Hemorroida ou doença hemorroidária. O que saber sobre ela?
O que são hemorroidas1?
O plexo hemorroidário é uma estrutura venosa normal que se localiza no reto2, canal retal e ânus3. Ele ajuda a manter a continência fecal e realiza a drenagem4 venosa desta região. Propriamente falando, “hemorroidas” é o nome deste conjunto de vasos e o que se costuma chamar de “hemorroidas” deve ser chamado de doença hemorroidária. Contudo, aqui continuaremos a chamar de “hemorroidas” em atenção à maneira já consagrada popularmente.
Hemorroidas1 são dilatações das veias5 do plexo hemorroidário. Isto ocorre porque essas veias5, ao contrário de outras, não têm válvulas para impedir o represamento e refluxo do sangue6 e, portanto, qualquer aumento da pressão nelas propicia o seu ingurgitamento. A hemorroida pode ser classificada em interna ou externa. Se interna, as dilatações são das veias5 situadas 1,5 a 2 cm acima da abertura anal; se externa, são dilatações de veias5 externas ao ânus3.
Quais são as causas das hemorroidas1?
As hemorroidas1 parecem ocorrer em pessoas que tenham os tecidos anais e perianais especialmente fracos e que experimentem um aumento de pressão venosa ou um efeito traumático sobre o plexo venoso hemorroidário:
- Constipação7 intestinal.
- Hipertensão porta8.
- Obesidade9.
- Permanecer sentado durante períodos prolongados.
- Gravidez10.
- Sexo anal.
- Tabagismo.
- Uso de álcool ou cafeína.
Quais são os sinais11 e sintomas12 das hemorroidas1?
Os principais sinais11 clínicos das hemorroidas1 são os mamilos13 hemorroidários e os prolapsos hemorroidários. Estes últimos podem ou não ocorrer. Chama-se de mamilos13 hemorroidários às dilatações venosas que acontecem no plexo venoso anal. Prolapso14 é a saída dos mamilos13 hemorroidários para o exterior do ânus3, no momento da evacuação. Os sintomas12 mais comuns das hemorroidas1 internas são o sangramento, o prolapso14 e a dor. Na hemorroida interna a dor geralmente está associada à trombose15 ou à gangrena16. O sangue6 eventualmente presente não está misturado às fezes, aparece separado delas, de cor vermelho "vivo". Frequentemente nota-se pingos de sangue6 no vaso sanitário ou manchas no papel higiênico. As hemorroidas1, tanto as internas (principalmente), quanto as externas, podem ser assintomáticas. Os principais sintomas12 das hemorroidas1 externas são a dor e o abaulamento17, que se caracteriza por uma nodulação azulada, dolorosa ao toque. Em alguns casos este abaulamento17 pode sofrer trombose15 e, dependendo do tamanho desta trombose15, ela pode ser tratada clinicamente ou com excisão (ressecção) local.
Como o médico diagnostica as hemorroidas1?
O diagnóstico18 das hemorroidas1 deve basear-se na história clínica, combinada com o exame físico do paciente, preferentemente realizado por um proctologista, já que existem outras enfermidades (algumas graves) que apresentam sintomas12 parecidos com os das hemorroidas1. Ao mesmo tempo, importa reconhecer o tipo de hemorroidas1, as possíveis complicações presentes e o tratamento mais indicado em cada caso. Em casos específicos, alguns exames por aparelhos podem ser utilizados.
Como é o tratamento das hemorroidas1?
O tratamento clínico visa aliviar os sintomas12 por meio de cuidados locais e dieta.
Nas hemorroidas1 externas, o paciente deve realizar a higiene anal somente com água, sem a utilização de papel higiênico e utilizar pomadas analgésicas e anestésicas. A dieta deve ser rica em fibras, as quais promovem um bom funcionamento do intestino, evitando que se tenha de fazer força excessiva para evacuar. Substâncias irritantes, como pimenta e álcool, devem ser evitadas, não porque produzam mais hemorroidas1, mas porque agravam os sintomas12 existentes. Se houver dor anal forte, podem ser usados também analgésicos19 orais.
Existem várias formas de tratamento para hemorroidas1 internas, entre as quais estão a ligadura elástica, a escleroterapia20 e a coagulação21 infravermelha. Nos casos de maior intensidade pode ser necessário tratamento cirúrgico, que consiste na remoção das artérias22 hemorroidárias da região anal. O médico sempre deve ser consultado para decidir qual método é mais indicado em cada caso.
Como são os métodos de tratamento para as hemorroidas1?
- Escleroterapia20: consiste na injeção23 de um líquido apropriado nos mamilos13 internos. Este líquido faz a “secagem” das veias5, similarmente ao que é feito com varizes24 das pernas. Pode ser realizado em consultório.
- Ligadura elástica: feita por meio de um dispositivo semelhante a um pequeno revólver, que dispara um anelzinho de borracha que estrangula o mamilo hemorroidário pelo seu pedículo25 e ele, assim, necrosa e cai. Pode ser feito em consultório.
- Coagulação21 infravermelha: consiste na aplicação de um jato de luz que cauteriza a mucosa26 próxima às veias5 hemorroidárias. É um método muito simples, indolor, que pode ser realizado em consultório e que não exige repouso após a sua realização.
- Grampeamento: por meio de um aparelho introduzido no ânus3, retira-se uma faixa da mucosa26. As hemorroidas1 são puxadas para cima e recolocadas no seu devido lugar e, com o tempo, acabam regredindo. Necessita uma breve hospitalização.
- Cirurgia clássica: deve ser realizada nos casos em que os outros métodos falharam ou não são aconselháveis. Necessita uma breve hospitalização, mas se a operação for bem sucedida, o paciente se sentirá extremamente recompensado, apesar de alguma dor.
Como evoluem as hemorroidas1?
De modo geral, as hemorroidas1 evoluem bem quando tratadas adequadamente. As complicações mais comuns, antes do tratamento, são o prolapso14 hemorroidário (externalização das hemorroidas1 para fora do ânus3), o sangramento e a trombose15 venosa.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.