Circunferência abdominal e doenças cardiovasculares
Qual é a relação entre circunferência abdominal e doenças cardiovasculares1?
É sabido que o excesso de peso e a obesidade2 são fatores que induzem a doenças cardiovasculares1. O índice de massa corporal3 é, em geral, utilizado para detectar a obesidade2 e predizer seus malefícios. Atualmente, no entanto, alguns estudos científicos estabeleceram relações de risco à saúde4 entre a quantidade de gordura5 depositada em determinadas partes do corpo e certas doenças.
A gordura5 acumulada na cintura está mais associada a doenças crônicas do que aquela que pode estar presente nos quadris. A gordura abdominal6, que pode ser avaliada através da medida da circunferência abdominal (perímetro abdominal), é considerada a mais perigosa para a saúde4 por estar relacionada a um maior risco de desenvolver sobretudo problemas cardiovasculares (risco metabólico). Este risco é devido à existência de uma grande quantidade de gordura5 próxima ao coração7.
Saiba mais sobre "Obesidade2", "Cálculo8 do IMC9" e "Como medir sua cintura".
Como medir a circunferência abdominal?
A circunferência abdominal usualmente é medida por uma fita métrica. A cintura, na altura do umbigo10, deve ser enlaçada pela fita, alinhada horizontalmente, depois do indivíduo respirar fundo e soltar o ar. A medida da circunferência abdominal, então, deve ser tomada em centímetros.
Como números de referência temos para o sexo feminino um ideal de até 80 centímetros; risco moderado entre 80 e 88 cm; alto risco acima de 88 cm. Já para o sexo masculino temos o ideal de até 94 cm; risco moderado entre 94 e 102 cm; alto risco acima de 102 cm.
Além das doenças cardiovasculares1, há o risco do aparecimento de hipertensão arterial11 (pressão alta), diabetes mellitus12, hiperlipidemias (colesterol13 e triglicerídeos altos), trombose14 e síndrome metabólica15, dentre outros riscos.
Leia sobre "Hipertensão16", "Diabetes17", "Colesterol13 alto", "Triglicérides18 alto" e "Síndrome metabólica15".
Quais são as principais características clínicas da circunferência abdominal avantajada?
A gordura abdominal6, além de não ser bem aceita esteticamente, é um indicador do risco de desenvolvimento de doenças associadas à obesidade2, mais do que a gordura5 acumulada em qualquer outra região corporal.
Como minorar o risco de doenças cardiovasculares1 nos pacientes com alto valor de circunferência abdominal?
O principal “tratamento” indicado para esse problema é a perda de peso, com consequente diminuição da circunferência abdominal. A perda de peso implica numa dieta bem planejada, na prática de exercícios físicos regulares e, eventualmente, no uso de alguma medicação, tudo isso sob orientação médica.
Veja como "Calcular a sua relação cintura-quadril".
Como prevenir a obesidade2 e uma circunferência abdominal aumentada?
Embora a obesidade2 possa ter um importante componente genético, algumas coisas podem ser feitas no sentido de preveni-la ou minorá-la:
- Meça periodicamente seu perímetro abdominal e verifique seu índice de massa corporal3 (IMC9). Tendo em conta a história clínica, antecedentes familiares e fatores de risco da pessoa, o médico pode recomendar a realização periódica de exames específicos.
- Mantenha uma alimentação equilibrada, diversificada e fracionada. Isso ajuda a controlar o peso corporal, a diminuir o risco de doenças cardiovasculares1 e a reduzir os valores da pressão arterial19. Fracionar as refeições em intervalos de três horas entre uma refeição e outra auxilia na manutenção de níveis mais estáveis de açúcar20 no sangue21, ajudando a prevenir o desenvolvimento de diabetes mellitus12. A alimentação diária deve ser rica em frutas e vegetais e pobre em gorduras e sal.
- Evite refrigerantes e bebidas alcoólicas.
- Faça exercícios físicos durante 30 a 60 minutos todos os dias. Implemente hábitos como subir as escadas em vez de usar o elevador, cumprir pequenas distâncias a pé, ao invés de usar o carro, e organize atividades físicas ao ar livre com familiares ou amigos nos finais de semana.
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As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.