Bronquiectasia - saiba mais sobre essa condição
O que é bronquiectasia1?
Bronquiectasia1 é uma condição em que as vias respiratórias dos pulmões2 se tornam anormalmente dilatadas, levando ao acúmulo de muco em excesso, o que pode tornar os pulmões2 mais vulneráveis a infecções3. A doença é mais comum em mulheres que em homens e entre certos grupos étnicos, como os indígenas, por exemplo, e tem maior incidência4 à medida que as pessoas envelhecem. A condição foi descrita pela primeira vez por René Laennec, em 1819.
Quais são as causas da bronquiectasia1?
Em geral, a bronquiectasia1 tem causas adquiridas, mas pode resultar também de um distúrbio genético chamado fibrose cística5, que pode levar a uma bronquiectasia1 grave em quase todos os casos. A fibrose cística5 é uma doença relativamente comum, em que os pulmões2 ficam obstruídos com muco.
Entre as causas adquiridas estão as doenças infecciosas pulmonares, como pneumonia6, tuberculose7, etc. Anormalidades ciliares também podem contribuir com a doença. Os cílios8 são minúsculas estruturas semelhantes a cabelos que revestem as vias respiratórias dos pulmões2, projetados para proteger as vias aéreas e ajudar a remover qualquer excesso de muco. A bronquiectasia1 pode se desenvolver se houver um problema com os cílios8, no qual eles não consigam eliminar o muco das vias respiratórias com eficácia.
Também certas doenças do tecido conjuntivo9 que causam inflamação10 em outras áreas do corpo às vezes estão associadas à bronquiectasia1. Muitas vezes, porém, a causa da bronquiectasia1 permanecerá desconhecida.
Leia sobre "Insuficiência respiratória11", "Asma12 brônquica" e "Tuberculose7 pulmonar".
Qual é o substrato fisiopatológico da bronquiectasia1?
Se um agente infeccioso, como uma bactéria13 ou um vírus14, por exemplo, passar pelas defesas mecânicas do sistema respiratório15 e penetrar nele, o sistema imunológico16 do indivíduo tentará impedir a propagação da infecção17 enviando glóbulos brancos para o local da infecção17. Essas células18 liberam produtos químicos para combater a infecção17, o que pode causar inflamação10 no tecido19 circundante.
Para a maioria das pessoas, essa inflamação10 não causa maiores problemas, mas a bronquiectasia1 pode ocorrer se ela destruir permanentemente o tecido elástico20 e os músculos21 ao redor dos brônquios22, fazendo com que eles se dilatem.
Os brônquios22 anormais, então, ficam cheios de muco em excesso, o que pode desencadear tosse persistente e tornar os pulmões2 mais vulneráveis a infecções3. Se os pulmões2 forem infectados novamente, isso resulta em mais inflamação10 e maior alargamento dos brônquios22 e, à medida que esse ciclo é repetido, os danos aos pulmões2 pioram progressivamente.
O mecanismo básico da doença é, pois, o colapso23 das vias aéreas devido a uma resposta inflamatória excessiva.
Quais são as características clínicas da bronquiectasia1?
Os sintomas24 de bronquiectasia1 incluem tosse produtiva (catarro) frequente, de expectoração25 límpida, esverdeada ou amarelada. Outros sintomas24 comuns são falta de ar, respiração ofegante, um som de assobio ao respirar e dor no peito26.
A bronquiectasia1 também pode se manifestar com tosse com sangue27 na ausência de expectoração25, o que é chamado de "bronquiectasia1 seca". Devido à infecção17 ativa, as pessoas com bronquiectasia1 podem apresentar mau hálito.
O baqueteamento dos dedos, em que o tecido19 abaixo da unha fica mais espesso e as pontas dos dedos se tornam arredondadas e bulbosas, embora raro, pode ocorrer. Se o paciente tiver também uma infecção17 pulmonar, seus sintomas24 geralmente pioram em alguns dias e podem incluir uma tosse com ainda mais catarro, com cheiro desagradável, piora da falta de ar, muito cansaço, expectoração25 sanguinolenta28 e dor no peito26 ainda mais intensa.
A bronquiectasia1 é classificada como doença pulmonar obstrutiva, juntamente com outras doenças pulmonares obstrutivas crônicas e asma12.
Como o médico diagnostica a bronquiectasia1?
O diagnóstico29 é suspeitado com base nos sintomas24. No exame físico com o estetoscópio, o médico poderá ouvir crepitações30 e roncos expiratórios. O diagnóstico29 pode ser confirmado por meio da tomografia computadorizada31. Culturas do muco produzido podem ser úteis para determinar o germe32 presente e o tratamento em pessoas com piora aguda.
Como o médico trata a bronquiectasia1?
Nos casos de estar presente alguma infecção17, os antibióticos são recomendados, bem como técnicas de desobstrução das vias aéreas, por meio de fisioterapia33. Medicamentos para dilatar as vias aéreas e esteroides inalados podem ser usados durante a piora súbita, embora a eficácia deles seja questionável. O transplante pulmonar pode ser uma opção em pessoas com bronquiectasia1 muito grave.
Veja também sobre "Tosse seca persistente", "Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica" e "Câncer34 de pulmão35".
Como evolui a bronquiectasia1?
A rapidez com que a bronquiectasia1 progride pode variar significativamente. Para algumas pessoas, a condição piora rapidamente, mas para muitas a progressão é lenta.
Quais são as complicações possíveis com a bronquiectasia1?
As complicações incluem insuficiência respiratória11, quando não passa oxigênio suficiente dos pulmões2 para o sangue27, e atelectasia36, que é o colapso23 ou fechamento de um pulmão35. A atelectasia36 ocorre quando um ou mais segmentos dos pulmões2 não se inflam adequadamente.
Outras complicações incluem abscesso37 pulmonar e empiema38. As complicações cardiovasculares contam entre elas com o cor pulmonale, em que ocorre aumento e insuficiência39 do lado direito do coração40 em decorrência de doença pulmonar.
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do NHS - National Health Service, da Cleveland Clinic e da British Lung Foundation.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.