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Hipertrofia ventricular esquerda

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O que é a hipertrofia1 ventricular esquerda?

A hipertrofia1 ventricular esquerda é caracterizada pelo aumento da espessura do músculo da parede do ventrículo esquerdo, a câmara mais importante do coração2, responsável por bombear o sangue3 para todo o corpo. Ela não é propriamente uma doença, mas uma reação a doenças cardiovasculares4 que imponham alguma dificuldade ao fluxo sanguíneo, forçando o coração2 a um esforço maior do que o normal.

Quais são as causas da hipertrofia1 ventricular esquerda?

Uma hipertrofia1 cardíaca fisiológica5 ocorre durante o crescimento natural do indivíduo, durante a gravidez6 e em resposta ao exercício físico intensivo. Na hipertrofia1 fisiológica5, a função cardíaca fica dentro do normal.

A hipertrofia1 ventricular esquerda patológica pode se desenvolver em resposta a alguns fatores que exijam do ventrículo esquerdo um trabalho maior do que o normal para fazer o sangue3 fluir, como pressão arterial7 alta, estenose8 da válvula aórtica ou alguma outra condição cardíaca que imponha obstáculo a esse fluxo. Dessas, a hipertensão arterial9 é, de longe, a causa mais frequente.

Existe também uma cardiomiopatia hipertrófica genética, na qual o músculo cardíaco10 se torna anormalmente espesso mesmo não havendo fatores que dificultem o fluxo sanguíneo.

Qual é o substrato fisiológico11 da hipertrofia1 ventricular esquerda?

A pressão arterial7 elevada, o estreitamento de válvulas cardíacas, certos casos de obesidade12 ou outros fatores mais representam um aumento da resistência ao fluxo sanguíneo, exigindo maior força por parte do coração2 e, em consequência, hipertrofiando o miocárdio13. Assim, a hipertrofia1 ventricular esquerda é sempre uma resposta adaptativa do coração2, mas que acaba por levar a problemas.

O músculo cardíaco10 dilatado perde elasticidade14 e, eventualmente, pode não conseguir bombear com a força necessária. Além disso, a câmara do ventrículo diminui de tamanho, só sendo capaz de admitir e bombear uma quantidade menor de sangue3.

Veja sobre "Hipertensão Arterial9", "Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial7", "Sintomas15 da hipertensão arterial9" e "Dieta que reduz a pressão arterial7".

Quais são as características clínicas da hipertrofia1 ventricular esquerda?

A hipertrofia1 ventricular esquerda altera a estrutura e o funcionamento do coração2. O ventrículo esquerdo aumentado pode: ficar enfraquecido; endurecer e perder elasticidade14, impedindo a câmara de encher corretamente e aumentando a pressão no coração2; comprimir os vasos sanguíneos16 da própria câmara e restringir seu suprimento de sangue3.

A hipertrofia1 ventricular esquerda geralmente se desenvolve de maneira gradual e a pessoa pode não ter sinais17 ou sintomas15, especialmente durante os estágios iniciais da doença. Conforme a hipertrofia1 ventricular esquerda progride, a pessoa pode experimentar falta de arfadiga18dor no peito19, geralmente após o exercício, sensação de batimentos cardíacos rápidos e tontura20 ou desmaio.

Como o médico diagnostica a hipertrofia1 ventricular esquerda?

Provavelmente o médico começará com um histórico de saúde21 do paciente e da sua família e exame físico completo, incluindo a verificação da sua pressão arterial7 e função cardíaca. O médico pode recomendar exames de eletrocardiograma22, ecocardiograma23 e ressonância magnética24.

O principal método de diagnóstico25 de hipertrofia1 ventricular esquerda é a ecocardiografia, com a qual se pode medir a espessura do músculo do coração2. O eletrocardiograma22 mostra sinais17 de aumento da voltagem do coração2 em indivíduos com hipertrofia1 ventricular esquerda, de modo que costuma ser usado como um teste de triagem para determinar quem deve ser submetido a exames adicionais.

Como o médico trata a hipertrofia1 ventricular esquerda?

O tratamento depende da causa subjacente e pode envolver medicamentos ou cirurgia. A hipertrofia1 ventricular esquerda causada por estenose8 da válvula aórtica pode exigir cirurgia para reparar a válvula estreitada ou para substituí-la por uma válvula artificial. A hipertrofia1 ventricular esquerda devido à cardiomiopatia hipertrófica pode ser tratada com medicamentos, dispositivos implantados e mudanças no estilo de vida.

Quais são as complicações possíveis com a hipertrofia1 ventricular esquerda?

Como resultado das mudanças que ocorrem na dinâmica circulatória, as complicações incluem redução do suprimento de sangue3 ao coração2, incapacidade do coração2 de bombear sangue3 suficiente para o corpo (insuficiência cardíaca26), ritmo cardíaco anormal, batimento cardíaco irregular, muitas vezes rápido (fibrilação atrial) e que diminui o fluxo sanguíneo para o corpo, fornecimento insuficiente de oxigênio para o coração2 (doença isquêmica do coração2), derrame27 e perda repentina e inesperada da função cardíaca, da respiração e da consciência.

Leia também sobre "Infarto do miocárdio28", "Arterioesclerose29", "Circunferência abdominal e doenças cardiovasculares4" e "Parada cardíaca".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic e da Cleveland Clinic.

ABCMED, 2020. Hipertrofia ventricular esquerda. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1382878/hipertrofia-ventricular-esquerda.htm>. Acesso em: 20 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Hipertrofia: 1. Desenvolvimento ou crescimento excessivo de um órgão ou de parte dele devido a um aumento do tamanho de suas células constituintes. 2. Desenvolvimento ou crescimento excessivo, em tamanho ou em complexidade (de alguma coisa). 3. Em medicina, é aumento do tamanho (mas não da quantidade) de células que compõem um tecido. Pode ser acompanhada pelo aumento do tamanho do órgão do qual faz parte.
2 Coração: Órgão muscular, oco, que mantém a circulação sangüínea.
3 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
4 Doenças cardiovasculares: Doença do coração e vasos sangüíneos (artérias, veias e capilares).
5 Fisiológica: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
6 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
7 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
8 Estenose: Estreitamento patológico de um conduto, canal ou orifício.
9 Hipertensão arterial: Aumento dos valores de pressão arterial acima dos valores considerados normais, que no adulto são de 140 milímetros de mercúrio de pressão sistólica e 85 milímetros de pressão diastólica.
10 Músculo Cardíaco: Tecido muscular do CORAÇÃO. Composto de células musculares estriadas e involuntárias (MIÓCITOS CARDÍACOS) conectadas, que formam a bomba contrátil geradora do fluxo sangüíneo.
11 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
12 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
13 Miocárdio: Tecido muscular do CORAÇÃO. Composto de células musculares estriadas e involuntárias (MIÓCITOS CARDÍACOS) conectadas, que formam a bomba contrátil geradora do fluxo sangüíneo. Sinônimos: Músculo Cardíaco; Músculo do Coração
14 Elasticidade: 1. Propriedade de um corpo sofrer deformação, quando submetido à tração, e retornar parcial ou totalmente à forma original. 2. Flexibilidade, agilidade física. 3. Ausência de senso moral.
15 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
16 Vasos Sanguíneos: Qualquer vaso tubular que transporta o sangue (artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias).
17 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
18 Fadiga: 1. Sensação de enfraquecimento resultante de esforço físico. 2. Trabalho cansativo. 3. Redução gradual da resistência de um material ou da sensibilidade de um equipamento devido ao uso continuado.
19 Peito: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original
20 Tontura: O indivíduo tem a sensação de desequilíbrio, de instabilidade, de pisar no vazio, de que vai cair.
21 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
22 Eletrocardiograma: Registro da atividade elétrica produzida pelo coração através da captação e amplificação dos pequenos potenciais gerados por este durante o ciclo cardíaco.
23 Ecocardiograma: Método diagnóstico não invasivo que permite visualizar a morfologia e o funcionamento cardíaco, através da emissão e captação de ultra-sons.
24 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
25 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
26 Insuficiência Cardíaca: É uma condição na qual a quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada minuto (débito cardíaco) é insuficiente para suprir as demandas normais de oxigênio e de nutrientes do organismo. Refere-se à diminuição da capacidade do coração suportar a carga de trabalho.
27 Derrame: Conhecido popularmente como derrame cerebral, o acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico é uma doença que consiste na interrupção súbita do suprimento de sangue com oxigênio e nutrientes para o cérebro, lesando células nervosas, o que pode resultar em graves conseqüências, como inabilidade para falar ou mover partes do corpo. Há dois tipos de derrame, o isquêmico e o hemorrágico.
28 Infarto do miocárdio: Interrupção do suprimento sangüíneo para o coração por estreitamento dos vasos ou bloqueio do fluxo. Também conhecido por ataque cardíaco.
29 Arterioesclerose: Doença degenerativa da artéria devido à destruição das fibras musculares lisas e das fibras elásticas que a constituem, levando a um endurecimento da parede arterial, geralmente produzido por hipertensão arterial de longa duração ou pelo envelhecimento.
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