Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada - como é o exame?
O que é a colangiopancreatografia endoscópica retrógrada?
A colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) é uma técnica para diagnosticar e tratar problemas no fígado1, vesícula biliar2, ducto biliar e pâncreas3, que utiliza uma combinação de endoscopia4 luminal e imagens de raios X.
Por que fazer uma colangiopancreatografia endoscópica retrógrada?
Pode ser necessário que o paciente faça uma CPRE para encontrar a causa de uma dor abdominal inexplicável ou de uma icterícia5 (amarelamento da pele6 e dos olhos7) ainda não diagnosticada. A CPRE pode ser usada também para obter mais informações se o paciente tiver pancreatite8 ou câncer9 de fígado1, de pâncreas3 ou dos ductos biliares10. Numa CPRE podem ser encontrados bloqueios ou cálculos nos ductos biliares10 ou pancreáticos, vazamento de fluido dos ductos biliares10 ou pancreáticos, tumores e infecção11 nos ductos biliares10.
Além dos citados acima, o médico pode ter outros motivos para recomendar esse exame.
Leia sobre "Pancreatite8 aguda", "Panceatite crônica" e "Cálculos biliares".
Como se realiza a colangiopancreatografia endoscópica retrógrada?
Há algumas medidas que o paciente deve adotar como preparação para o exame: jejum de pelo menos 8 horas; informar ao seu médico se já teve reação a qualquer contraste ou se é alérgico ao iodo ou a algum medicamento, látex, fita adesiva ou anestesia12; fazer uma dieta especial por 1 a 2 dias antes do procedimento, conforme recomendado pelo médico; a mulher deve avisar ao médico se está grávida ou se tem possibilidade de estar; informar ao médico de todos os medicamentos e suplementos de ervas que estiver tomando; informar sobre antecedentes de distúrbios hemorrágicos13 ou se estiver tomando algum anticoagulante14.
O paciente poderá ficar acordado durante o procedimento, mas um sedativo será administrado antes do procedimento ou, dependendo da anestesia12 utilizada, o paciente pode estar completamente adormecido e não sentir nada.
Se o paciente tiver uma doença valvar cardíaca ou outra condição que o justifique, o médico poderá administrar antibióticos antes do procedimento. Se tiver diabetes15 e depender de insulina16, pode ser necessário ajustar a dose de insulina16 no dia do teste.
Uma CPRE pode ser feita em ambulatório ou no hospital, se o paciente estiver internado. Os procedimentos podem variar de acordo com a condição de cada indivíduo envolvido no exame e as práticas do médico, mas geralmente seguem este processo: o paciente será posicionado na mesa de raios-X; uma via de acesso venoso será colocada em seu braço ou na sua mão17; um spray anestésico será aplicado na garganta18; um protetor bucal será colocado na boca19 do paciente para impedir que ele não morda o endoscópio e para proteger seus dentes.
Quando a garganta18 do paciente estiver entorpecida e ele estiver relaxado com o sedativo, o médico guiará o endoscópio (um tubo longo, flexível e iluminado em sua extremidade) pelo esôfago20 até o estômago21 e através do duodeno22 até atingir os dutos da árvore biliar. Um pequeno tubo será passado através do endoscópio para a árvore biliar e depois para a pancreática e o contraste será injetado nos ductos. O agente de contraste permite que os médicos vejam os ductos biliares10, a vesícula biliar2 e o ducto pancreático23 nos raios-X.
Várias chapas de raio-X serão realizadas e o paciente poderá ser solicitado a mudar de posição durante esse período. Se necessário, o médico coletará amostras de líquido ou tecido24 e pode realizar, se for o caso, outros procedimentos, como a remoção de cálculos biliares ou outros bloqueios, enquanto o endoscópio estiver no local. Após a realização dos raios X e de qualquer outro procedimento, o endoscópio será retirado.
O exame implica em algum desconforto, se o paciente estiver acordado, mas o incômodo é inteiramente suportável.
Quais são as complicações possíveis da colangiopancreatografia endoscópica retrógrada?
Algumas possíveis complicações podem incluir pancreatite8 (inflamação25 do pâncreas3) ou colecistite26 (inflamação25 da vesícula biliar2). A pancreatite8 é uma das complicações mais comuns, porém, paradoxalmente, a CPRE é frequentemente realizada para ajudar a aliviar a doença em certos tipos de pancreatite8. Outras complicações possíveis são infecção11, sangramento, perfuração no intestino delgado, esôfago20 ou estômago21 e coleção de bile27 fora do sistema biliar. Pode haver outros riscos dependentes das condições dos pacientes.
Veja também sobre "Câncer9 das vias biliares28", "Câncer9 de fígado1" e "Câncer9 de pâncreas3".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites do Johns Hopkins Medicine, da AGA - American Gastroenterological Association e do National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.