Hiperaldosteronismo primário e secundário - o que são? Quais os sintomas?
O que é hiperaldosteronismo?
O hiperaldosteronismo é a produção excessiva de aldosterona pelas glândulas1 suprarrenais, duas glândulas1 triangulares localizadas acima dos polos superiores dos rins2. A aldosterona tem como principal função a regulação do balanço eletrolítico, ou seja, o controle de fluidos e minerais no organismo. O principal papel que ela cumpre nesse intento é estimular a retenção de sódio e promover a excreção de potássio pelos rins2, glândulas salivares3 e sudoríparas.
A renina (ou angiotensina), uma enzima4 circulante liberada pelas células5 justaglomerulares dos rins2, também é responsável por estimular a síntese de aldosterona. Um complexo sistema denominado sistema renina-angiotensina-aldosterona, que tem como um de seus objetivos controlar a pressão arterial6.
Há dois tipos de aldosteronismo:
- Hiperaldosteronismo primário, em que as suprarrenais são originalmente afetadas por um adenoma7 geralmente não canceroso.
- Hiperaldosteronismo secundário, em que elas são afetadas secundariamente, em consequência de outras doenças ou condições.
Leia sobre "Dieta para hipertensos", "Distúrbios hidroeletrolíticos", "Hipocalemia8 e Hipercalemia9" e "Adenomas".
Hiperaldosteronismo primário
O hiperaldosteronismo primário, ou simplesmente aldosteronismo primário, corresponde a um grupo raro de desordens das glândulas1 suprarrenais caracterizadas pelo excesso de produção de aldosterona que, normalmente, controla os níveis de sal e potássio no sangue10 e, ademais, leva à hipertensão arterial11.
Cerca de 33% dos casos de hiperaldosteronismo primário são decorrentes de um adenoma7 adrenal, geralmente benigno, e 66% deles são decorrentes de uma hiperplasia12 de ambas as glândulas1. A maioria dos casos acontece aleatoriamente e suas causas não são inteiramente conhecidas, mas alguns deles têm uma raiz genética e são transmitidos aos filhos por um dos pais.
O hiperaldosteronismo primário pode acontecer em qualquer idade, porém é mais frequente em pessoas na faixa dos 30 e 40 anos, e é mais comum em mulheres do que em homens. Ele pode levar a hipocalcemia13, alcalose14 metabólica, hipertensão arterial11 e hipernatremia15. Indivíduos com hipocalcemia13 e hipertensão arterial11 podem apresentar também aumento da frequência urinária, sede em excesso, fraqueza, fadiga16, paralisias temporárias, palpitação17, cefaleia18, contraturas musculares, sensação de “agulhadas” e formigamento.
Os níveis de aldosterona circulante podem ser detectados num exame de sangue10 e/ou de urina19. No hiperaldosteronismo primário, a aldosterona encontra-se muito elevada, enquanto a renina encontra-se extremamente baixa ou nem é possível detectá-la. O baixo teor de potássio no sangue10 está presente apenas em cerca de um quarto das pessoas. O médico pode solicitar uma tomografia computadorizada20 ou ressonância magnética21 para encontrar um adenoma7 ou uma hiperplasia12.
O hiperaldosteronismo costuma ser uma condição curável. O tratamento é basicamente cirúrgico, quando se trata de tumores. A cirurgia quase sempre é feita por laparoscopia22, embora seja uma cirurgia complexa. A hiperplasia12 bilateral é tratada com diuréticos23, que ajudam a controlar o acúmulo de fluidos no corpo. A pressão arterial6 pode ser controlada pelo uso de medicamentos anti-hipertensivos. Mesmo assim, os pacientes devem ser monitorados por toda a vida para detecção precoce de um possível segundo adenoma7, uma situação que, no entanto, só ocorre muito raramente.
O hiperaldosteronismo primário foi descrito em 1955 por Jerome Conn e é, por isso, dominado também síndrome24 de Conn.
Hiperaldosteronismo secundário
O hiperaldosteronismo secundário, ou simplesmente aldosteronismo secundário, também conhecido como hiperreninismo, é um aumento da produção de aldosterona pelas glândulas1 suprarrenais em resposta a estímulos não oriundos da hipófise25, como hipovolemia26 renal27, aumento da secreção de renina, aumento da reabsorção renal27 de sódio e aumento do fluido extracelular, por exemplo. Mais que uma nosologia28, o hiperaldosteronismo secundário é uma resposta do organismo a uma outra patologia29 de base. Ele pode ser causado, entre outras condições, por síndrome nefrótica30, cirrose31 hepática32 ou doença cardíaca crônica.
Seus sintomas33 são semelhantes aos do aldosteronismo primário e incluem alcalose14 hipocalêmica (deficiência de potássio no sangue10), que causa fraqueza episódica, edema34 periférico, parestesias35, paralisia36 transitória e tetania37. Em muitos casos, a hipertensão arterial11 é a única manifestação evidente. O diagnóstico38 pode ser feito mediante a dosagem de aldosterona e da atividade de renina no sangue10.
O tratamento do hiperaldosteronismo secundário envolve a correção da sua causa, quando possível. A hipertensão arterial11 pode ser controlada com um bloqueador seletivo da aldosterona como espironolactona ou outro diurético39.
Veja também sobre "Síndrome24 de Conn", "Hipertensão arterial11 na infância", "Hipertensão arterial11" e "Crises hipertensivas".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic e da Cleveland Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.