Patologias dos dedos das mãos e dos pés
O que são patologias dos dedos das mãos1 e dos pés?
Os dedos, tanto das mãos1 como dos pés, podem ser sedes de inúmeras patologias, que vão desde deformidades congênitas2 até condições infecciosas adquiridas. Elas incluem lesões3 envolvendo os músculos4, tendões5, ligamentos6, ossos e articulações7 das mãos1 e dos pés.
Algumas delas são alterações inespecíficas e podem afetar igualmente dedos das mãos1 ou dos pés, como sindactilia, fraturas, infecções8, ferimentos, unhas9 encravadas e outras anormalidades. Outras são mais específicas e afetam preferente ou unicamente os dedos das mãos1 ou dos pés. É dessas últimas que trata esse artigo.
Quais são as patologias mais comuns dos dedos das mãos1?
Artrite10
A artrite10 é um dos distúrbios mais comuns dos dedos das mãos1, afetando as articulações7 e as cartilagens11. Com as cartilagens11 normais, os ossos funcionam adequadamente, mas com a idade, elas se desgastam e causam desgastes musculares.
Há dois tipos de artrite10 nos dedos das mãos1: (1) osteoartrite12 e (2) artrite reumatoide13. Ambos os tipos causam inchaço14 nos músculos4, mas a osteoartrite12 causa inchaço14 também no revestimento das articulações7. As dores variam de moderadas a muito intensas e há limitações de mobilidade e deformidades articulares.
Dedo em gatilho
Medicamente chamado de tenossinovite estenosante, o dedo em gatilho ocorre quando um dos dedos da mão15, uma vez fletido, não consegue mais voltar à posição normal, necessitando ajuda ativa para retornar à extensão. Esse ato provoca um som parecido com o disparo de um gatilho de arma de fogo, daí a razão dessa curiosa denominação.
O tendão16 que movimenta o dedo desliza no interior da sua respectiva bainha. O dedo em gatilho acontece devido a uma inflamação17 dessa bainha, o que dificulta o deslizamento do tendão16 no seu interior.
O tratamento dos casos mais simples é conservador e implica no uso de anti-inflamatórios, repouso, exercícios de relaxamento e uso de uma tala18 para manter o dedo em extensão. Casos mais severos podem exigir a infiltração de corticoides ou cirurgia para seccionar a parte estenosada da bainha do tendão16.
Síndrome19 do túnel do carpo
A síndrome19 do túnel do carpo é uma doença causada pela compressão do nervo mediano, que passa pelo punho e inerva a palma da mão15. Ocorre por uma inflamação17, que pode ser causada por doenças como obesidade20, diabetes21, disfunções na tireoide22, retenção de líquidos, pressão arterial23 alta, doenças autoimunes24 ou lesões3 no pulso, como fratura25 ou luxação26, por exemplo.
Pode causar formigamento e sensação de agulhas no polegar, indicador ou dedo médio; dor; inchaço14; fraqueza; e dificuldade de diferenciar frio e calor. A síndrome19 é mais comum em pessoas que fazem movimentos repetitivos das mãos1 diariamente, mas também pode surgir devido a fraturas na região ou doenças crônicas, como diabetes21 e problemas autoimunes24.
O tratamento da síndrome19 do túnel do carpo pode ser feito com remédios analgésicos27 e anti-inflamatórios e com fisioterapia28. Em alguns casos, pode ser necessário fazer cirurgia para que os sintomas29 desapareçam completamente.
Síndrome19 de Raynaud
Quando uma pessoa é exposta ao frio, ela faz uma vasoconstrição30 periférica para diminuir a perda de calor. As pessoas com a síndrome19 de Raynaud têm essa resposta intensificada nos dedos das mãos1, por uma constrição31 acentuada dos vasos sanguíneos32, sobretudo dos dedos e artelhos33. A síndrome19 é caracterizada, pois, por episódios de espasmos34 dos pequenos vasos dos dedos e artelhos33 que se contraem em resposta a temperaturas frias ou a estresses emocionais.
A síndrome19 de Raynaud é uma condição que afeta os vasos sanguíneos32 dos dedos das mãos1 e dos pés, embora vasos do nariz35, dos lábios e dos lobos36 das orelhas37 também possam ser envolvidos. A causa da síndrome19 de Raynaud ainda não é inteiramente conhecida, mas sabe-se que ela pode estar associada a ferramentas vibráteis que a pessoa esteja manuseando, síndrome19 do túnel do carpo, a doenças arteriais obstrutivas, a doenças do tecido conectivo38, a algumas medicações, ao tabaco e a desordens tireoidianas. Alguns pacientes têm uma história familiar dessa condição. Ela afeta mais as pessoas do sexo feminino, com idades entre 15 e 30 anos.
A pele39 se torna pálida, entorpecida e fria e posteriormente arroxeada ou avermelhada. Pode haver uma dor penetrante. A síndrome19 de Raynaud pode ser primária, sem uma condição subjacente. Quando secundária, ela pode estar associada à esclerodermia, lúpus40 eritematoso41 sistêmico42, síndrome19 de Sjögren, dermatomiosite, polimiosite, etc. O objetivo do tratamento é reduzir a severidade dos sintomas29 e prevenir novos episódios, e dependerá da gravidade da manifestação e das condições associadas que estejam presentes. Nem sempre o tratamento é bem-sucedido.
Dedos em baqueta de tambor
Dedos em baqueta de tambor são um alargamento das pontas dos dedos das mãos1 ou dos pés e uma alteração no ângulo na região de onde surge a unha devido a um aumento da quantidade de tecido43 mole sob os leitos das unhas9.
Decorrem de alguns problemas pulmonares, cardíacos ou hepáticos congênitos44. Em alguns casos, os dedos em baqueta de tambor podem ser hereditários e, nesse caso, não indicam qualquer problema. Os dedos em baqueta de tambor em si não precisam de tratamento, mas sim as enfermidades que os causam.
Veja sobre "Doenças das mãos1", "Polidactilia", "Disidrose" e "Acroceratose verruciforme".
Quais são as patologias comuns dos dedos dos pés?
Dedos em garra
Dedos em garra (ou dedos em martelo45) é uma condição na qual os dedos dos pés ficam dobrados. Isso acontece porque as juntas dos dedos ficam posicionadas para cima e as pontas dos dedos se localizam em direção à sola do pé, deixando os dedos em formato de garra. Os dedos em garra podem ser uma deformidade progressiva, um problema congênito46 ou podem desenvolver-se devido a outros distúrbios e patologias, como diabetes21, artrite reumatoide13, paralisia47 cerebral, entre outras.
Casos leves podem nem requerer tratamento, mas quando isso for necessário, devem ser principalmente tratamentos conservadores (não cirúrgicos). Se os tratamentos conservadores não produzirem os resultados esperados e a conformação anormal dos dedos estiver causando muitos problemas, como dores e dificuldade de caminhar, o paciente pode precisar de uma cirurgia.
Joanete
O joanete, cujo nome científico é hallux48 valgus, é um desvio lateral acentuado do primeiro pododáctilo49 (dedo do pé) em direção ao segundo dedo do pé. Duas classes de fatores podem concorrer para esta deformidade: (a) fatores intrínsecos à própria pessoa e (b) fatores extrínsecos, devidos a causas externas.
O joanete pode ser bastante doloroso e pode haver também vermelhidão, inchaço14, inflamação17 e irritação da pele39 ao redor do osso comprometido. Os tratamentos mais simples para o joanete visam apenas o alívio dos sintomas29, sem corrigir a deformidade em si, e podem envolver mudanças nos calçados, uso de aparelhos ortopédicos, descanso, aplicação de compressas de gelo e uso de medicamentos, como analgésicos27 e anti-inflamatórios. Uma complicação séria do joanete costuma ser a dificuldade de calçar. Casos mais severos podem ser tratados por cirurgia.
Calos e calosidades
Calos e calosidades são áreas circunscritas de hiperqueratose50 (espessamento da camada mais externa da epiderme51) em locais de pressão ou atrito. Os calos são superficiais, abrangem diferentes áreas da pele39 e quase sempre são assintomáticos. As calosidades mais profundas e focais geralmente são dolorosas, sobretudo quando pressionadas pelos calçados.
O tratamento é feito por abrasão manual, com ou sem a utilização de agentes queratolíticos.
Leia também sobre "Pés chatos", "Por que temos calos", "Pé de atleta ou frieira" e "Chulé".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic, do IOCB - Instituto de Ortopedia e Traumatologia Campo Belo e do NHS -National Health Service.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.