Síndrome da costela cervical
O que é a costela cervical?
A costela cervical é uma anormalidade congênita1 óssea ou fibrosa do processo transverso da sétima vértebra cervical2 (C7), que pode ser uni ou bilateral e ser desde uma pequena protrusão óssea, às vezes com uma extensão fibrosa, até uma costela supranumerária completamente formada.
Anatomicamente, ela fica localizada acima da primeira costela normal. Na parte posterior, essa costela se conecta à sétima vértebra cervical2 e, na frente, em algumas pessoas, essa costela cervical pode "flutuar" e não ter conexão, enquanto, em outras, ela pode estar conectada à primeira costela por uma faixa de tecido3 fibroso resistente ou por uma articulação4 propriamente dita.
O que é a síndrome5 da costela cervical?
A síndrome5 da costela cervical é o conjunto de sinais6 e sintomas7 que podem surgir devido à presença completa ou incompleta de uma costela cervical.
Veja sobre "Desvios da coluna vertebral8", "Espondilose cervical", "Espondilolistese lombar", "Hérnia de disco9" e "Artrodese da coluna".
Quais são as causas da síndrome5 da costela cervical?
Na maioria das vezes, a costela cervical tem uma existência silenciosa e não gera sintomas7, mas em outros casos pode causar distúrbios neurológicos e/ou vasculares10 nos membros superiores devido à compressão exercida sobre a artéria11 subclávia e o tronco nervoso que transita pelo desfiladeiro torácico.
Isso ocorre em cerca de 10% das pessoas que têm uma costela cervical extra e em que esse espaço é invadido pela costela cervical e pelos músculos12 escalenos, gerando sintomas7.
Qual é o substrato fisiopatológico da síndrome5 da costela cervical?
A costela cervical pode ser um fator a mais de congestionamento do desfiladeiro torácico, uma região anatômica localizada entre o pescoço13 e o tórax14, por onde passam os nervos do plexo braquial15, as artérias16, demais vasos sanguíneos17 subclávios e vários músculos12, tendões18, ossos e bandas fibróticas. Essa região fica entre a primeira costela e a clavícula19 e pode ser invadida e comprimida por uma costela cervical extranumerária.
Uma costela cervical representa uma ossificação persistente do elemento costal lateral da sétima vértebra cervical2. Durante o desenvolvimento inicial normal esse elemento costal ossificado torna-se reabsorvido. O crescimento e desenvolvimento dele representa, pois, uma falha nesse processo.
As costelas20 cervicais são uma ocorrência rara na população, com uma incidência21 de menos de 1%. Como são congênitas22, a pessoa já nasce com elas. São ligeiramente mais frequentes nas mulheres que nos homens e podem estar presentes apenas em um ou em ambos os lados do corpo.
Quais são as características clínicas da síndrome5 da costela cervical?
Nas pessoas com a síndrome5 da costela cervical pode ocorrer:
- dor intermitente23 e relacionada aos movimentos
- parestesia24 e diminuição de força muscular, preferencialmente nos dedos anular e mínimo
- cefaleia25
- dificuldade de coordenação
- edema26 no membro superior
- alterações da cor devidas a problemas circulatórios.
A compressão venosa pode resultar em trombose27 da veia subclávia.
Como o médico diagnostica a síndrome5 da costela cervical?
O diagnóstico28 de síndrome5 da costela cervical deve partir dos sintomas7, do exame físico e de imagens radiográficas. No entanto, costelas20 cervicais silenciosas, sem gerar sintomas7, geralmente são descobertas incidentalmente em radiografias e tomografias computadorizadas feitas com outros objetivos.
Outros elementos diagnósticos são o teste de Adson, que consiste em palpar o pulso da artéria11 radial com o braço do doente em abdução e com o cotovelo estendido, ou o teste de abdução do ombro, em que o médico faz com que o paciente abduza o ombro e coloque a mão29 no topo da cabeça30. Se o teste for positivo, haverá uma diminuição da radiculopatia ou da dor.
Um diagnóstico28 diferencial deve ser feito com:
- hérnia de disco9 cervical
- espondilose cervical
- neuropatias periféricas
- doença de Raynaud31
- siringomielia
- poliomielite32
- distrofia33 muscular
- doença do neurônio motor
Como tratar a síndrome5 da costela cervical?
Uma costela cervical que não gere sintomas7 não necessita de tratamentos.
Se o paciente tiver a síndrome5 do desfiladeiro torácico, o médico deve encaminhá-lo a um fisioterapeuta. Os exercícios para os ombros podem ajudar a alongar e fortalecer a área do pescoço13 e corrigir a má postura, melhorando os sintomas7. A massagem também pode ajudar a liberar os tecidos retesados ou encurtados do pescoço13.
Um terapeuta ocupacional34 pode oferecer conselhos sobre técnicas para proteger as costas35 e o pescoço13 durante o trabalho.
Para aliviar a dor e o inchaço36, o médico pode prescrever um analgésico37 e anti-inflamatório. Caso o paciente desenvolva coágulos sanguíneos, podem ser receitados medicamentos trombolíticos e anticoagulantes38 para prevenir o desenvolvimento de novos coágulos. Caso esses tratamentos não produzam os resultados esperados, a cirurgia pode ser uma opção.
Como evolui a síndrome5 da costela cervical?
Para a maioria das pessoas afetadas, as perspectivas são boas e os sintomas7 melhoram com o tempo. Se a compressão ou bloqueio da artéria11 ou da veia subclávia forem diagnosticados e tratados rapidamente, uma boa recuperação é possível.
No entanto, os sintomas7 de compressão nervosa podem ser mais difíceis de tratar. Algumas pessoas podem sentir dor crônica persistente e fraqueza, com alguma perda da capacidade de usar o braço afetado. Às vezes, isso pode ser grave o suficiente para afetar a qualidade de vida.
Leia também sobre "Dor no ombro", "Dor no pescoço13", "Alterações posturais","Tumor39 de Pancoast" e "Síndrome5 cervicobraquial".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do NHS – National Health Service (UK), da Mayo Clinic e do Johns Hopkins Medicine.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.