Elastografia hepática - como funciona esse exame?
O que é elastografia?
A elastografia é uma técnica nova de diagnóstico1 por imagem, ainda pouco utilizada no Brasil. Ela utiliza ondas sonoras de ultrassom para medir a elasticidade2 do órgão visado, observando assim se existem áreas mais rígidas do que o normal. Cada tecido3 do corpo humano4 tem uma elasticidade2 específica e alterações nessa elasticidade2 podem ser indicação de problemas ou doenças.
Em que consiste o exame de elastografia?
O exame é simples e indolor, não utiliza agulhas ou qualquer outro instrumento cortante ou perfurante e tem alta eficácia no diagnóstico1 de doenças. A elastografia usa ondas emitidas pelo ultrassom e funciona realizando a medição da velocidade de propagação dessas ondas nos tecidos. Como os nódulos e outras alterações possuem tecidos mais rígidos, a velocidade de propagação das ondas sonoras neles é menor que no tecido3 normal, o que possibilita identificá-los.
Na maioria das vezes, o exame não exige a utilização de contrastes, mas ele pode ser necessário em condições onde é preciso averiguar mais a fundo dentro de um órgão.
Leia sobre "Esteatose5 metabólica", "Esteatose5 alcoólica", "Hepatograma6" e "Hepatites7".
Por que fazer o exame de elastografia?
Mais do que apenas uma alternativa à biópsia8, a elastografia permite identificar ou descartar a existência de doenças, avaliar a extensão das complicações, indicar os riscos que o paciente corre e verificar em qual estágio de uma doença ele está.
A elastografia é indicada quando há suspeita de alguma doença que causa alterações na rigidez do tecido3, como as que apresentam nódulos e fibrose9 ou alterações vasculares10, por exemplo. Na prática, é principalmente indicada quando há suspeita de alguma doença hepática11, como fibrose9 e esteatose hepática12 (presença de gordura13 no fígado14), mas também pode ser utilizada na detecção de tumores na glândula15 tireoide16 e nas mamas17, bem como para diferenciar se os nódulos presentes em um órgão são benignos ou cancerígenos, evitando assim a realização de uma biópsia8.
O que é a elastografia hepática11?
A elastografia hepática11 é semelhante ao exame de ultrassonografia18 do abdômen: a pessoa fica deitada de costas19 e com a camisa levantada para expor o abdômen; o médico então passa um gel lubrificante na parede abdominal20, na projeção do fígado14, e desliza uma sonda por sobre a pele21, fazendo ligeira pressão. Essa sonda emite pequenas ondas de ultrassom que atravessam o fígado14 e registram um score, ou pontuação, que depois é avaliado pelo médico.
A elastografia hepática11 é mais comumente usada para detectar e avaliar a presença de fibrose9 no fígado14, em geral causada por doenças crônicas desse órgão, como hepatite22, cirrose23 ou presença de gordura13, por exemplo. Em alguns casos, a elastografia hepática11 pode também ser usada para diagnosticar outras doenças hepáticas24 e a evolução delas, substituindo a biópsia8 clássica. Além disso, ela pode ainda ser usada para acompanhar a progressão ou regressão da doença original.
O exame de elastografia hepática11 é um procedimento totalmente não invasivo, indolor e desprovido de complicações, mas não é recomendado ou não é interpretável em pacientes com fluido no abdômen, hepatite22 aguda, insuficiência cardíaca25, obesidade26 severa, pequenos espaços entre as costelas27 pequenas ou incapacidade de ficar deitado.
Em comparação com a biópsia8 de fígado14, a elastografia hepática11 é um exame não invasivo e mais seguro, sem necessidade de cortes no fígado14 e que pode ser repetido várias vezes, além de oferecer menos riscos e mais conforto para o paciente, com resultados semelhantes à biópsia8. O exame de elastografia hepática11 pode ser feito sem necessidade de internação hospitalar. É rápido e dura em média de 5 a 10 minutos e, em geral, não precisa de qualquer preparo. Após o procedimento, o paciente pode deixar o local do exame sem quaisquer restrições.
Por que fazer uma elastografia hepática11?
A elastografia hepática11 pode diagnosticar a fibrose9 causada por diversas doenças do fígado14 e ajudar a acompanhar a evolução delas.
A fibrose9 hepática11 é o resultado de uma resposta cicatricial do fígado14 a agressões repetidas. Após uma lesão28 aguda, como uma hepatite22 viral, as células29 do fígado14 regeneram e substituem as que morreram. Durante esse processo ocorre uma resposta inflamatória. Se a lesão28 persistir, a regeneração deixa de ser possível e as células29 mortas são substituídas por tecido3 fibroso. Esta progressão conduz à formação de extensas áreas de fibrose9 e evolução para cirrose23 hepática11. Todas as doenças hepáticas24 crônicas podem levar à fibrose9.
Várias doenças hepáticas24 se apresentam sob a forma de nódulos ou deixam como sequelas30 áreas de fibrose9 onde devia haver tecido3 hepático normal. Entre elas, estão a hepatite22 B e hepatite22 C, as doenças alcoólicas do fígado14, hemocromatose31, distúrbios metabólicos como a doença de Wilson32, esteatose hepática12, uso de alguns medicamentos e colestase33 crônica, algumas das quais se desenvolvem de forma silenciosa.
Veja também sobre "Esteatose hepática12 na infância", "Esteatose hepática12", "Icterícia34 em adultos" e "Câncer35 de fígado14".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Michigan Medicine – University of Michigan e da Mayo Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.