Vacinas - como funcionam e quais são os prós e contras
O que são vacinas?
Uma vacina1 é uma preparação biológica que melhora a imunidade2 quanto a uma doença específica. Tipicamente, uma vacina1 contém um agente que se assemelha a um microrganismo causador de doenças e é frequentemente feita de formas enfraquecidas ou mortas do micróbio, suas toxinas3 ou uma de suas proteínas4 de superfície.
A vacina1 estimula o sistema imunológico5 do corpo a reconhecer o agente invasor como estranho, a destruí-lo e a "lembrar-se" dele, de modo que o sistema imunológico5 possa reconhecer e destruir mais facilmente qualquer um desses microrganismos que encontrar posteriormente.
O termo vacina1 e vacinação derivam de “Variolae vaccinae” (varíola da vaca) e foi criado por Edward Jenner em 1798.
Leia sobre "Por que vacinar".
Os prós e contras das vacinas
As vacinas são a maneira mais segura de prevenir certas doenças infecciosas ou minorar os efeitos delas. As vacinas também ajudam a prevenir o desenvolvimento de resistência a antibióticos. Vacinas terapêuticas estão sendo desenvolvidas também para alguns tipos de cânceres.
Segundo a Organização Mundial de Saúde6 atualmente existem 25 vacinas licenciadas para diferentes infecções7, algumas das quais são graves. A vacinação generalizada numa certa comunidade é amplamente responsável pela erradicação da doença respectiva naquele espaço geográfico. Devido à grande mobilidade atual das pessoas, o ideal seria conseguir a erradicação mundial de uma determinada enfermidade, como parece ter acontecido com a varíola, por exemplo.
Contudo, às vezes a proteção que deveria ser alcançada pela vacina1 pode falhar em casos individuais porque o sistema imunológico5 do hospedeiro simplesmente não responde ou só responde inadequadamente. Essa resposta resulta de fatores clínicos, como diabetes mellitus8, uso de esteroides, infecção9 pelo HIV10 ou idade avançada, por exemplo. Também pode falhar por razões genéticas se o sistema imune11 da pessoa não puder produzir anticorpos12 adequados para reagir de forma eficaz.
Ademais, a imunidade2 pode se desenvolver muito devagar ou não ser completa porque pode haver múltiplas cepas13 do agente patógeno e nem todas elas serem igualmente suscetíveis à reação imune. No entanto, mesmo uma imunidade2 parcial, tardia ou fraca pode tornar a infecção9 mais branda, resultando em menor mortalidade14 e morbidade15 e tornando a recuperação mais rápida.
Enfim, a eficácia de uma vacina1 depende de vários fatores, alguns deles são:
- A doença em si (a vacina1 é mais eficaz para umas doenças em relação a outras).
- A cepa16 da vacina1 (algumas vacinas são específicas ou, pelo menos, mais eficazes contra cepas13 particulares da doença, como as da gripe17, por exemplo).
- A correta observação do calendário vacinal e de seus intervalos de tempo entre a aplicação das diferentes vacinas.
- A resposta idiossincrática de algumas pessoas (alguns indivíduos são "não respondedores" a certas vacinas e não geram anticorpos12 mesmo depois de vacinados).
- Etnia, idade ou predisposição genética.
Conheça sobre o "Calendário de Vacinação" e a "Gripe17".
As vacinas podem apresentar efeitos colaterais18. Aquelas administradas durante a infância são geralmente seguras e os efeitos adversos, quando existem, são em sua maioria leves. Além disso, alguns indivíduos podem ser alérgicos aos ingredientes da vacina1. Efeitos colaterais18 graves são extremamente raros.
As vacinas feitas com germes atenuados normalmente provocam respostas imunológicas mais duráveis e são o tipo preferido para adultos saudáveis, mas podem não ser seguras para uso em indivíduos imunocomprometidos e, em raras ocasiões, sofrem mutação19 para uma forma virulenta e causam doença.
No entanto, as doenças preveníveis, em seu conjunto, representam riscos infinitamente maiores que as vacinas. As campanhas de vacinação empreendidas em todo o mundo têm diminuído significativamente a mortalidade14 ocasionada peles enfermidades infecciosas.
Quais são as principais características clínicas das vacinas?
As vacinas são feitas a partir dos organismos causadores das doenças, mortos ou inativados, ou de produtos purificados derivados deles. Os vários tipos de vacinas existentes representam diferentes estratégias usadas para tentar reduzir o risco das doenças preveníveis, gerando uma resposta imune benéfica.
Algumas vacinas contêm os microrganismos potencialmente patogênicos que foram inativados por meio de produtos químicos, calor ou radiação. Esse é o caso, por exemplo, das vacinas contra a poliomielite20, a vacina1 contra a hepatite21 A, a vacina1 antirrábica e algumas vacinas contra a gripe17.
Outras vacinas contêm microrganismos vivos atenuados. Muitos deles são vírus22 ativos que foram cultivados sob condições que desabilitam suas propriedades patogênicas (geradoras de doenças) ou microrganismos intimamente relacionados, porém menos perigosos, para produzir uma ampla resposta imunológica. A maioria das vacinas feitas com germes atenuados são vacinas virais, mas algumas são de natureza bacteriana. Os exemplos incluem febre amarela23, sarampo24, caxumba25 e rubéola26, e a febre tifoide27 bacteriana. A vacina1 viva contra o Mycobacterium tuberculosis, o bacilo28 causador da tuberculose29, é feita a partir de uma cepa16 não contagiosa30, usada para induzir uma resposta imune ao microrganismo da vacina1, mas não ao da doença.
Algumas vacinas não são feitas de microrganismo, mas a partir de compostos tóxicos produzidos por eles, que causam as doenças e que são inativados. Exemplos de vacinas que funcionam assim são a antitetânica e a contra difteria31.
Algumas vacinas funcionam pela administração de fragmentos32 químicos dos microrganismos (geralmente uma proteína) que pode criar uma resposta imune. Exemplos incluem a vacina1 contra o vírus22 da hepatite21 B. Certas bactérias têm camadas externas de polissacarídeos que são pouco imunogênicas. Ao ligar essas camadas externas às proteínas4 (por exemplo, toxinas3), as torna mais facilmente reconhecíveis pelo sistema imunológico5 como um antígeno33 proteico.
Quando uma enfermidade está erradicada num certo espaço geográfico não significa que o agente patogênico34 deixou de existir, mas significa que as pessoas estão protegidas contra ele.
Leia sobre "Poliomielite20", "Hepatite21 A", "Hepatite21 B", "Sarampo24", "Caxumba25", "Rubéola26" e "Tuberculose29".
Tipos de vacinas
Há diversos tipos de vacina1, cada uma delas dirigidas à prevenção de uma doença. As principais e mais conhecidas vacinas são:
Para crianças
- vacina1 contra a tuberculose29
- vacina1 contra poliomielite20 ou paralisia35 infantil
- vacina1 contra difteria31, tétano36 e coqueluche37 (Tríplice bacteriana)
- vacina1 contra alguns tipos de meningite38
- vacina1 contra sarampo24, rubéola26 e caxumba25 (Tríplice viral)
- vacina1 contra hepatite21 B
- vacina1 contra a febre amarela23
Para adolescentes
- vacina1 contra difteria31 e tétano36
- vacina1 contra a febre amarela23
- vacina1 contra hepatite21 B
- vacina1 contra sarampo24 e rubéola26
- vacina1 contra HPV
Para adultos
- vacina1 contra difteria31 e tétano36
- vacina1 contra febre amarela23
- vacina1 contra sarampo24 e rubéola26
Para idosos
- vacina1 da gripe17 (Influenza39)
- vacina1 contra pneumonia40
- vacina1 contra difteria31 e tétano36
Quanto à oportunidade e modos de tomar as vacinas, bem como sobre condições especiais do paciente (gravidez41, doenças, condições imunológicas, etc.), o médico deve ser sempre consultado.
Veja mais sobre "Vacina1 Tríplice bacteriana", "Vacina1 Tríplice viral", "Vacina1 contra febre amarela23", "Papilomavirus Humano", "Difteria31" e "Tétano36".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.