Atalho: 6CUHWRD
Gostou do artigo? Compartilhe!

Febre. Por que temos febre?

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie este artigo

O que é a febre1?

Febre1 (ou pirexia2) é a elevação da temperatura corporal para além dos limites considerados normais (36° a 37,4°C). A febre1 não é uma doença, mas um sintoma3. Até certo ponto, ela possui papel adaptativo positivo de defesa orgânica e não necessita de intervenção médica rápida na maioria dos casos.

A febre1 é uma reação orgânica primitiva contra algum mal que esteja afetando o organismo. Geralmente é vista pelos médicos apenas como um sinal4 de que algo não está indo bem.

A sensação ruim que ela acarreta faz com que a pessoa descanse e poupe energia. Contudo, pode também desencadear consequências mais graves como as convulsões, em pessoas susceptíveis. Geralmente ela ocorre em resposta a substâncias pirogênicas secretadas pelos macrófagos5, sendo a mais conhecida delas a interleucina. Essas substâncias pirogênicas liberam as prostaglandinas6 que agem no centro termorregulador do hipotálamo7, alterando-o.

Quais são as causas da febre1?

Além de causas infecciosas, a febre1 também pode dever-se a lesões8 teciduais extensas, inflamações9, rejeições de enxertos, processos malignos, transfusões sanguíneas incompatíveis, doenças autoimunes10, reações alérgicas, insolações, exercícios físicos excessivos, etc.

A febre1 é uma das causas mais frequentes de visitas aos consultórios pediátricos.

A ausência dela em situações nas quais se esperaria que ela estivesse presente chama-se apirexia e em geral se verifica em pessoas extremamente debilitadas, como idosos ou doentes em estados terminais.

Quais são os sinais11 e sintomas12 da febre1?

O sinal4 principal da febre1 é a elevação da temperatura corporal. A pessoa febril geralmente apresenta sensação de frio, taquicardia13, sudorese14, calafrios15, adinamia, sonolência.

Como se mede a temperatura corporal?

A temperatura corporal pode ser grosseiramente avaliada colocando-se o dorso16 da mão17 na testa ou no pescoço18 da pessoa que se supõe febril. Para ser verificada com maior exatidão, utiliza-se um termômetro. O termômetro pode ser colocado na boca19, na axila, na membrana timpânica20 ou no ânus21.

As temperaturas medidas em várias partes do corpo apresentam valores diferentes:

  • A temperatura axilar pode variar entre 35,5°C e 37°C, com média de 36 a 36,5°C.
  • A temperatura bucal varia entre 36°C e 37,4°C.
  • A temperatura retal entre 36°C e 37,5°C.

Medida na axila, método mais comum entre nós, chama-se de estado febril quando a temperatura está até 37,5°C e, após este valor, denomina-se “febre”.

A temperatura corporal normal geralmente é mais elevada no primeiro ano de vida, ao fim do dia mais que pela madrugada ou pela manhã e nas mulheres mais que nos homens, guardando certa relação com o ciclo menstrual.

Normalmente, as crianças são mais afetadas pela febre1 que os adultos, porque todos os vírus22 e bactérias ainda são desconhecidos do organismo delas.

A febre1 segue algum padrão?

Muitas vezes o médico se baseia, para estabelecer uma hipótese diagnóstica, muito mais nos padrões assumidos pela febre1 do que nos valores numéricos dela. Assim, há febres contínuas, febres intermitentes23, febres altas, febres baixas, febres que variam consistentemente com o ritmo circadiano24 e que são mais frequentes pela manhã ou pela tarde, febres periódicas, etc. Estes padrões podem orientar o diagnóstico25 de quadros clínicos distintos.

Como a febre1 deve ser tratada?

Com o desaparecimento da sua condição causal, a febre1 também desaparece. Em um nível tolerável (geralmente abaixo de 38º C), nenhuma providência é requerida. Acima disso, banhos mornos ou resfriamento do ambiente contribuem para baixar a febre1. Há também medicações, chamadas antipiréticas, que agem muito eficazmente no mesmo sentido, como o paracetamol, a dipirona, o ibuprofeno, o cetoprofeno e o ácido acetilsalicílico.

ABCMED, 2012. Febre. Por que temos febre?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/288160/febre-por-que-temos-febre.htm>. Acesso em: 19 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
2 Pirexia: Sinônimo de febre. É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
3 Sintoma: Qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. O sintoma é a queixa relatada pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
4 Sinal: 1. É uma alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida. 2. Som ou gesto que indica algo, indício. 3. Dinheiro que se dá para garantir um contrato.
5 Macrófagos: É uma célula grande, derivada do monócito do sangue. Ela tem a função de englobar e destruir, por fagocitose, corpos estranhos e volumosos.
6 Prostaglandinas: É qualquer uma das várias moléculas estruturalmente relacionadas, lipossolúveis, derivadas do ácido araquidônico. Ela tem função reguladora de diversas vias metabólicas.
7 Hipotálamo: Parte ventral do diencéfalo extendendo-se da região do quiasma óptico à borda caudal dos corpos mamilares, formando as paredes lateral e inferior do terceiro ventrículo.
8 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
9 Inflamações: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc. Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
10 Autoimunes: 1. Relativo à autoimunidade (estado patológico de um organismo atingido por suas próprias defesas imunitárias). 2. Produzido por autoimunidade. 3. Autoalergia.
11 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
12 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
13 Taquicardia: Aumento da frequência cardíaca. Pode ser devido a causas fisiológicas (durante o exercício físico ou gravidez) ou por diversas doenças como sepse, hipertireoidismo e anemia. Pode ser assintomática ou provocar palpitações.
14 Sudorese: Suor excessivo
15 Calafrios: 1. Conjunto de pequenas contrações da pele e dos músculos cutâneos ao longo do corpo, muitas vezes com tremores fortes e palidez, que acompanham uma sensação de frio provocada por baixa temperatura, má condição orgânica ou ainda por medo, horror, nojo, etc. 2. Sensação de frio e tremores fortes, às vezes com bater de dentes, que precedem ou acompanham acessos de febre.
16 Dorso: Face superior ou posterior de qualquer parte do corpo. Na anatomia geral, é a região posterior do tronco correspondente às vértebras; costas.
17 Mão: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
18 Pescoço:
19 Boca: Cavidade oral ovalada (localizada no ápice do trato digestivo) composta de duas partes
20 Membrana Timpânica: Membrana semi-transparente (oval), que separa da cavidade timpânica (ORELHA MÉDIA) o Meato Acústico Externo. Contém três camadas
21 Ânus: Segmento terminal do INTESTINO GROSSO, começando na ampola do RETO e terminando no ânus.
22 Vírus: Pequeno microorganismo capaz de infectar uma célula de um organismo superior e replicar-se utilizando os elementos celulares do hospedeiro. São capazes de causar múltiplas doenças, desde um resfriado comum até a AIDS.
23 Intermitentes: Nos quais ou em que ocorrem interrupções; que cessa e recomeça por intervalos; intervalado, descontínuo. Em medicina, diz-se de episódios de febre alta que se alternam com intervalos de temperatura normal ou cujas pulsações têm intervalos desiguais entre si.
24 Ritmo circadiano: Também conhecido como ciclo circadiano, o ritmo circadiano representa o período de um dia (24 horas) no qual se completam as atividades do ciclo biológico dos seres vivos. Uma das funções deste sistema é o ajuste do relógio biológico, controlando o sono e o apetite. Através de um marca-passo interno que se encontra no cérebro, o ritmo circadiano regula tanto os ritmos materiais quanto os psicológicos, o que pode influenciar em atividade como: digestão em vigília, renovação de células e controle de temperatura corporal.
25 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.

Resultados de busca relacionada no catalogo.med.br:

Marco Antonio Correa Galvao

Clínico Geral

Araguaína/TO

Você pode marcar online Ver horários disponíveis

Omar Rodrigues Soares

Clínico Geral

Bragança Paulista/SP

Gostou do artigo? Compartilhe!

Pergunte diretamente a um especialista

Sua pergunta será enviada aos especialistas do CatalogoMed, veja as dúvidas já respondidas.