Dermatomiosite: definição, causas, fisiopatologia, sinais e sintomas, diagnóstico, tratamento, prevenção e evolução
O que é dermatomiosite?
Dermatomiosite (também chamada de dermatopolimiosite) é uma doença inflamatória crônica do tecido conjuntivo1 que compromete a pele2 e os músculos3. A dermatomiosite geralmente tem uma inflamação4 muscular associada (uma polimiosite), à qual se devem muitos dos seus sintomas5. Diferencia-se dela porque também há manifestações dermatológicas.
Quais são as causas da dermatomiosite?
As causas da dermatomiosite ainda não são totalmente conhecidas, mas acredita-se que alguns vírus6 e certas reações autoimunes7 desempenhem um papel importante no desencadeamento desta enfermidade. A dermatomiosite e a polimiosite podem aparecer isoladamente ou fazerem parte de outros problemas do tecido conjuntivo1.
Qual é a fisiopatologia8 da dermatomiosite?
Os mecanismos imunitários de defesa do organismo identificam e atacam os elementos agressores estranhos, como fazem, por exemplo, com as bactérias e os vírus6. Quando, por qualquer motivo, se verifica uma alteração nesta capacidade, o organismo passa a reconhecer como estranhos os próprios componentes e o sistema de defesa passa a agredir a si próprio e a causar alterações em suas estruturas e funções. Quando isto ocorre, fala-se em enfermidades autoimunes7. A pele2 e os músculos3 não ficam alheios a estas possibilidades e, quando elas atingem as fibras musculares9, tem-se as miopatias inflamatórias das quais as mais comuns são a dermatomiosite e a polimiosite que a acompanha.
Quais são os principais sinais10 e sintomas5 da dermatomiosite?
Em geral, a doença começa durante ou logo após uma infecção11. A dermatomiosite manifesta-se quase sempre entre os 40 e os 60 anos ou em crianças dos 5 aos 15 anos de idade, sendo duas vezes mais frequente nas mulheres que nos homens. As dermatomiosites se fazem acompanhar de uma miopatia12 inflamatória, igual à da polimiosite, e os sintomas5 da dermatomiosite e da polimiosite são similares.
Nas zonas da pele2 expostas ao sol aparece um eritema13, que é característico ao redor dos olhos14. Sobre as proeminências ósseas aparecem manchas eritematosas15 e a pele2 das mãos16 fica grossa e com fendas. Os sintomas5 incluem ainda fraqueza muscular, que começa pelos braços e pernas, dor e inflamação4 generalizada nas articulações17 e músculos3, erupção18 da pele2, dificuldade de engolir, febre19, cansaço e emagrecimento. As erupções cutâneas20 aparecem ao mesmo tempo em que a debilidade motora. Na face21 pode aparecer uma erupção18 de cor vermelho-escura e um inchaço22 de cor vermelho-púrpura23 em volta dos olhos14. Uma erupção18 cutânea24 escamosa25, lisa ou em relevo, pode surgir em qualquer parte do corpo, sendo mais frequente nos dedos. A base das unhas26 pode ficar avermelhada. Na fase aguda, podem surgir mialgias27, febre19 baixa, mal-estar geral, prostração28, perda de peso, erupção18 cutânea24 e edema29.
Como o médico diagnostica a dermatomiosite?
Na história clínica e no exame físico devem ser especialmente pesquisadas a erupção18 cutânea24 característica, a fraqueza muscular dominante nos seguimentos proximais30 do corpo (ombros, quadris e coxas31), o aumento dos valores de certas enzimas musculares no sangue32 e as anomalias na atividade elétrica dos músculos3. Os exames laboratoriais são úteis, mas não podem identificar a dermatomiosite de forma específica. Certas enzimas musculares medidas no sangue32 são usadas para controlar a evolução da doença.
Como o médico trata a dermatomiosite?
O repouso é útil na maior parte dos casos de inflamação4 intensa dos músculos3 ou da pele2. Em geral, um corticoide administrado por via oral por quatro a seis semanas (ou mais), em doses elevadas, restabelece lentamente a força muscular, alivia a dor e o edema29 e melhora as erupções cutâneas20. Pode ser necessário continuar com uma dose baixa de corticoide por muito tempo ou mesmo indefinidamente para evitar uma recidiva33.
Quando o corticoide não faz efeito, administram-se medicamentos imunossupressores no lugar dele. Se estes medicamentos também não são eficazes, recorre-se à gamaglobulina34 por via endovenosa, substância que contém grandes quantidades de vários anticorpos35. Quando a dermatomiosite está associada a um câncer36, o que é frequente, em geral não responde bem ao corticoide, mas o paciente experimenta uma melhora significativa se o tratamento do câncer36 for feito com sucesso.
Como prevenir a dermatomiosite?
A dermatomiosite é uma enfermidade de origem autoimune37 e, portanto, não existem medidas preventivas para evitá-la.
Como evolui a dermatomiosite?
Normalmente a dermatomiosite acaba por levar à incapacidade, com fraqueza e deterioração dos músculos3, devido à polimiosite associada. Em geral, a debilidade manifesta-se primeiramente nos ombros e nos quadris, mas pode afetar os músculos3 de todo o corpo. Quando as erupções cutâneas20 involuem, pode-se manifestar na pele2 uma pigmentação parda, cicatrizes38 ou manchas de despigmentação.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.