Ombro com limitação de movimento e dor? Pode ser capsulite adesiva!
O que é capsulite adesiva1?
O ombro é uma das articulações2 mais complexas do corpo humano3. Toda sua complexa estrutura é envolvida por uma cápsula articular4 que pode inflamar, gerando uma capsulite adesiva1. A capsulite adesiva1 também é dita capsulite retrátil ou “ombro congelado”, porque leva a uma grande ou total imobilização da articulação do ombro5.
Quais são as causas da capsulite adesiva1?
A capsulite adesiva1 pode ser idiopática6 (sem identificação da causa) ou ser relacionada a traumatismos do ombro ou a doenças sistêmicas, como diabetes7, hipotireoidismo8, doenças cardiovasculares9 entre outras.
Os principais fatores de risco são:
- idade acima de 50 anos;
- imobilização prolongada do braço;
- cirurgias, mesmo que não tenham sido no ombro;
- doenças autoimunes10;
- parkinsonismo;
- acidente vascular cerebral11;
- doenças cardiovasculares9.
Qual é o mecanismo fisiopatológico da capsulite adesiva1?
A capsulite adesiva1 provoca inflamação12, fibrose13, espessamento e rigidez da cápsula articular4, levando, por isso, à dor e à impotência14 funcional do ombro.
Leia sobre "Rompimento de tendões15 do ombro", "Bursite16 " e "Sinovite17".
Quais são as principais características clínicas da capsulite adesiva1?
A capsulite adesiva1 acomete cerca de 3 a 5% da população geral. A doença é rara antes dos 40 anos e mais frequente a partir dos 55 anos. O braço não dominante é ligeiramente mais susceptível a ela que o membro contralateral, e a doença acomete mais as mulheres que os homens. O acometimento bilateral é raro, embora seja mais comum que ela afete alternativamente os dois ombros, num intervalo de 5 anos ou menos.
A capsulite adesiva1, na sua fase aguda, caracteriza-se por dor e restrição dos movimentos do ombro, que pode durar vários meses ou até 2 anos. A dor e a imobilidade andam juntas, mas podem se dissociar uma de outra e, sobretudo numa fase avançada da doença, pode haver “congelamento” dos movimentos do ombro, mesmo na ausência de dor ou se ela é muito pouco intensa.
Como o médico diagnostica a capsulite adesiva1?
O diagnóstico18 do ombro congelado19 pode ser feito através do exame físico e de exames complementares. Além deles, o teste da injeção20 pode ajudar a diferenciar a capsulite adesiva1 de outras condições dolorosas do ombro. O médico injeta certa quantidade de anestésico na articulação21 e verifica se o paciente consegue voltar a mover o ombro. Nos pacientes com ombro congelado19, a anestesia22 alivia a dor, mas não melhora a restrição da mobilidade.
Os exames de imagens (radiografias ou ultrassonografia23) não ajudam muito no diagnóstico18 da capsulite, mas são úteis no diagnóstico18 diferencial com outras patologias dolorosas do ombro, como bursite16 e tendinites, por exemplo.
A ressonância magnética24 pode não captar a capsulite adesiva1 em suas fases iniciais, mas é bastante útil mais à frente, para diferenciá-la da bursite16 do ombro, provocada pela inflamação12 da bursa sinovial (estrutura em forma de bolsa, que produz o líquido sinovial25, que lubrifica a articulação21) e da tendinite26 do ombro, uma inflamação12 dos tendões15 de músculos27 que se inserem nessa região.
Como o médico trata a capsulite adesiva1?
A capsulite adesiva1 leve resolve-se sozinha, embora para isso tome um longo período de alguns meses até 2 anos. O tratamento deve visar o controle da dor e o possível restabelecimento de parte dos movimentos do ombro. Em casos resistentes, podem ser usados analgésicos28 mais fortes, à base de derivados da morfina, ou injeções intra-articulares de corticoides, nos primeiros meses da doença.
Após ter sido debelada a dor, o paciente pode começar uma fisioterapia29 e exercícios leves para melhorar a mobilidade do ombro.
A cirurgia por artroscopia30 só se justifica nos casos mais graves que não obtêm resultados positivos com outros tipos de tratamento. Nela, o cirurgião procurará “libertar” a cápsula, para que a articulação21 possa se mover com mais liberdade.
Como evolui em geral a capsulite adesiva1?
A capsulite adesiva1 habitualmente evolui em três fases:
- A primeira é uma fase dolorosa ou inflamatória, na qual há dor intensa ao movimento e perda gradual da capacidade de mover o ombro.
- A segunda é a fase de congelamento ou rigidez, em que se verifica uma quase total incapacidade de mover o braço (ombro rígido ou “congelado”), embora a dor possa ter diminuído.
- A última é uma fase de recuperação ou “descongelamento”, na qual, após vários meses ou até 2 anos, o ombro começa a retomar seus movimentos e a dor desaparece. Em alguns casos, os pacientes podem perder em definitivo uma parcela da mobilidade do ombro.
Veja também sobre "Dores no ombro", "Síndrome31 do ombro do nadador" e "Luxação32 de ombro".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic e da Cleveland Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.