Distúrbios hidroeletrolíticos: o que devemos saber?
O que são distúrbios hidroeletrolíticos?
Fala-se em desequilíbrio hidroeletrolítico1 sempre que os principais eletrólitos2 no corpo humano3 (sódio, potássio, cálcio, magnésio, cloro, fosfato, sulfato, bicarbonato, entre outros) não estejam dentro das taxas fixas necessárias para que possam exercer normalmente suas funções.
O que são eletrólitos2?
Os eletrólitos2 são sais que se tornaram íons4 eletricamente carregados com cargas negativas ou positivas e que são responsáveis pela condução da eletricidade necessária para o bom desempenho de várias funções orgânicas. Por isso, o equilíbrio dos eletrólitos2 é essencial para que o corpo funcione normalmente, pois são distúrbios que podem gerar várias consequências, inclusive a morte. Eles são importantes porque as células5 (especialmente nervos, coração6 e músculos7) os utilizam para manter as voltagens ao redor de suas membranas e para transmitirem os impulsos elétricos para outras células5. Eles, por exemplo, levam os impulsos elétricos dos nervos para as células5 e tecidos e provocam os movimentos necessários à execução da função dos órgãos. Normalmente, os rins8 mantêm as concentrações de eletrólitos2 constantes no seu sangue9. Quando a pessoa perde eletrólitos2, particularmente sódio e potássio, eles devem ser substituídos para manter as concentrações normais nos fluidos corporais.
Quais são as causas dos distúrbios hidroeletrolíticos?
Os distúrbios hidroeletrolíticos ocorrem quando a pessoa perde grandes quantidades de líquidos e eletrólitos2, como acontece, por exemplo, no suor excessivo, na poliúria10 (excesso de urina11), nos vômitos12 e na diarreia13.
Qual é a fisiopatologia14 dos distúrbios hidroeletrolíticos?
A troca de nutrientes e dejetos entre o sangue9 e os tecidos é realizada por meio de capilares15. Essas trocas requerem a presença da água e do teor adequado de diversos eletrólitos2. A água corresponde à maior parte do peso dos indivíduos, cerca de 60% em adultos do sexo masculino, 55% nos do sexo feminino e, no organismo, ela está distribuída nos compartimentos intra e extracelulares. Os eletrólitos2, quando em solução aquosa, comportam-se como íons4. Os cátions são os íons4 que têm carga elétrica positiva e os ânions são os íons4 que têm carga elétrica negativa. O equilíbrio químico de uma solução significa a existência de igual número de cátions e ânions.
Quais são os principais sinais16 e sintomas17 dos distúrbios hidroeletrolíticos?
Os sintomas17 dos distúrbios hidroeletrolíticos dependem do tipo e das quantidades dos eletrólitos2 em falta ou em excesso. Embora haja outros, os eletrólitos2 mais importantes são o sódio e o potássio. O sódio é o cátion predominante do líquido extracelular e é fundamental para a manutenção do equilíbrio hídrico, enquanto o potássio é o cátion predominante no líquido intracelular.
- A perda de sódio causa migração de água para o interior das células5 e seu aumento favorece o acúmulo de água no interstício18, produzindo edema19.
- O potássio tem função fundamental na condução do impulso elétrico e na contração muscular. O acúmulo excessivo dele pode causar redução da condução elétrica e da potência da contração miocárdica, levando à parada cardíaca.
- O cálcio é essencial à formação dos dentes, dos ossos e de diversos outros tecidos, além de ter participação fundamental na coagulação20 do sangue9. A sua deficiência pode produzir efeitos semelhantes aos do excesso de potássio.
- A distribuição do magnésio, como a do potássio, também é predominantemente intracelular. O magnésio é importante na função de numerosas enzimas e participa no metabolismo21 da glicose22 e de diversos outros hidratos de carbono e das proteínas23, bem como da contratilidade dos músculos7.
- O cloro tem como função principal manter o equilíbrio químico com os cátions presentes.
- O bicarbonato também regula o equilíbrio ácido-básico.
Os eletrólitos2 geralmente são perdidos juntamente com a perda de líquidos, como no suor excessivo, vômitos12 ou diarreias. Distúrbios renais que alterem a filtração ou reabsorção da urina11 também podem levar a desequilíbrios hidroeletrolíticos. Esse desequilíbrio pode ser perigoso e mesmo representar risco de vida. Em particular, ele deve assegurar o pH normal do sangue9 e um nível adequado de hidratação, fatores essenciais para um funcionamento apropriado dos músculos7 e dos nervos. Por exemplo, a contração do músculo depende da presença de potássio, dos íons4 do cálcio e sódio e os insuficientes níveis destes íons4 podem conduzir à fraqueza ou aos espasmos24 musculares.
Como o médico diagnostica os distúrbios hidroeletrolíticos?
As condições causais levantam as primeiras suspeitas, mas os níveis exatos de eletrólitos2 no corpo podem ser verificados por exames de sangue9 ou de urina11.
Como o médico trata os distúrbios hidroeletrolíticos?
Os eletrólitos2 em falta devem ser repostos com uma solução oral que os contenha. Em casos mais severos, a administração deve ser intravenosa. Várias bebidas possuem cloreto de sódio ou cloreto de potássio, para fornecer ao atleta os eletrólitos2 perdidos pelo suor, durante as atividades esportivas. Quando as crianças apresentam vômitos12 ou diarreia13 repetitivos elas perdem líquidos e eletrólitos2, que devem ser repostos com soros orais ou venosos, conforme o caso.
Quais são as complicações possíveis dos distúrbios hidroeletrolíticos?
Um desequilíbrio severo dos eletrólitos2 pode causar complicações neurológicas e cardíacas graves e, se não reconhecido e tratado prontamente, pode ser fatal.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.