, é o período que vai da penetração do agente infeccioso no organismo até o aparecimento dos primeiros sinais da doença.
25 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
26 Susceptibilidade: 1. Ato, característica ou condição do que é suscetível. 2. Capacidade de receber as impressões que põem em exercício as ações orgânicas; sensibilidade. 3. Disposição ou tendência para se ofender e se ressentir com (algo, geralmente sem importância); delicadeza, melindre. 4. Em física, é o coeficiente de proporcionalidade entre o campo magnético aplicado a um material e a sua magnetização.
27 Para pacientes: Você pode utilizar este texto livremente com seus pacientes, inclusive alterando-o, de acordo com a sua prática e experiência. Conheça todos os materiais Para Pacientes disponíveis para auxiliar, educar e esclarecer seus pacientes, colaborando para a melhoria da relação médico-paciente, reunidos no canal Para Pacientes . As informações contidas neste texto são baseadas em uma compilação feita pela equipe médica da Centralx. Você deve checar e confirmar as informações e divulgá-las para seus pacientes de acordo com seus conhecimentos médicos.
28 Alergia: Reação inflamatória anormal, perante substâncias (alérgenos) que habitualmente não deveriam produzi-la. Entre estas substâncias encontram-se poeiras ambientais, medicamentos, alimentos etc.
29 Endocardite: Inflamação aguda ou crônica do endocárdio. Ela pode estar preferencialmente localizada nas válvulas cardíacas (endocardite valvular) ou nas paredes cardíacas (endocardite parietal). Pode ter causa infecciosa ou não infecciosa.
30 Mãos: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
31 Miocardite: 1. Inflamação das paredes musculares do coração. 2. Infecção do miocárdio causada por bactéria, vírus ou outros microrganismos.
32 Meningite: Inflamação das meninges, aguda ou crônica, quase sempre de origem infecciosa, com ou sem reação purulenta do líquido cefalorraquidiano. As meninges são três membranas superpostas (dura-máter, aracnoide e pia-máter) que envolvem o encéfalo e a medula espinhal.
33 Pneumonia: Inflamação do parênquima pulmonar. Sua causa mais freqüente é a infecção bacteriana, apesar de que pode ser produzida por outros microorganismos. Manifesta-se por febre, tosse, expectoração e dor torácica. Em pacientes idosos ou imunodeprimidos pode ser uma doença fatal.
34 Sepse: Infecção produzida por um germe capaz de provocar uma resposta inflamatória em todo o organismo. Os sintomas associados a sepse são febre, hipotermia, taquicardia, taquipnéia e elevação na contagem de glóbulos brancos. Pode levar à morte, se não tratada a tempo e corretamente.
35 Mortalidade: A taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um dado demográfico do número de óbitos, geralmente para cada mil habitantes em uma dada região, em um determinado período de tempo.
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