Saiba mais sobre a febre amarela
O que é febre amarela1?
A febre amarela1 é uma doença infecciosa viral transmitida por mosquitos contaminados e cujos reservatórios naturais não humanos são certos tipos de primatas que vivem nas florestas tropicais. A enfermidade não se transmite diretamente de uma pessoa para outra. Para tal, é preciso que o mosquito transmissor pique primeiro uma pessoa ou animal contaminado (usualmente um macaco) e, depois do vírus2 ter-se multiplicado no seu interior, pique a pessoa sadia.
A febre amarela1 apresenta dois ciclos distintos, um silvestre e outro urbano, que diferem, respectivamente, apenas quanto ao vetor, hospedeiro, área de ocorrência dos casos (cerrado ou florestas e zonas urbanas) e, sobretudo, potencial de disseminação da doença, sendo o quadro clínico idêntico. A forma silvestre é transmitida pela picada do mosquito Haemagogus e a forma urbana transmitida pela picada do Aedes aegypti ou Aedes albopictus.
No Brasil a forma urbana encontra-se erradicada desde 1942.
Quais são as causas da febre amarela1?
A febre amarela1 é transmitida em áreas silvestres e rurais por um mosquito contaminado por um vírus2 da família flavivirus, o qual tenha sido contaminado pela picada em um ser já portador como, por exemplo, certos tipos de macacos. Nas cidades, o vetor da febre amarela1 é o Aedes aegypti (o mesmo mosquito transmissor da dengue3). Normalmente, a infecção4 humana ocorre quando uma pessoa não imunizada entra em áreas de cerrado ou de florestas. Ao retornar ela serve como fonte de infecção4 para o Aedes aegypti (principalmente) e o Aedes albopictus e pode fazer iniciar a transmissão urbana. O mosquito contaminado pela picada em uma pessoa ou animal contaminado pica a pessoa que ainda não tenha as defesas vacinais para combater o vírus2 da febre amarela1. Por ser virótica, pode ser transmitida também por outros tipos de insetos que se alimentam de sangue5.
Embora não seja comum, pode ocorrer transmissão durante a gestação, através da placenta, da mãe para o feto6.
A maior parte dos casos de febre amarela1 no Brasil ocorre em regiões de cerrado, porém em todas as regiões (zonas rurais, regiões de cerrado, florestas) existem áreas endêmicas de transmissão da infecção4.
Quais são os principais sinais7 e sintomas8 da febre amarela1?
A maioria dos casos de febre amarela1 são assintomáticos, mas a doença pode se tornar grave e mesmo fatal. O período de incubação9 da febre amarela1 é de 3 a 7 dias após a picada. A viremia é a disseminação do vírus2 pelo sangue5. Os sintomas8 iniciais são inespecíficos: febre10 (moderadamente elevada), cansaço, mal-estar, dores de cabeça11 e dores musculares. A doença estabelecida compreende dor abdominal; náuseas12; vômitos13 e diarreia14 com sangue5; prostração15 e diminuição do ritmo cardíaco. Posteriormente podem surgir sintomas8 mais graves, como diarreia14 de mau cheiro; convulsões e delírio16; hemorragias17 internas e coagulação18 intravascular19 disseminada, com enfartes em vários órgãos. Pode haver hemorragias17 nasais; nas gengivas ou em orgãos internos e equimoses20. As hemorragias17 podem ser tão intensas que chegam a causar choque hipovolêmico21, por vezes mortal. Também pode ocorrer hepatite22 com degeneração23 aguda do fígado24 e com icterícia25 (cor amarelada da pele26, da conjuntiva27 e da parte branca dos olhos28, donde, talvez, venha o nome da doença). A insuficiência renal29, embora possível, é rara, mas pode levar ao coma30 e à morte.
Como o médico diagnostica a febre amarela1?
Como os primeiros sintomas8 são inespecíficos, o relato de viagens a lugares endêmicos é muito importante. A confirmação do diagnóstico31 pode ser feita através de exames sorológicos, PCR32 (polymerase chain reaction) ou do isolamento do vírus2 em cultura. Nos casos em que se suspeite ou se confirme o diagnóstico31 de febre amarela1, é importante que se investigue também a possibilidade de malária, uma vez que as áreas de transmissão de ambas em geral são as mesmas e a existência de uma não exclui a da outra. Um diagnóstico31 diferencial deve ser feito com a leptospirose, a dengue3 e a meningite33 meningocócica.
Como o médico trata a febre amarela1?
A febre amarela1 não tem tratamento específico. Em vista da gravidade do quadro, as pessoas doentes devem ser internadas para tratamento sintomático34, de suporte e das eventuais complicações (diálise35, transfusões de sangue5, etc.). O ácido acetil salicílico nunca deve ser utilizado, pela possibilidade de agravar os sangramentos.
Como prevenir a febre amarela1?
A principal maneira de prevenir a febre amarela1 é a vacinação, que deve ser reforçada a cada dez anos. Em áreas de risco, ela pode ser aplicada a partir dos seis meses de vida.
Além da vacina36, o viajante deve usar calças, camisas de mangas compridas e repelentes contra insetos à base de DEET (benzamida) nas roupas e no corpo.
Há inseticidas em aerosol altamente eficientes no combate aos mosquitos transmissores, mas seu uso é controlado, já que podem causar câncer37.
Em áreas de risco, usar o mosquiteiro ao dormir.
Evitar os criatórios do Aedes aegypti (principalmente) e o Aedes albopictus. Para isso é importante que recipientes que possam conter água sejam descartados ou fiquem protegidos por tampas.
Como evolui a febre amarela1?
A mortalidade38 da febre amarela1 por novas estirpes de vírus2 pode ser alta, mas na maioria dos casos é de apenas 5%.
As pessoas que sobrevivem curam-se completamente e adquirem uma imunidade39 permanente para a doença.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.