Febre emocional - O que pode causá-la? Quais são as suas características?
O que é febre1 emocional?
Entre as febres que não sejam inflamatórias e/ou infecciosas, a febre1 emocional (também chamada febre1 psicogênica2) é uma das mais frequentes. Ela é uma condição psicossomática em que a temperatura do corpo se eleva diante de uma situação estressante, causando sensação de calor intenso, suor excessivo e dor de cabeça3.
Foi reconhecida nos primeiros anos do século XX, mas ainda há médicos que se recusam a reconhecer sua existência. A primeira descrição de um evento desta natureza parece ter sido feita pelo médico Falcon-Lesses em 1930.
Quais são as causas da febre1 emocional?
A febre1 emocional ocorre em razão de situações estressantes e é encontrada principalmente em pessoas com histórico de transtornos mentais, ansiedade aguda e doenças físicas.
Em crianças, ela pode ocorrer devido a mudanças na rotina, que para elas representam um grande estresse. Imagine o que representa para as crianças, por exemplo, irem à escola pelo primeiro dia: deixar o ambiente conhecido do lar pelo da escola, ou seja, deixar de estar em companhia de pessoas conhecidas e protetoras por outras desconhecidas.
Pode ocorrer também em ocasiões de bastante trauma, como, por exemplo, perda de um familiar, ou pode surgir devido a distúrbios psicológicos como estresse pós-traumático, transtorno de ansiedade generalizada e até síndrome4 do pânico.
O aumento rápido e exagerado da temperatura corporal também pode acontecer em pessoas que sofrem de doenças como fibromialgia5 e encefalomielite miálgica (mais conhecida como síndrome4 da fadiga6 crônica).
Leia sobre "Ansiedade de separação", "Ansiedade infantil" e "Transtorno ansioso social".
Qual é o substrato fisiopatológico da febre1 emocional?
O mecanismo da febre1 emocional ainda não é entendido. A febre1 emocional atinge temperaturas maiores que 37°C, podendo chegar aos 40°C ou mais. Isso acontece porque as células7 do cérebro8 reagem ao estresse fazendo com que a temperatura do corpo aumente e os vasos sanguíneos9 fiquem mais comprimidos, causando vermelhidão no rosto e aumento dos batimentos cardíacos.
Estudos em animais demonstraram que o estresse psicológico neles aumenta a temperatura corporal por meio de mecanismos distintos daqueles da febre1 infecciosa, e que o sistema nervoso10 simpático11 desempenha um papel importante no desenvolvimento da hipertermia induzida por estresse. Os animais cronicamente estressados exibem uma resposta febril a um novo estresse. As temperaturas corporais elevadas de fundo emocional podem ser um complexo desses diversos tipos de respostas hipertérmicas.
Quais são as características clínicas da febre1 emocional?
A febre1 emocional é uma condição vista principalmente em mulheres jovens e pode se apresentar sob diversas aparências, tanto no que diz respeito à sua magnitude quanto à sua manifestação clínica. Alguns pacientes desenvolvem temperaturas extremamente altas (acima de 40°C) quando expostos a eventos emocionais estressantes, enquanto outros exibem uma febre1 baixa (37ºC - 38ºC) persistente, que pode durar meses e mesmo anos, em situações de estresse crônico12.
A febre1 emocional, embora predomine em mulheres jovens, pode acometer qualquer pessoa, em qualquer idade. Em crianças, como foi dito, ela acontece devido a acontecimentos específicos desta idade que geram estresse, como, por exemplo, início da ida à creche ou escola, perda de algum familiar próximo e devido a outros sentimentos comuns na infância que ocorrem por causa de mudanças em suas rotinas.
Além da elevação da temperatura corporal, podem surgir sensação de calor intenso, vermelhidão no rosto, suor excessivo, fadiga6, dor de cabeça3 e insônia.
Estes sintomas13 podem não aparecer ao mesmo tempo, no entanto, se surgirem e durarem por mais de 48 horas, é recomendado procurar um atendimento médico rapidamente para verificar as causas, que muitas vezes podem indicar outros tipos de doenças, como infecções14 ou inflamações15.
Veja também sobre "Trauma psicológico", "Estresse tóxico", "Esgotamento mental" e "Doenças psicossomáticas".
Como o médico diagnostica a febre1 emocional?
Nem sempre é fácil de se estabelecer uma etiologia16 emocional para a febre1. O diagnóstico17 costuma ser feito por exclusão de qualquer causa infecciosa ou de outra natureza. Quando o atual não é o primeiro episódio e há uma história prévia a respeito, ou quando há um trauma emocional evidente, coincidente com a febre1, torna-se mais fácil estabelecer a natureza emocional do aumento de temperatura.
Como o médico trata a febre1 emocional?
Uma vez detectado o episódio desencadeante (gatilho), ele deve ser evitado. Quanto a medicações, a febre1 emocional não é atenuada por drogas antipiréticas, mas sim por drogas psicotrópicas de efeito ansiolítico e sedativo ou pela resolução das dificuldades do paciente por meio da psicoterapia. No caso de episódios recorrentes, recomenda-se o acompanhamento psicológico.
Como evolui a febre1 emocional?
A febre1 emocional pode desaparecer espontaneamente dentro de, no máximo, 48 horas. No entanto, os seus efeitos podem persistir por maior tempo.
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do NIH – National Institutes of Health e da PsyichCentral.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.