Tenho uma pele no ânus - o que pode ser? Conheça o plicoma anal
O que é o plicoma anal?
O plicoma anal é uma saliência de pele1 localizada na porção externa do ânus2, benigna, que pode ser confundida com uma hemorroida, embora seja diferente dela. Geralmente, o plicoma anal não tem outros sintomas3 associados, mas em alguns casos pode causar coceira ou dificultar a limpeza da região, e levar ao surgimento de infecções4.
Quais são as causas do plicoma anal?
Não existe uma causa específica para a aparição dos plicomas, mas eles geralmente surgem após inflamações5 crônicas no ânus2. O processo inflamatório faz com que a região inche e, ao desinchar, a pele1 não volta ao normal, gerando, assim, a flacidez e o excesso de pele1 que caracterizam o plicoma.
A inflamação6 pode ser causada por gravidez7, hemorroidas8, fissuras9 anais, doenças inflamatórias no intestino, irritações constantes como micoses ou dermatites, constipação10, parto ou relações sexuais anais.
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Quais são as características clínicas do plicoma anal?
Os plicomas anais podem ter vários tamanhos, desde milímetros até poucos centímetros. Eles são mais comuns em mulheres e pessoas que estejam acima do peso.
Eles não causam dor nem apresentam outros sintomas3 associados e são percebidos durante a higienização do ânus2 ou o ato sexual anal. No entanto, em alguns casos, a imperfeição pode causar coceira e contribuir para o acúmulo de resíduos de fezes. Quando isso acontece, é mais fácil e comum o surgimento de inflamação6 e/ou infecções4 na região.
Ao contrário das hemorroidas8, os plicomas nunca sangram.
Como o médico diagnostica o plicoma anal?
O diagnóstico14 deve ser feito por meio de um exame da região perianal. O plicoma corresponde a uma “pele solta no ânus”. Se houver alguma suspeita quanto à natureza benigna da lesão15, pode ser feita uma biópsia16, quando uma amostra minúscula do plicoma é retirada para ser analisada. Um diagnóstico14 diferencial deve ser estabelecido com hemorroidas8, verrugas causadas pelo HPV e tumores.
Muita gente confunde plicomas com hemorroidas8, mas o plicoma é um simples excesso de pele1 e a hemorroida é um vaso inchado e inflamado que causa sangramento e dor. As verrugas (condilomas17) costumam surgir entre 1 e 6 meses após o contágio18 por HPV, mas pode demorar até 20 anos para aparecer algum sinal19. Elas são os chamados condilomas17, popularmente conhecidas como “crista de galo”, “figueira” ou “cavalo de crista”.
Como o médico trata o plicoma anal?
O tratamento nem sempre é necessário, mas caso o plicoma seja muito grande e incomodativo, pode ser necessário remover o excesso de pele1 através de laser, cirurgia ou crioterapia20. A cirurgia para retirada do plicoma é simples e, na maioria das vezes, realizada com anestesia21 local. Não é necessária preparação prévia. O procedimento é feito principalmente por razões estéticas ou funcionais, uma vez que o plicoma raramente acarreta problemas de saúde22. Após a cirurgia o paciente pode voltar às suas atividades normais, preservando-se, contudo, de atividades pesadas e exercícios físicos, os quais só devem ser retomados após a completa cicatrização da ferida. A evacuação pode ocorrer normalmente após a cirurgia, tendo-se apenas o cuidado de que as fezes não estejam excessivamente ressecadas. As primeiras evacuações podem causar alguma dor ou desconforto, que se esvaem com o tempo.
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Como prevenir o plicoma anal?
Para prevenir o aparecimento dos plicomas, o paciente deve evitar hábitos intestinais ruins, como a formação de fezes endurecidas e ressecadas, e manter uma alimentação rica em fibras e uma hidratação adequada.
Quais são as complicações possíveis com o plicoma anal?
Quando a cicatrização não é feita de maneira correta, a retirada do plicoma pode acarretar fissuras9 anais, principalmente em pacientes com maus hábitos intestinais e fezes ressecadas. Caso isso ocorra, deverá ser feito um tratamento específico para a correção do problema.
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Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do CCD – Centro de Cirurgia Digestiva, da Sociedade Brasileira de Coloproctologia e do Journal of Coloproctology.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.