Eletrólitos no organismo
O que são eletrólitos1?
Eletrólitos1 são substâncias que, quando dissolvidas em água ou outros solventes, se dissociam em íons2 eletricamente carregados (cátions [positivos] e ânions [negativos]), tornando a solução condutora de eletricidade. Existem dois tipos principais:
- Eletrólitos1 fortes: dissociam-se completamente em íons2 na solução, como o cloreto de potássio (KCl), que se separa em K⁺ e Cl⁻.
- Eletrólitos1 fracos: dissociam-se parcialmente, gerando menos íons2, como o ácido etanoico (CH₃COOH), que forma H⁺ e CH₃COO⁻.
Algumas substâncias, como glicose3 e etanol, dissolvem-se em água, mas não se dissociam em íons2 e, por isso, não são consideradas eletrólitos1.
O que são eletrólitos1 no organismo?
No organismo, eletrólitos1 dissolvidos no sangue4 e nos fluidos corporais têm papel crucial em diversas funções biológicas. Eles regulam a osmolaridade5 e a distribuição de água entre os compartimentos intra e extracelulares, garantindo o equilíbrio hídrico. Além disso, são fundamentais na transmissão de sinais6 elétricos, indispensáveis para a comunicação entre neurônios7, bem como na contração e relaxamento muscular. Outra função essencial é a manutenção do equilíbrio ácido-base e do pH sanguíneo, que é vital para a estabilidade do ambiente interno do corpo.
Saiba mais sobre "Distúrbios hidroeletrolíticos".
Quais são os principais eletrólitos1 no corpo e suas funções?
Sódio (Na⁺)
- Regula a quantidade de água dentro e fora das células8, prevenindo desidratação9 ou excesso de água.
- Essencial para a condução de impulsos nervosos e a transmissão de sinais6 elétricos entre neurônios7.
- Atua na contração muscular, incluindo a cardíaca, e influencia a pressão arterial10.
- Excesso: pode causar hipertensão11.
- Deficiência: pode levar à hipotensão12.
Potássio (K⁺)
- Trabalha junto com o sódio para equilibrar os líquidos corporais.
- Facilita a comunicação entre células nervosas13 e é vital para a contração muscular e ritmo cardíaco.
- Deficiência ou excesso (hipocalemia14 ou hipercalemia15, respectivamente) podem causar cãibras e arritmias16 graves.
- Fontes: frutas (banana, laranja), vegetais (batata, espinafre) e abacate.
Cálcio (Ca²⁺)
- Componente estrutural dos ossos e dentes, prevenindo osteoporose17.
- Participa da contração muscular, coagulação18 do sangue4 e transmissão nervosa.
- Necessário para a liberação de hormônios e ativação de enzimas.
- Fontes: laticínios, vegetais de folhas verdes, sardinha e salmão.
Magnésio (Mg²⁺)
- Envolvido em mais de 300 reações metabólicas, incluindo a produção de energia (ATP19).
- Ajuda na contração muscular e relaxamento, previne cãibras e regula a pressão arterial10.
- Deficiência pode causar fadiga20, cãibras e arritmias16 cardíacas.
- Fontes: nozes, sementes, grãos integrais, abacate e chocolate amargo.
Cloreto (Cl⁻)
- Trabalha com sódio e potássio para equilibrar fluidos e pressão osmótica21.
- Componente do ácido clorídrico22 no estômago23, essencial para digestão24 e defesa contra patógenos.
- Fontes: sal de cozinha, carnes, laticínios e vegetais como aipo.
Bicarbonato (HCO₃⁻)
- Principal regulador do equilíbrio ácido-base do sangue4 (pH entre 7,35 e 7,45).
- Neutraliza ácidos no sangue4 e ajuda no sistema tampão.
- É produzido no pâncreas25 para neutralizar o ácido gástrico26 no intestino.
- Níveis baixos (acidose27) podem indicar insuficiência renal28; níveis altos (alcalose29) podem ser causados por vômitos30 excessivos ou uso de diuréticos31.
Esse equilíbrio delicado de eletrólitos1 é essencial para o funcionamento saudável do corpo, destacando a importância de uma dieta balanceada e hidratação adequada.
Leia sobre "O que é uma alimentação saudável" e "Desidratação9".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e do MSD Manuals.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.