Hipocalemia e Hipercalemia como elas são? Há perigos para a saúde?
O que são hipo/hipercalemia1?
A hipocalemia2 (do grego: hipo = abaixo + kalium = potássio) é um baixo nível de potássio (K+) no soro3 sanguíneo. A hipocalemia2 é um dos desequilíbrios eletrolíticos mais comuns. Afeta cerca de 20% das pessoas internadas no hospital. Os níveis normais de potássio estão entre 3,5 e 5,0 mEq/l, com níveis abaixo de 3,5 mEq/l sendo definidos como hipocalemia2, a qual é classificada como grave quando os níveis são inferiores a 2,5 mEq/l. Além da medida em laboratório, níveis baixos de potássio também podem ser suspeitos com base em certas características de um eletrocardiograma4.
A hipercalemia1 (do grego: hiper = alto + kalium = potássio) é um alta concentração de potássio no soro3 sanguíneo, com níveis acima de 5,5 mEq/l. Pode haver uma pseudo-hipercalemia1 devido à destruição das células5 durante ou após a coleta da amostra de sangue6, que deve ser descartada.
Quais são as causas da hipo/hipercalemia1?
Existem várias razões pelas quais uma pessoa pode ter baixos níveis de potássio, em geral porque muito potássio está sendo eliminado pelo trato digestivo. As causas da hipocalemia2 incluem vômitos7, diarreia8, uso de certos medicamentos, diálise9, diabetes insipidus10, hiperaldosteronismo, hipomagnesemia e ingestão insuficiente de potássio na dieta. A hipocalemia2 pode ser sintoma11 de algum outro problema médico. Outras causas podem ser: beber muito álcool, suar muito, deficiência de ácido fólico, tomar certos antibióticos, cetoacidose diabética12, laxantes13 tomados por um longo período, certos tipos de tabaco, alguns medicamentos para asma14 e baixo nível de magnésio.
As causas comuns de hipercalemia1 incluem insuficiência renal15, hipoaldosteronismo e rabdomiólise16 (lesão17 muscular com liberação de conteúdos intracelulares). Vários medicamentos também podem causar aumento do potássio no sangue6, incluindo espironolactona, anti-inflamatórios não esteroides e inibidores da enzima18 de conversão da angiotensina.
As causas mais comuns de hipercalemia1 incluem doença renal19. Nos estágios iniciais da doença renal19, os rins20 podem compensar o alto teor de potássio, mas à medida que a função renal19 piora, eles podem não ser capazes de remover potássio suficiente do seu corpo. Comer muita comida com alto teor de potássio (melão, suco de laranja e banana, por exemplo) também pode causar hipercalemia1, especialmente em pessoas com doença renal19 avançada. Alguns medicamentos podem impedir que os rins20 removam potássio suficiente e causar hipercalemia1. Outras causas menos comuns incluem: tomar potássio extra, como substitutos ou suplementos de sal, doença de Addison, queimaduras ou outros ferimentos graves e diabetes21 mal controlado.
Saiba mais sobre "Hiperaldosteronismo primário e secundário", "Insuficiência renal15 crônica", "Hemodiálise22" e "Doença de Addison".
Qual é o substrato fisiológico23 da hipo/hipercalemia1?
O potássio é um mineral que o corpo precisa para funcionar normalmente. O potássio é o íon24 intracelular mais abundante, apenas 2% do potássio corporal total é extracelular e circulante. Como a maior parte do potássio intracelular está contida em células musculares25, o potássio corporal total é aproximadamente proporcional à massa corporal magra. Um adulto com peso médio de 70 kg tem cerca de 3.500 mEq (miliequivalentes) de potássio.
O potássio é o principal determinante da osmolalidade26 intracelular e influencia importantes processos celulares, como a condução de impulsos nervosos e a contração de células musculares25, incluindo as do miocárdio27. Assim, alterações relativamente pequenas nas concentrações plasmáticas de potássio podem apresentar manifestações clínicas significativas.
Quais são as características clínicas da hipo/hipercalemia1?
Um nível moderadamente baixo de potássio no sangue6 não costuma causar sintomas28. No entanto, um baixo nível de potássio aumenta o risco de um ritmo cardíaco anormal, que geralmente é muito lento e pode causar parada cardíaca. Quando há sintomas28, eles podem incluir sensação de cansaço, câimbras29 nas pernas, fraqueza e constipação30.
Normalmente, a hipercalemia1 baixa ou moderada também não causa sintomas28. Ocasionalmente, quando muito elevado, o potássio pode causar palpitações31, dor muscular, fraqueza muscular ou dormência32. A hipercalemia1 também pode causar um ritmo cardíaco anormal que pode resultar em parada cardíaca e morte. A hipercalemia1 é rara entre aquelas pessoas que são saudáveis. Entre pessoas hospitalizadas, as taxas estão geralmente entre 1% e 2,5%. Está associada a um aumento da mortalidade33, seja devido à própria hipercalemia1 ou como marcador de doença grave.
Como o médico diagnostica a hipo/hipercalemia1?
Para reunir informações suficientes para o diagnóstico34 da hipo ou hipercalemia1, a medição do potássio deve ser repetida, pois a elevação pode ser causada por hemólise35 na primeira amostra. São realizados também exames de sangue6 para a função renal19 (creatinina36, nitrogênio da ureia37 no sangue6), glicose38 e ocasionalmente creatina quinase e cortisol. O cálculo39 do gradiente transtubular de potássio às vezes pode ajudar a distinguir a causa da hipercalemia1.
Além disso, a eletrocardiografia pode ser realizada para determinar se existe um risco significativo de ritmos cardíacos anormais. Os médicos que têm o histórico médico do paciente podem se concentrar na doença renal19 e no uso de medicamentos poupadores de potássio, os quais são causas conhecidas de hipercalemia1.
Como o médico trata a hipo/hipercalemia1?
Na hipocalemia2 a velocidade na qual o potássio deve ser substituído depende da existência ou não de sintomas28 ou anormalidades no eletrocardiograma4. Os níveis de potássio que estão apenas ligeiramente abaixo da faixa normal podem ser gerenciados com alterações na dieta. Níveis mais baixos exigem a substituição por suplementos orais ou intravenosos.
Na hipercalemia1 o tratamento inicial naqueles com alterações no ECG são sais, como o gluconato de cálcio ou o cloreto de cálcio. Outros medicamentos usados para reduzir rapidamente os níveis de potássio no sangue6 incluem insulina40 com dextrose41, salbutamol42 e bicarbonato de sódio. Os medicamentos que podem piorar a condição devem ser interrompidos e uma dieta baixa em potássio deve ser iniciada. As medidas para remover o potássio do corpo incluem diuréticos43, ligantes de potássio e hemodiálise22. A hemodiálise22 é o método mais eficaz.
Leia também sobre "Arritmia44 cardíaca", "Eletrocardiograma4" e "Gasometria".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites da Mayo Clinic e da U.S. National Library of Medicine.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.