Potomania - obsessão por beber água!
O que é potomania1?
A potomania1 (do grego: potos = bebida + do latim: mania = demência2 ou loucura) é um problema psicológico caracterizado pela necessidade permanente e incontrolável (obsessiva) de beber água. As pessoas afetadas por esse distúrbio podem beber até 10 litros de água por dia, enquanto a média é de 1,5 litros.
Apesar de ser recomendável beber água regularmente, uma superhidratação nesse nível pode ter efeitos negativos no organismo, como um edema3 no cérebro4, por exemplo, que pode levar a transtornos neurológicos graves e mesmo à morte.
Quais são as causas da potomania1?
O hipotálamo5 é a região do cérebro4 responsável pelo equilíbrio da água no organismo. Uma alteração no mecanismo de controle do hipotálamo5 pode causar uma potomania1 neurológica, mas os especialistas concordam que ela pode também estar associada com um distúrbio psiquiátrico. Os fatores de risco que podem influenciar o aparecimento desta doença são certas doenças mentais, como transtornos da personalidade, sintomas6 delirantes e histeria.
Leia mais sobre "Transtorno obsessivo compulsivo", "Edema3 cerebral" e "Estrutura da personalidade".
Qual é o mecanismo fisiológico7 da potomania1?
O rim8 humano normal, através da supressão do hormônio9 antidiurético, normalmente é capaz de excretar vastas quantidades de urina10 diluída. Assim, um adulto normal pode beber grandes quantidades de água por dia, sem se tornar hiponatrêmico. No entanto, a ingestão de solutos (gradiente eletrolítico) também é necessária para excretar água livre. Na falta de ingestão adequada de soluto, a quantidade de excreção de água livre pode ser severamente limitada, porque é o soluto que puxa a água para a urina10.
O consumo excessivo de água causa hiponatremia11, ou seja, os níveis de sal no sangue12 ficam abaixo da faixa normal. Qualquer queda repentina nos níveis de sal no sangue12, por beber mais água do que o corpo pode excretar, pode fazer com que todas as células13 do corpo se inchem. O inchaço14 cerebral causado pela hiponatremia11 pode causar dores de cabeça15 e vômitos16, enquanto o inchaço14 das células musculares17 pode desencadear câimbras18 musculares em todo o corpo
O mais sério, porém, é que esses sintomas6 imitam os da desidratação19 e são frequentemente tratados com mais líquidos, agravando ainda mais a situação.
Quais são as principais características clínicas da potomania1?
Os sintomas6 da hiperidratação, resultante de beber água em excesso, parecem muito com os sintomas6 da desidratação19. Quando a pessoa bebe muita água, seus rins20 ficam impossibilitados de se livrar do excesso de líquido e a água começa a se acumular no corpo. Isso pode causar vários sintomas6 desagradáveis, incluindo náuseas21, vômitos16 e diarreia22.
Para a maioria das pessoas, oito a dez copos de água por dia são considerados uma quantidade normal. Se a pessoa bebe uma quantidade razoável de água, a urina10 é de cor palha a amarelo transparente. Ter urina10 sem nenhuma pigmentação, ou seja, muito clara, pode ser um sinal23 de que a pessoa está bebendo água em excesso.
Além disso, ocorrem outros fatos notórios: o paciente urina10 frequentemente, inclusive durante a noite, sente náuseas21 e pode apresentar vômitos16, ter diarreias, ter dores de cabeça15 latejantes ao longo do dia, perceber inchaço14 ou descoloração nas mãos24, lábios e pés e sentir fraqueza muscular e câimbras18.
Leia sobre "Desidratação19", "Diarreia22", "Câimbras18", "Dores de cabeça15" e "Náuseas21 e vômitos16".
Como o médico diagnostica a potomania1?
O diagnóstico25 da potomania1 deve partir dos relatos do paciente ou das pessoas relacionadas com ele. As dosagens de eletrólitos26 no sangue12 dão uma importante ajuda para confirmar a hiperhidratação.
Como o médico trata a potomania1?
Como em todos os casos de hiponatremia11, deve-se tomar extremo cuidado para evitar as consequências fatais de corrigir rapidamente os eletrólitos26 (por exemplo, mielinólise pontina central e edema3). Como essa pode ser uma condição crônica, o baixo nível de sódio pode ser aquele a que o paciente está normalmente habituado. Portanto, é necessária uma correção especialmente cuidadosa.
Também é muito importante notar que, devido à função renal27 normal e à falta de outras causas intrínsecas ou tóxicas do distúrbio eletrolítico, a restauração dos solutos da dieta corrigirá os eletrólitos26 para níveis séricos normais.
Tratar a potomania1 pode ser complicado e requer uma abordagem delicada. Embora administrar sódio ao paciente possa parecer o tratamento óbvio, isso pode ser perigoso: a reversão rápida dos níveis de sódio pode levar a problemas neurológicos, incluindo a síndrome28 de desmielinização osmótica29, espasmos30, deficiência mental grave e coma31. A pessoa que tem potomania1 está em maior risco dessa síndrome28 do que pessoas com outros tipos de hiponatremia11. O risco da síndrome28 de desmielinização osmótica29 está diretamente relacionado à velocidade de reposição de sódio. Portanto, essa administração de sódio deve ser lenta e cuidadosa, ao longo de 48 horas.
Se o paciente não for sintomático32, o médico pode decidir não administrar fluidos intravenosos com sódio. Em vez disso, pode colocá-lo em uma dieta com restrição de líquidos por pelo menos 24 horas. Às vezes, isso é suficiente para o corpo expelir fluidos extras e aumentar a concentração de sódio.
Como prevenir a potomania1?
Os problemas eletrolíticos podem ser evitados substituindo alguns copos de água por dia por água de coco, que é rica em eletrólitos26 e é 100% natural.
Quais são as complicações possíveis da potomania1?
Não tratada, a potomania1 pode ser fatal. Quando muito fluido se acumula dentro das células13, elas começam a se expandir. Isso causa inchaço14 nos tecidos do corpo. Nos casos em que os níveis de sódio caem rapidamente a um nível muito baixo, o cérebro4 pode inchar em questão de horas e esse inchaço14 pode levar a convulsões, coma31 e morte.
Veja também sobre "Distúrbios hidroeletrolíticos", "Convulsões" e "Coma31".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.