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Qual é meu peso ideal? Como posso calculá-lo?

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O que é peso ideal?

O peso ideal é aquele que uma pessoa deveria estar pesando em função da sua altura. Em geral é expresso em quilogramas (kg). Ele varia dentro de uma faixa relativamente ampla, uma vez que depende da constituição individual, composta de ossos, músculos1 e gorduras. Para efeitos comparativos e em pessoas que dependem do peso até o nível de gramas (como lutadores, por exemplo) a pesagem deve ser tomada em momentos e condições padronizadas, já que o peso varia durante o dia, em função de vários fatores.

Embora o peso corporal ideal às vezes tenha motivação estética e seja definido com base no apelo visual do corpo, ele foi introduzido para estimar as dosagens de remédios e originalmente não estava relacionado a um peso esteticamente desejado. Hoje em dia, o peso ideal também é amplamente usado em esportes, já que muitos esportes classificam as pessoas em categorias tomando o peso como base.

Como calcular o peso ideal?

O peso ideal não é uma medida perfeita de saúde2 ou mesmo de conformação corporal porque ele não leva em conta as porcentagens dos componentes do corpo: ossos, gorduras e músculos1. Por isso é possível que mesmo atletas saudáveis e com boa forma física sejam considerados acima do peso quando comparados ao seu peso ideal.

O peso ideal não é sempre indicativo de saúde2 e nem sempe é um peso que a pessoa deve necessariamente buscar. É possível, por exemplo, estar acima ou abaixo do peso ideal e ser perfeitamente saudável. Não existe uma medida, seja ela peso ideal, índice de massa corporal3 ou qualquer outra que possa definir de forma definitiva quanto uma pessoa deve pesar para ter saúde2. Essas medidas são úteis, mas são apenas referências.

O peso ideal pode ser afetado por muitos fatores como idade, gênero, altura e conformação corporal. Outros fatores incluem condições de saúde2, distribuição de gordura4, descendência, etc.

Por outro lado, o peso que uma pessoa deseja alcançar é determinado por fatores que têm pouco a ver com as fórmulas matemáticas do peso ideal. Além de motivações estéticas outras mais influenciam essa questão. Assim, por exemplo, um jóquei pode desejar pesar menos que o seu peso ideal e um lutador de sumô quer estar o máximo possível acima dele.

Leia sobre "Restrição calórica e longevidade", "Usos e abusos dos anorexígenos5" e "Gordura abdominal6 - como perder a barriga".

O que é o IMC7? Qual é a sua relação com o peso ideal?

O IMC7, índice de massa corporal3, é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde2 para indicar o peso que ela considera adequado para cada pessoa. Esse índice é calculado dividindo o peso real de uma pessoa, em quilogramas, pela sua altura ao quadrado, medida em metros. No entanto, ele não mede diretamente a gordura4 corporal, pois não contempla uma separação entre a estrutura óssea, massa magra8, massa gorda9 e líquidos.

Estar dentro do peso ideal é importante para a promoção da saúde2. Através do cálculo10 do IMC7 é possível prevenir doenças, como obesidade11, hipertensão arterial12, infarto13, diabetes mellitus14, colesterol15 alto e até hipotireoidismo16. Se a pessoa estiver abaixo do peso ideal, é indicado buscar o aumento do volume muscular para ganhar peso de forma saudável. Se estiver acima dele, o indicado é que haja busca por hábitos moderados e saudáveis, associados à atividade física e ao não sedentarismo17, para obter uma saúde2 melhor.

Os valores do IMC7 indicam as necessidades do corpo:

  • IMC7 menor do que 18,5 indica peso abaixo do normal.
  • IMC7 entre 18,5 e 24,9 é considerado normal.
  • IMC7 entre 25 e 29,9 significa pré-obesidade11 ou “acima do peso”.
  • IMC7 entre 30 e 34,9 indica obesidade11 grau um.
  • IMC7 de 35 a 39,9 indica obesidade11 grau dois.
  • IMC7 acima de 40 indica obesidade11 grau três ou mórbida.

E se eu estiver abaixo do peso ideal?

Um IMC7 abaixo do normal pode indicar subnutrição ou algum problema de saúde2. Estar abaixo do peso ideal pode ser tão ou mais perigoso à saúde2 do que estar acima dele. E isso independentemente de outros fatores de risco, como tabagismo ou consumo excessivo de álcool e drogas. Neste caso, é necessário consultar um especialista que seja capaz de verificar a existência de algum problema de saúde2 causador do índice abaixo do normal.

Se a pessoa perder muito peso em curto tempo, é mais necessário ainda recorrer a um médico para investigar a causa do emagrecimento. No caso dos transtornos alimentares, como bulimia18 e anorexia nervosa19 é indicado também o acompanhamento com um psiquiatra. O estresse e a ansiedade também podem afetar a perda de peso, sendo indicadores de que a pessoa precisa de tratamento.

Estar abaixo do peso pode ser um sintoma20 de alguma doença subjacente. Indivíduos gravemente abaixo do peso podem ter pouca resistência física e um sistema imunológico21 fraco. O baixo peso e deficiências de micronutrientes22 também causam diminuições nas defesas orgânicas e são causas básicas de morte por doenças infecciosas.

Em mulheres, estar gravemente abaixo do peso pode resultar em amenorreia23 (ausência de menstruação24), infertilidade25 ou complicações durante a gravidez26. A desnutrição27 também pode causar anemia28 e queda de cabelo29 e é um fator de risco30 estabelecido para a osteoporose31, causando fraturas espontâneas. Estar abaixo do peso aumenta a mortalidade32 em taxas comparáveis às observadas em pessoas com obesidade11 mórbida, principalmente se a pessoa fuma.

E se eu estiver acima do peso ideal?

Mesmo que o peso esteja dentro da faixa considerada normal, a pessoa deve ter cuidados para permanecer assim e ter atenção com possíveis problemas metabólicos, principalmente se houver acúmulo de gordura4 na região interna do abdômen. Nesta situação é aconselhável uma consulta com um especialista, pois essa faixa também pode estar relacionada à pressão alta, colesterol15 alto ou diabetes33, podendo apontar até para o hipotireoidismo16.

Num grau de pré-obesidade11, a pessoa deve se preocupar ainda mais com sua pressão arterial34, nível sanguíneo de colesterol15, controle dos níveis de açúcar35 sanguíneo e dos hormônios tireoidianos.

Na obesidade11 grau um, além de haver um risco aumentado para essas doenças, há também o risco do infarto do miocárdio36 e diversos tipos de câncer37. A obesidade11 grau um já é considerada uma comorbidade38 e, como tal, já necessita um tratamento profissional.

No grau dois da obesidade11, o risco é ainda maior para as doenças supracitadas.

A obesidade11 mórbida necessita obrigatoriamente de tratamento profissional, incluindo até avaliação de cirurgia bariátrica39. O peso neste grau representa problemas extremamente graves e necessita de tratamento com o máximo de recursos disponíveis e uma equipe multidisciplinar para o atendimento e acompanhamento do paciente.

Veja mais sobre "Dietas para emagrecer", "Dieta cetogênica", "Dieta Mediterrânea40" e "Dieta do jejum".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do NIH - National Institutes of Health, da Harvard T. H. Chan – School of Public Health e do Centers for Disease Control and Prevention.

ABCMED, 2021. Qual é meu peso ideal? Como posso calculá-lo?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/obesidade/1386325/qual-e-meu-peso-ideal-como-posso-calcula-lo.htm>. Acesso em: 6 out. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Músculos: Tecidos contráteis que produzem movimentos nos animais.
2 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
3 Índice de massa corporal: Medida usada para avaliar se uma pessoa está abaixo do peso, com peso normal, com sobrepeso ou obesa. É a medida mais usada na prática para saber se você é considerado obeso ou não. Também conhecido como IMC. É calculado dividindo-se o peso corporal em quilogramas pelo quadrado da altura em metros. Existe uma tabela da Organização Mundial de Saúde que classifica as medidas de acordo com o resultado encontrado.
4 Gordura: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Os alimentos que fornecem gordura são: manteiga, margarina, óleos, nozes, carnes vermelhas, peixes, frango e alguns derivados do leite. O excesso de calorias é estocado no organismo na forma de gordura, fornecendo uma reserva de energia ao organismo.
5 Anorexígenos: Que ou o que provoca anorexia (diz-se de substância ou droga), ou seja, que ou o que produz falta ou perda de apetite.
6 Gordura Abdominal: Tecido gorduroso da região do ABDOME. Dela fazem parte as GORDURAS SUBCUTÂNEAS ABDOMINAL e a INTRA-ABDOMINAL
7 IMC: Medida usada para avaliar se uma pessoa está abaixo do peso, com peso normal, com sobrepeso ou obesa. É a medida mais usada na prática para saber se você é considerado obeso ou não. Também conhecido como IMC. É calculado dividindo-se o peso corporal em quilogramas pelo quadrado da altura em metros. Existe uma tabela da Organização Mundial de Saúde que classifica as medidas de acordo com o resultado encontrado.
9 Massa gorda: É a porção de massa do organismo constituída de gordura armazenada (encontrada no tecido subcutâneo) e gordura essencial (encontrada nas vísceras, responsável pelo funcionamento fisiológico normal). A massa gorda é o resultado em quilos do percentual de gordura existente no organismo. Por exemplo, um indivíduo de 100 quilos e com percentual de gordura de 38%, pode ter o valor da massa gorda calculado em 38 quilos.
10 Cálculo: Formação sólida, produto da precipitação de diferentes substâncias dissolvidas nos líquidos corporais, podendo variar em sua composição segundo diferentes condições biológicas. Podem ser produzidos no sistema biliar (cálculos biliares) e nos rins (cálculos renais) e serem formados de colesterol, ácido úrico, oxalato de cálcio, pigmentos biliares, etc.
11 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
12 Hipertensão arterial: Aumento dos valores de pressão arterial acima dos valores considerados normais, que no adulto são de 140 milímetros de mercúrio de pressão sistólica e 85 milímetros de pressão diastólica.
13 Infarto: Morte de um tecido por irrigação sangüínea insuficiente. O exemplo mais conhecido é o infarto do miocárdio, no qual se produz a obstrução das artérias coronárias com conseqüente lesão irreversível do músculo cardíaco.
14 Diabetes mellitus: Distúrbio metabólico originado da incapacidade das células de incorporar glicose. De forma secundária, podem estar afetados o metabolismo de gorduras e proteínas.Este distúrbio é produzido por um déficit absoluto ou relativo de insulina. Suas principais características são aumento da glicose sangüínea (glicemia), poliúria, polidipsia (aumento da ingestão de líquidos) e polifagia (aumento da fome).
15 Colesterol: Tipo de gordura produzida pelo fígado e encontrada no sangue, músculos, fígado e outros tecidos. O colesterol é usado pelo corpo para a produção de hormônios esteróides (testosterona, estrógeno, cortisol e progesterona). O excesso de colesterol pode causar depósito de gordura nos vasos sangüíneos. Seus componentes são: HDL-Colesterol: tem efeito protetor para as artérias, é considerado o bom colesterol. LDL-Colesterol: relacionado às doenças cardiovasculares, é o mau colesterol. VLDL-Colesterol: representa os triglicérides (um quinto destes).
16 Hipotireoidismo: Distúrbio caracterizado por uma diminuição da atividade ou concentração dos hormônios tireoidianos. Manifesta-se por engrossamento da voz, aumento de peso, diminuição da atividade, depressão.
17 Sedentarismo: Qualidade de quem ou do que é sedentário, ou de quem tem vida e/ou hábitos sedentários. Sedentário é aquele que se exercita pouco, que não se movimenta muito.
18 Bulimia: Ingestão compulsiva de alimentos, em geral seguida de indução do vômito ou uso abusivo de laxantes. Trata-se de uma doença psiquiátrica, que faz parte dos chamados Transtornos Alimentares, juntamente com a Anorexia Nervosa, à qual pode estar associada.
19 Anorexia nervosa: Distúrbio alimentar caracterizado por uma alteração da imagem corporal associado à anorexia.
20 Sintoma: Qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. O sintoma é a queixa relatada pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
21 Sistema imunológico: Sistema de defesa do organismo contra infecções e outros ataques de micro-organismos que enfraquecem o nosso corpo.
22 Micronutrientes: No grupo dos micronutrientes estão as vitaminas e os minerais. Esses nutrientes estão presentes nos alimentos em pequenas quantidades e são indispensáveis para o funcionamento adequado do nosso organismo. Exemplos: cálcio, ferro, sódio, etc.
23 Amenorréia: É a ausência de menstruação pelo período equivalente a 3 ciclos menstruais ou 6 meses (o que ocorrer primeiro). Para períodos inferiores, utiliza-se o termo atraso menstrual.
24 Menstruação: Sangramento cíclico através da vagina, que é produzido após um ciclo ovulatório normal e que corresponde à perda da camada mais superficial do endométrio uterino.
25 Infertilidade: Capacidade diminuída ou ausente de gerar uma prole. O termo não implica a completa inabilidade para ter filhos e não deve ser confundido com esterilidade. Os clínicos introduziram elementos físicos e temporais na definição. Infertilidade é, portanto, freqüentemente diagnosticada quando, após um ano de relações sexuais não protegidas, não ocorre a concepção.
26 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
27 Desnutrição: Estado carencial produzido por ingestão insuficiente de calorias, proteínas ou ambos. Manifesta-se por distúrbios do desenvolvimento (na infância), atrofia de tecidos músculo-esqueléticos e caquexia.
28 Anemia: Condição na qual o número de células vermelhas do sangue está abaixo do considerado normal para a idade, resultando em menor oxigenação para as células do organismo.
29 Cabelo: Estrutura filamentosa formada por uma haste que se projeta para a superfície da PELE a partir de uma raiz (mais macia que a haste) e se aloja na cavidade de um FOLÍCULO PILOSO. É encontrado em muitas áreas do corpo.
30 Fator de risco: Qualquer coisa que aumente a chance de uma pessoa desenvolver uma doença.
31 Osteoporose: Doença óssea caracterizada pela diminuição da formação de matriz óssea que predispõe a pessoa a sofrer fraturas com traumatismos mínimos ou mesmo na ausência deles. É influenciada por hormônios, sendo comum nas mulheres pós-menopausa. A terapia de reposição hormonal, que administra estrógenos a mulheres que não mais o produzem, tem como um dos seus objetivos minimizar esta doença.
32 Mortalidade: A taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um dado demográfico do número de óbitos, geralmente para cada mil habitantes em uma dada região, em um determinado período de tempo.
33 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
34 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
35 Açúcar: 1. Classe de carboidratos com sabor adocicado, incluindo glicose, frutose e sacarose. 2. Termo usado para se referir à glicemia sangüínea.
36 Infarto do miocárdio: Interrupção do suprimento sangüíneo para o coração por estreitamento dos vasos ou bloqueio do fluxo. Também conhecido por ataque cardíaco.
37 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
38 Comorbidade: Coexistência de transtornos ou doenças.
39 Cirurgia Bariátrica:
40 Dieta Mediterrânea: Alimentação rica em carboidratos, fibras, elevado consumo de verduras, legumes e frutas (frescas e secas) e pobre em ácidos graxos saturados. É recomendada uma ingestão maior de gordura monoinsaturada em decorrência da grande utilização do azeite de oliva. Além de vinho.
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