Doenças das mãos
O que são doenças das mãos1?
A maioria das doenças da mão2 afetam principalmente os dedos, embora haja algumas que também afetam a mão2 como um todo. Elas podem ser congênitas3 ou adquiridas, de natureza nervosa, muscular, articular ou infecciosa.
Seja como for, as doenças das mãos1 representam um grave prejuízo para a qualidade de vida individual, uma vez que as mãos1 são o principal instrumento para lidar com as atividades do dia a dia e para a realização de atividades criativas, além de serem um importante meio de defesa e contribuírem com certos automatismos do corpo, como o equilíbrio, por exemplo.
Leia sobre "Reumatismos inflamatórios sistêmicos4", "Artrite5: por que acontece" e "Dedos tortos e doloridos - pode ser artrose6".
Quais são as principais doenças das mãos1?
1. Contratura de Dupuytren7
A contratura de Dupuytren7 é uma afetação dos tecidos situados abaixo da palma da mão2 (fáscia8) que leva os nervos a sofrerem espasmos9 de longa duração. Com isso, os dedos vão sofrendo uma progressiva contração e com o tempo se tornam permanentemente contraídos, prejudicando as funções normais das mãos1.
Contraturas leves não exigem nenhum tratamento. Nos demais casos, o tratamento deve ser, a princípio, conservador, com exercícios de extensão e aumento da extensibilidade da fáscia8 palmar10, por meio de aplicação de calor por correntes ultrassônicas ou outros procedimentos. Em casos graves, com grande limitação das funções da mão2, a deformidade pode ser corrigida por meios cirúrgicos.
2. Tenossinovite de Quervain
Tenossinovite de Quervain é uma condição inflamatória dolorosa que afeta as bainhas sinoviais e os tendões11 do pulso, do lado do polegar. Esses tendões11 prendem os músculos12 aos ossos das mãos13. Embora a causa exata dessa condição não seja conhecida, toda atividade que se baseie em movimentos repetitivos da mão2 ou do punho pode piorar o quadro. A tenossinovite de Quervain também pode acontecer por lesões14 diretas ao pulso, por atividade cicatricial dos tendões11 e por artrite5 inflamatória. Ela é mais comum em mulheres, entre 30 e 50 anos, e pode estar associada gravidez15 e aos cuidados com o bebê. Também trabalhos ou hobbies que envolvam movimentos repetitivos de mão2 e pulso podem contribuir para a enfermidade.
Os sintomas16 da tenossinovite de Quervain incluem sentir dor ao virar ou agarrar qualquer coisa ou fazer força, inchaço17 perto da base do polegar, dificuldade em mover o polegar e o pulso e uma sensação do polegar ficar "agarrado" ao movê-lo. O tratamento consiste numa combinação de repouso, imobilização, gelo, medicação anti-inflamatória e/ou infiltração de cortisona. A cirurgia para liberar a bainha do tendão18 raramente é necessária e fica reservada para inflamação19 persistente após falha dos outros tratamentos.
3. Fraturas do punho
Fraturas do punho podem ocorrer em qualquer um dos seus oito pequenos ossos ou nas extremidades dos dois ossos longos20 que se articulam com eles (rádio21 e cúbito). Algumas fraturas do punho são “sem desvios”. Isto é, os fragmentos22 ósseos não saem da sua posição inicial. Essas fraturas podem ser consideradas estáveis. Outras são “com desvio” e podem ser estáveis ou instáveis. Algumas vezes, o segmento ósseo que tenha sido reposto em seu lugar tende a permanecer aí. Nas fraturas instáveis, os fragmentos22 ósseos repostos tendem a sair do lugar e isso pode deixar o punho torto. As fraturas que quebram a superfície articular ou que se estilhaçam em vários pedaços podem se tornar instáveis. Elas podem requerer tratamento cirúrgico e recursos de fixação óssea para restaurar e manter o alinhamento ósseo.
Uma fratura23 do punho pode ocorrer de incidentes24 como uma queda, por exemplo, em que a mão2 seja usada como apoio, ou devido a traumas graves como acidentes de carro, moto, quedas de escadas, etc. A fratura23 no punho provoca dor, inchaço17, aparência deformada ao punho e dificuldade para mexer ou usar a mão2 e o punho. Às vezes, há formigamento ou dormência25 nas extremidades dos dedos. O tratamento dependerá principalmente do tipo de fratura23. Uma tala26 gessada pode ser utilizada inicialmente para alinhar os ossos, dar suporte ao punho e aliviar a dor. Nos casos simples, um gesso pode ser aplicado para manter a fratura23 reduzida. Outros casos podem necessitar de procedimentos cirúrgicos para recolocar e manter os fragmentos22 no lugar.
4. Luxações do punho
Luxações do punho acontecem quando há o deslocamento das extremidades de um ou mais ossos que compõem a articulação27. As luxações de punho podem acontecer após traumas gerais, como quedas e pancadas, ou após traumas diretos na região. Elas podem ser totais ou parciais. Na luxação28 total, os ossos que formam a articulação27 ficam totalmente desligados um do outro. Na luxação28 parcial, também conhecida como subluxação, o ossos não se desligam completamente, mas o comprometimento do ligamento29 é tão grave quanto a própria luxação28.
Os primeiros sintomas16 são as dores localizadas, dificuldade de movimentação, inchaço17 e formigamento. O tratamento é sempre cirúrgico. O ortopedista procurará reposicionar os ossos deslocados. Após a retirada da imobilização é indicada a fisioterapia30, para recuperar corretamente os movimentos do punho e da mão2.
5. Cisto sinovial
Um cisto sinovial é um tumor31 benigno que habitualmente apresenta-se como um pequeno nódulo32 arredondado e de consistência mole acima das articulações33 ou dos tendões11, principalmente nas mãos1 e punhos. O cisto sinovial é uma bolsa que contém líquido sinovial34. Ele é uma herniação35 de parte da sinóvia e da cápsula das articulações33. Este “vazamento” de líquido sinovial34 para fora das articulações33 forma uma bolsa que pode ser facilmente vista e palpada. A teoria mais aceita para explicar o surgimento deles é de que pequenas lesões14 da cápsula articular36, causadas por traumas ou esforço repetitivo, permitem o extravasamento de líquido sinovial34 para fora da articulação27. É possível também que sejam formados a partir de um defeito na formação da articulação27, já que o cisto sinovial pode surgir em pessoas sem história de traumas ou uso repetitivo da articulação27.
O cisto sinovial é uma massa arredondada, de cerca de 1 a 3 centímetros, compressível e de consistência borrachosa, estando a pele37 acima íntegra e sem sinais38 inflamatórios. Pode surgir de repente ou ir crescendo aos poucos, ao longo do tempo, e pode desaparecer espontaneamente e reaparecer tempos depois. Ele não costuma provocar dor, a não ser que a massa esteja comprimindo algum nervo. Na maioria dos casos, nenhum tratamento é necessário. Em casos especiais, um tratamento médico está indicado (compressão, aspiração ou cirurgia).
6. Deformidades
As deformidades das mãos1 geralmente são inatas, mas podem também ser adquiridas. Entre as inatas encontram-se problemas de desenvolvimento; sindactilia, que é a fusão entre dois ou mais dedos das mãos1 ou dos pés; a polidactilia, que é o crescimento de dedos extranumerários; crescimento deficiente ou exagerado dos dedos; e outras. Membros superiores e mãos1 atrofiados podem ocorrer também. Entre as deformidades adquiridas encontram-se as devidas a doenças como a artrite reumatoide39, sequelas40 de acidentes e as deformidades causadas por consolidações defeituosas de fraturas dos ossos da mão41.
7. Lesão42 do tendão18 da mão2
Os tendões11 flexores da mão2 e dos dedos correm pela palma das mãos1 e os tendões11 extensores pelo dorso43 delas. Lesões14 nessas partes da mão2 podem afetar os tendões11, com graves prejuízos para o funcionamento dessa parte corporal. O tratamento é principalmente cirúrgico, seguido de fisioterapia30 intensiva para recuperar a funcionalidade das mãos1.
Veja também sobre "Fratura23 exposta", "Fratura23 espontânea" e "Tumores ósseos".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da American Society for Surgery of the Hand, da Johns Hopkins Medicine e da Mayo Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.