Neuropatia periférica: conheça melhor esta condição
O que é neuropatia periférica1?
A neuropatia periférica1 é uma condição médica comum que acomete os nervos periféricos, sendo muitas vezes incapacitante e algumas vezes fatal, na dependência de sua etiologia2. Ela resulta de danos aos nervos periféricos, causados por vários fatores. Geralmente afeta mãos3 e pés, mas pode também afetar outras áreas do corpo, ampliando-se progressivamente em direção proximal4. Fala-se em mononeuropatia5, quando afeta um único nervo, e polineuropatia, quando afeta vários nervos, simetricamente, em ambos os lados do corpo.
Quais são as causas da neuropatia periférica1?
Uma extensa gama de fatores pode causar neuropatias: alcoolismo, em virtude de má nutrição6 e deficiências de vitaminas; doenças autoimunes7; diabetes8; exposição a substâncias tóxicas; certos medicamentos, especialmente a quimioterapia9; infecções10 virais ou bacterianas; distúrbios herdados; trauma ou pressão sobre o nervo; tumores; deficiências de vitaminas B, E e niacina; doenças da medula óssea11; outras condições que incluem doença renal12, hepática13 ou do tecido conjuntivo14 e também hipotireoidismo15.
Qual é a fisiopatologia16 da neuropatia periférica1?
O sistema nervoso periférico17 consiste na parte do sistema nervoso18 em que os neurônios19 se relacionam com as células20 periféricas. O sistema nervoso periférico17 envia informações a partir do sistema nervoso central21 (cérebro22 e medula espinhal23) para o resto do corpo. Cada nervo periférico tem uma função específica: os nervos sensoriais recebem as sensações da pele24, tais como temperatura, dor, vibração ou toque; os nervos motores controlam os movimentos dos músculos25; os nervos autônomos controlam as funções involuntárias, sobretudo das vísceras, como a pressão arterial26, a frequência cardíaca, a digestão27 e a bexiga28. Assim, os sintomas29 da neuropatia periférica1 dependem do tipo de nervos afetados.
Quais são os principais sinais30 e sintomas29 da neuropatia periférica1?
Os principais sinais30 e sintomas29 da neuropatia periférica1 têm início gradual, sob a forma de dormência31 e formigamento nos pés ou mãos3 e pode se espalhar para pernas e braços. Depois evolui para maior sensibilidade ao toque, falta de coordenação e fraqueza dos músculos25 na área dos nervos motores afetados. Se os nervos autônomos forem afetados, os sinais30 e sintomas29 podem incluir intolerância ao calor, sudorese32 alterada, problemas no intestino, bexiga28 ou sistema digestivo33, alterações na pressão arterial26, causando tonturas34 ou vertigens35.
As pessoas com neuropatia periférica1 geralmente descrevem a existência de dor em queimação e formigamento. No lactente36 e no infante, a neuropatia periférica1 pode causar insuficiente desenvolvimento motor e marcha anormal. Raramente uma criança se queixa de parestesias37 (distúrbios da sensibilidade periférica). A neuropatia periférica1 pode afetar um único nervo ou dois ou mais nervos, em diferentes áreas do corpo.
Como o médico diagnostica a neuropatia periférica1?
Além da história clínica e do exame físico, o diagnóstico38 da neuropatia periférica1 requer exames de sangue39, exame neurológico para verificar os reflexos, a força muscular, a capacidade de sentir certas sensações, a postura e a coordenação. Os exames de imagens, como tomografia computadorizada40 ou ressonância magnética41, permitem detectar anormalidades estruturais tais como hérnia de disco42 ou tumores, por exemplo.
A eletromiografia43, um teste de função do nervo, registra a atividade elétrica nos músculos25 para determinar se os sintomas29 são causados por danos nos músculos25 ou nervos. Esse exame permite estudar a condução nervosa, tanto motora quanto sensorial. Outros testes de função do nervo podem verificar como a pessoa sente o toque, a vibração, o frio ou o calor. Por fim, uma biópsia44 de um nervo sensorial pode avaliar a natureza da lesão45 nervosa.
Como o médico trata a neuropatia periférica1?
Os objetivos do tratamento visam ensinar a gerenciar a neuropatia46 e aliviar seus sintomas29. Se os testes de laboratório não indicarem alguma doença subjacente, o médico pode recomendar uma conduta expectante para ver se a neuropatia46 melhora por si mesma. Se houver exposição a substâncias tóxicas ela deve ser interrompida.
Os medicamentos usados para aliviar a dor da neuropatia periférica1 podem ser analgésicos47, anti-inflamatórios ou opiáceos como o tramadol, por exemplo. Contudo, esta última droga pode levar à dependência e, portanto, só deve ser prescrita quando outros tratamentos falharam. Um creme que contém uma substância encontrada naturalmente em pimentas quentes (capsaicina48) pode aliviar os sintomas29 da neuropatia periférica1. Certos antidepressivos tricíclicos podem ajudar a aliviar a dor.
Se houver uma condição subjacente, o médico deverá tratá-la ou encaminhar o paciente a um especialista. A imunoglobulina49 intravenosa é um dos tratamentos chave das polineuropatias inflamatórias. A estimulação elétrica transcutânea, a troca de plasma50 e a imunoglobulina49 intravenosa podem beneficiar os sintomas29. Se os movimentos estiverem prejudicados, a fisioterapia51 também pode ajudar a melhorá-los. A cirurgia só será indicada se a neuropatia46 for causada por pressão sobre os nervos, tal como pode ocorrer com os tumores, por exemplo.
Como prevenir a neuropatia periférica1?
A melhor maneira de prevenir a neuropatia periférica1 é gerenciar bem a condição médica que coloca o paciente em risco.
Como evolui a neuropatia periférica1?
Em muitos casos os sintomas29 apresentam boas melhoras, especialmente se causados por uma condição subjacente tratável. Os medicamentos analgésicos47 podem reduzir a dor dessa condição.
Quais são as complicações possíveis da neuropatia periférica1?
As principais complicações da neuropatia periférica1 são: não sentir as mudanças de temperatura ou a dor. Assim, a parte do corpo sem percepção sensorial pode ferir-se sem que a pessoa perceba e as feridas podem se tornar infectadas. Por isso, verifique diariamente as áreas mais susceptíveis a pequenas lesões52.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.