Hipertermia: quais as diferenças entre hipertermia e febre? O que deve ser feito?
O que é hipertermia?
A hipertermia, que é a elevação da temperatura do corpo, ocorre quando o organismo produz ou absorve mais calor do que consegue dissipar. Constitui uma emergência1 médica que requer tratamento imediato para evitar complicações, inclusive a morte. A hipertermia difere da febre2 no fato de que nela o mecanismo de ajuste da temperatura do corpo permanece inalterado, ao contrário do que ocorre na febre2. A temperatura humana normal, medida nas axilas, é de 36,5° C. Temperaturas corporais mais altas, mas inferiores a 40 °C em geral não representam risco de morte. Em casos em que a temperatura corporal eleva-se a patamares superiores a 40 °C, podem-se detectar convulsões e, se a temperatura exceder 43 °C, o quadro pode levar à morte. A hipertermia pode ser também usada como forma de tratamento médico de algumas doenças, através de sua indução por meio de medicamentos ou dispositivos médicos. Em contraste com a febre2, a hipertermia ocorre sem nenhuma mudança nos centros nervosos de controle térmico.
Quais são as causas da hipertermia?
Há várias causas de hipertermia, contudo elas são menos comuns do que as causas da febre2. As causas mais comuns de hipertermia incluem exposição ao calor excessivo e reações adversas a determinados medicamentos. A combinação de calor e umidade sobrecarrega os mecanismos de regulação de calor. A hipertermia pode ser causada tanto por fatores externos, como exposição ao sol, permanência numa banheira quente por longo tempo, proximidade a locais muito aquecidos ou por fatores internos, em virtude de alguma doença. Toda doença ou trauma que afete o hipotálamo3 pode comprometer os mecanismos de produção e regulação térmicas. Há ainda outra condição hereditária, chamada hipertermia maligna, que geralmente é desencadeada nas pessoas susceptíveis ao receberem determinadas substâncias anestésicas.
Quais são os principais sinais4 e sintomas5 da hipertermia?
As temperaturas corporais elevadas implicam no comprometimento da ação das enzimas que funcionam como catalisadores das reações metabólicas. É importante diferenciar a hipertermia da febre2, embora terminologicamente a febre2 seja um tipo de hipertermia. Os dois processos têm causas, natureza, manifestações e soluções diferentes. Num estágio inicial a hipertermia causa transpiração6 intensa, respiração rápida e pulso fraco e rápido; mas se a doença progredir pode haver secura da pele7 e dilatação dos vasos sanguíneos8, numa tentativa de aumentar a perda de calor. Outros sinais4 incluem desidratação9 intensa, náuseas10, vômitos11, dores de cabeça12 e pressão arterial13 baixa, desmaios ou tonturas14. Eventualmente, pode ocorrer falência dos órgãos, inconsciência15 e morte.
Como o médico diagnostica a hipertermia?
A hipertermia é diagnosticada pela combinação de temperatura corporal elevada com uma história clínica que aponta neste sentido. Essa história mostra que a temperatura elevada foi consequência de exposição a um ambiente excessivamente quente e úmido ou ocorreu em alguém que esteja tomando um medicamento que tenha a hipertermia como um efeito colateral16 possível. A hipertermia deve ser diferenciada da febre2, porque nela há também os demais sintomas5 relacionados à infecção17. As medicações que abaixam a febre2 não têm o mesmo efeito nas hipertermias, a tal ponto que se esses medicamentos usados para redução de febre2 baixarem a temperatura do corpo, então a hipertermia estará excluída.
Como o médico trata a hipertermia?
O tratamento imediato da hipertermia visa levar o corpo a perder calor para o ambiente, já que os antipiréticos18 usados nas febres não fazem efeito no tratamento da hipertermia. Ou seja, para resolver a hipertermia são usados métodos de resfriamento mecânicos, tais como imergir o paciente em água morna ou fria, assentá-lo diante de um ventilador, levá-lo para um ambiente refrigerado, remover suas roupas, etc. A seguir, deve-se tentar remover a causa subjacente.
Como prevenir a hipertermia?
A evaporação do suor é a maneira natural de proteger-se da hipertermia. As pessoas devem usar roupas leves ou, em alguns casos, deixar de usá-las. Em casos de esforço físico deve-se manter o ambiente refrigerado.
Como evolui a hipertermia?
Temperaturas acima de 40° C devem ser consideradas uma emergência1 médica e geralmente exigem hospitalização. Em um hospital, serão adotadas medidas agressivas de refrigeração, hidratação intravenosa, lavagem gástrica19 com soro20 fisiológico21 gelado e até mesmo hemodiálise22 para arrefecer o sangue23.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.