O que vem a ser pressão arterial?
O que é a pressão arterial1?
A expressão “pressão arterial1” (PA), às vezes referida também como “pressão sanguínea” (do inglês, “blood pressure”), refere-se à pressão exercida pelo sangue2 circulante contra as paredes das artérias3. Essa pressão é causada em parte pelo coração4, que é o órgão muscular contrátil que impulsiona o sangue2 para as artérias3. Ao se contrair (sístole5), ele injeta cerca de 70 ml de sangue2 no sistema arterial6, a cada “batida”, fazendo aumentar aquela pressão. Durante sua dilatação (diástole7), a pressão diminui. Assim, tem-se, alternativamente, dois valores da pressão arterial1: (1) pressão “máxima” ou sistólica e (2) pressão “mínima” ou diastólica.
Da mesma forma, e com as mesmas consequências, as artérias3 também são órgãos ligeiramente contráteis e quando contraídas ou dilatadas contribuem para determinar uma pressão arterial1 mais alta ou mais baixa. Ademais, a pressão arterial1 pode também ser afetada pela perda da elasticidade8 dessas artérias3, o que acontece, por exemplo, na arteriosclerose9. Esses mecanismos, por sua vez, dependem do sistema nervoso10, sistema cardiovascular11 e dos rins12. Distúrbios nessas estruturas podem alterar a pressão arterial1 e causar problemas de pressão.
Leia sobre "Hipertensão arterial13", "Dieta que reduz a pressão arterial1", "Sintomas14 da hipertensão arterial13" e "Síncope15 vasovagal".
O substrato fisiológico16 da pressão arterial1
A circulação17 é semelhante a um encanamento altamente sofisticado: o sangue2 "flui" pelas artérias3, impulsionado por uma “bomba”, que é o coração4, e é também impulsionado por uma diferença de pressão entre as extremidades desses “canos”. O coração4 dá origem ao principal componente da pressão sanguínea, forçando o sangue2 a fluir à frente quando ele se contrai a cada batimento cardíaco. A pressão arterial1, no entanto, não é criada apenas pelo coração4 pulsante, e outros fatores atuam junto dele.
Dessa forma, a pressão arterial1 é mais alta quando entra na aorta18 e progressivamente mais baixa ao longo de ramos menores das artérias3. A contratilidade das artérias3 também afeta a pressão arterial1: a constrição19 delas aumenta a pressão no ponto de constrição19 e assim ajuda o sangue2 a circular. Embora o coração4 crie a pressão maior que faz o sangue2 fluir, as propriedades elásticas das artérias3 são igualmente importantes para mantê-la. Ao contrário, o estreitamento ou enrijecimento das artérias3 pode elevar a PA e eventualmente bloquear o suprimento por completo de sangue2 para um determinado setor do organismo, levando a condições perigosas, incluindo derrame20 cerebral ou infarto21 cardíaco.
As medidas da pressão arterial1
Os valores da pressão arterial1 são expressos em milímetros de mercúrio (mmHg). Isso significa a altura a que ela é capaz de elevar uma coluna vertical de mercúrio. Os valores ideais da pressão arterial1 são de 120 mmHg para a pressão diastólica22 e 80 mmHg para a pressão diastólica22, dados que abreviadamente são ditos como 120x80 ou, ainda, 12x8. Na verdade, valores tidos como “normais” oscilam entre 90x60 e 120x80 mmHg.
Qual das duas é mais importante: a pressão diastólica22 ou a pressão sistólica23? Pesquisas recentes revelam que a pressão sistólica23 é o melhor indicador da saúde24 ou de problemas cardiovasculares, embora anteriormente se desse maior importância à pressão diastólica22. Principalmente nos pacientes acima de 50 anos, os médicos tendem a prestar mais atenção à pressão arterial sistólica25 porque para a maioria dessas pessoas a arteriosclerose9 leva ao aumento dela.
Até há pouco tempo, a pressão era considerada alta se a pressão sistólica23 estivesse acima de 140 mmHg. Porém, mais recentemente, o American College of Cardiology e a American Heart Association redefiniram a pressão elevada para um limite mais baixo e passaram a defender que é preciso manter especial atenção já aos 130x80 mmHg. Há também quem considere os níveis entre 120 e 140 como “pré-pressão alta”.
A pressão diastólica22 considerada normal deve ser inferior a 80 mmHg. Ela atinge seu pico por volta dos 50 anos e diminui gradualmente com a idade. Contudo, valores abaixo de 60 mmHg são associados a danos ao tecido26 cardíaco e a resultados cardiovasculares ruins. A pressão diastólica22 muito baixa pode, por exemplo, resultar em bombeamento inadequado do sangue2 através das artérias coronárias27 que nutrem o músculo cardíaco28.
Importante destacar também que uma pressão arterial sistólica25 de 120 ou mais tem um impacto negativo maior sobre a saúde24 nas pessoas que têm pressão diastólica22 baixa do que naquelas em que ela é normal.
Veja também sobre "Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial1" e "Prevenção da hipertensão arterial13".
Pressão alta (hipertensão29) e pressão baixa (hipotensão30)
A hipertensão29 geralmente não apresenta sintomas14 e a única maneira de saber se uma pessoa a tem é medindo a pressão regularmente. Antes de fazer um diagnóstico31, deve-se fazer duas ou mais leituras distanciadas, porque os valores da PA variam muito por questões circunstanciais e/ou de momento.
Existem dois tipos principais de pressão alta: (1) pressão alta primária e (2) pressão alta secundária. A hipertensão29 primária, também chamada de essencial, é o tipo mais comum de hipertensão29. Trata-se de um tipo crônico32 e que aparece sem uma causa determinada. Para a maioria dos indivíduos, ela se desenvolve com o tempo, conforme a pessoa envelhece.
A hipertensão29 secundária é causada por alguma outra condição médica ou pelo uso de certos medicamentos e pode, pois, ser transitória. Geralmente, melhora se for possível tratar essa condição ou parar de tomar os medicamentos que a estão causando.
A pressão alta, principalmente a hipertensão29 primária, é um dos principais fatores de risco para a ocorrência de acidente vascular cerebral33, infarto21, aneurisma34 arterial e insuficiências renal35 e cardíaca. O problema quase sempre é herdado dos pais (90% dos casos), mas há vários fatores que influenciam os níveis dessa pressão arterial1: hábitos de vida do indivíduo, como alimentação, sedentarismo36 e falta de exercícios físicos, fumo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade37, estresse, consumo elevado de sal, níveis altos de colesterol38, etc.
Na maioria dos adultos saudáveis, a pressão baixa não causa problemas ou sintomas14, mas em outros pode causar desmaios ou tonturas39 porque o cérebro40 não recebe sangue2 suficiente para um funcionamento correto. Nem sempre ela é causada por uma doença subjacente e muitas vezes segue um histórico familiar de pressão baixa. Em alguns casos, pode ser um efeito colateral41 de medicamentos.
Saiba também sobre "Estratégias para reduzir o sal na dieta e evitar a hipertensão arterial13" e "Hipotensão30 ortostática".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do International Medical College, da Mayo Clinic e da American Heart Association.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.