Disfagia e odinofagia
O que são disfagia1 e odinofagia2?
Disfagia1 é um sintoma3 e não uma doença. É a dificuldade de engolir alimentos sólidos ou líquidos, e até mesmo saliva, com a sensação de que a comida ou a bebida “arranha” ou fica “presa” ao passar pela garganta4. Pode ser de dois tipos: (1) disfagia1 orofaríngea5, que afeta a cavidade bucal e a faringe6, e (2) disfagia1 esofágica, que afeta a passagem do alimento depois do processo de deglutição7.
Tal como a disfagia1, a odinofagia2 é também um sintoma3 e não uma doença. Caracteriza-se pela dor que acontece ao engolir alimentos, bebidas ou saliva. A dor pode ser sentida na boca8, mas mais frequentemente é referida à garganta4. As dificuldades de deglutição7 podem acompanhar a dor, mas muitas vezes a odinofagia2 é uma condição isolada.
Nem sempre é possível diferenciar uma condição da outra, visto que ambas são relacionadas com o ato de engolir. No entanto, a disfagia1 é uma dificuldade para engolir, enquanto a odinofagia2 é a dor ao engolir, sendo que as duas podem ocorrer ao mesmo tempo ou de forma separada.
A disfagia1 é considerada mais grave, pois pode causar tosse ou engasgo, resultar em irritação ou infecção9 nos pulmões10 e levar ao surgimento de pneumonia11. A odinofagia2 consiste na dor, mas o ato de engolir permanece normal.
Leia sobre "Esofagite12", "Acalásia", "Hérnia13 de hiato" e "Refluxo Gastroesofágico14".
Quais são as causas da disfagia1 e da odinofagia2?
A disfagia1 pode resultar de distúrbios do cérebro15 ou do sistema nervoso16, distúrbios dos músculos17 em geral ou distúrbios específicos do esôfago18.
Os distúrbios do cérebro15 e do sistema nervoso16 podem incluir:
Os distúrbios gerais musculares que causam dificuldade em engolir incluem:
Um bloqueio físico do esôfago18 pode resultar de:
- tumores ou membranas de tecido24 dentro do órgão;
- cicatrizes25 devidas a refluxo gastroesofágico14 crônico26 ou ingestão de um líquido cáustico;
- outra possibilidade de obstrução é que o esôfago18 seja comprimido por uma estrutura adjacente.
Os distúrbios de motilidade esofágica que levam à dificuldade de engolir incluem:
- acalásia;
- espasmos27 esofágicos;
- e a esclerodermia (esclerose21 sistêmica), que também pode causar um distúrbio da motilidade esofágica.
A odinofagia2 pode ter causas inflamatórias, infecciosas ou não infecciosas.
Entre as causas inflamatórias contam-se:
- a faringite28;
- a laringite29;
- a amigdalite; etc.
Entre as infecciosas incluem-se:
- as infecções30 por estreptococos;
- a candidíase31 (infecção9 pela Candida albicans);
- a coqueluche32; etc.
Entre as causas não infecciosas estão todas aquelas que produzem algum tipo de ferimento na garganta4, como:
- espinhas;
- úlceras33;
- excesso de fumo e álcool;
- desgaste vocal;
- câncer34 das vias respiratórias; etc.
A odinofagia2 pode também ser causada por alguns tratamentos médicos, como as terapias de radiação ou a prescrição de certos medicamentos.
Qual é o substrato fisiopatológico da disfagia1 e da odinofagia2?
Para a maioria das pessoas, a deglutição7 parece algo muito simples, mas trata-se na verdade de um processo bastante complexo. Para que a deglutição7 ocorra normalmente, o cérebro15 deve coordenar de forma inconsciente a atividade de vários pequenos músculos17 da garganta4 e do esôfago18. Esses músculos17 devem se contrair, com força suficiente e na sequência apropriada, para empurrar os alimentos da boca8 para o fundo da garganta4 e, então, para o esôfago18. Finalmente, a parte inferior do esôfago18 deve se relaxar para permitir que os alimentos entrem no estômago35.
Quais são as características clínicas da disfagia1 e da odinofagia2?
Os sinais36 e sintomas37 associados à disfagia1 podem incluir dor, incapacidade de engolir, sensação de comida ficando presa na garganta4, babar, rouquidão, comida voltando (regurgitação38), azia39 frequente, perda de peso, tosse ou engasgo ao engolir.
Se a odinofagia2 tiver uma causa simples como, por exemplo, um resfriado, a dor ao engolir se resolverá por si mesma dentro de pouco tempo. Quando a dor é crônica, ela pode estar relacionada com alguma causa subjacente que precisa ser identificada e tratada. As mais conhecidas podem ser câncer34, infecção9 por Candida albicans, refluxo gastroesofágico14, HIV40 e úlceras33/aftas.
Como o médico diagnostica a disfagia1 e a odinofagia2?
Para diagnosticar a disfagia1 o médico provavelmente fará uma história clínica dirigida e pedirá exames, tais como radiografia com um material de contraste, estudo dinâmico da deglutição7, endoscopia41 para visualizar o esôfago18, exame do músculo esofágico (manometria) e escaneamento de imagens.
A odinofagia2 é diagnosticada por meio de uma endoscopia41 digestiva alta que permite ao médico visualizar a garganta4 e o esôfago18 do paciente. O médico pode também solicitar alguns exames relacionados a qualquer causa subjacente suspeitada.
Como o médico trata a disfagia1 e a odinofagia2?
O tratamento da disfagia1 envolve desde o aprendizado de exercícios e técnicas de deglutição7 até tratamentos mais radicais, como a cirurgia, por exemplo. Técnicas de dilatação podem ser empregadas quando o esôfago18 está estreitado por qualquer motivo. Antiácidos42 e corticoides podem ser usados, respectivamente, em caso de refluxo gastroesofágico14 ou de esofagite12 eosinofílica. Para casos de espasmos27 de músculos17 lisos esofágicos, podem ser usados relaxantes musculares.
É possível também que o médico recomende alguma dieta especial, o que ajuda a aliviar os sintomas37 do paciente. Caso essas providências não sejam suficientes para que o paciente volte a engolir normalmente, pode ser necessária a instalação de uma sonda nasogástrica43. Em casos mais severos pode ser feita uma cirurgia de reconstrução do esôfago18.
O tratamento correto da odinofagia2 depende da sua causa subjacente. Se o médico não detectar nenhuma condição subjacente, a dor ao engolir pode ser devido a um simples resfriado ou alergia44, e se corrigirá por si mesma. Em outros casos, o tratamento pode ser feito com medicações ou até com cirurgia.
As medicações a serem usadas dependem novamente das causas subjacentes. Assim, antiácidos42 podem ser usados em casos de refluxo gastroesofágico14 que chegue até a faringe6. Medicações também podem ser usadas em outros casos como, por exemplo, HIV40 ou infecções30 por Candida albicans. As cirurgias são utilizadas em casos de tumor45 ou de refluxos gastroesofágicos que não se corrigem com medicação.
Quais são as complicações possíveis com a disfagia1 e a odinofagia2?
A dificuldade de engolir pode fazer com que as pessoas inalem (aspirem) secreções e/ou materiais da boca8 ao comerem ou beberem e a aspiração pode causar pneumonia11 aguda. Se a aspiração ocorrer por um longo período, as pessoas podem desenvolver doenças pulmonares crônicas. As pessoas que sofrem de disfagia1 por muito tempo frequentemente ficam desnutridas e perdem peso.
Veja também sobre "Câncer34 de esôfago18", "Esofagite12 erosiva" e "Esofagite de refluxo46".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente do site da Mayo Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.