Reticulocitose - conceito, causas, diagnóstico e tratamento
O que são reticulócitos?
Reticulócitos são eritrócitos1 (ou hemácias2) imaturos, recém-emitidos na circulação3 sanguínea. Eles são produzidos na medula óssea4 e liberados na circulação3 e normalmente amadurecem em um ou dois dias em hemácias2, as quais têm uma vida útil de aproximadamente 120 dias em circulação3.
Eles são detectados em amostra de sangue5 venoso e a dosagem deles é útil no diagnóstico6 diferencial de anemias e no acompanhamento do tratamento de pessoas anêmicas. Valores aumentados indicam medula óssea4 normal, falando a favor de uma anemia7 por perda ou destruição de glóbulos vermelhos. Quando exames posteriores mostrarem valores progressivamente mais baixos, indicam uma boa resposta ao tratamento da anemia7 por deficiência de ferro ou anemia ferropriva8.
Uma pessoa normal apresenta de 0,5 a 1,8% de reticulócitos circulantes em relação às hemácias2. Porém, a interpretação é feita em valores absolutos, isto é, multiplica-se o valor obtido em percentagem na contagem de reticulócitos pelo número de hemácias2 total do paciente.
Saiba mais sobre "Anemias" e "Anemia ferropriva8".
O que é reticulocitose?
Reticulocitose é uma condição anômala do tecido9 sanguíneo, caracterizada pelo aumento na contagem dos reticulócitos circulantes, condição essa reputada entre os mais simples e os mais confiáveis sinais10 hematológicos da produção acelerada de eritrócitos1.
Se uma pessoa tiver anemia7, a percentagem de reticulócitos será aumentada se a medula óssea4 tiver capacidade de produzir novas células sanguíneas11. Se uma pessoa com anemia7 tiver uma percentagem normal, isto significa que a medula óssea4 não está produzindo novas hemácias2 a fim de corrigir esta anemia7. Assim, a reticulocitose é tanto um marcador hemolítico quanto um sinal12 de atividade compensatória da medula óssea4.
Quais são as causas da reticulocitose?
A reticulocitose pode ser decorrente de anemia7, de perda sanguínea pós-hemorrágica13 ou de hemólise14. Os reticulócitos são liberados em resposta à diminuição dos níveis de hemácias2 no hematócrito15. A reticulocitose pode também ser observada em distúrbios da medula óssea4, que luta para acompanhar a taxa de destruição das hemácias2.
Por outro lado, as causas de baixa contagem de reticulócitos incluem deficiência de ferro, deficiência de folato e deficiência de vitamina16 B12. A radioterapia17 também costuma afetar a produção de eritrócitos1 em muitos pacientes, pois suprime as funções da medula óssea4.
Leia sobre "Anemia7 por deficiência de ferro" e "Anemia perniciosa18".
Qual é o mecanismo fisiológico19 da reticulocitose?
Normalmente, a medula óssea4 produz e libera essas células20 regularmente para substituir o envelhecimento e a destruição das hemácias2, que se dá regularmente no baço21. Assim, elas existem comumente no sangue5, numa proporção de 0,5 a 1,8 por cento em relação às hemácias2. A presença de grande número de reticulócitos geralmente indica uma resposta à perda súbita de sangue5 e, portanto, uma maior ativação da medula óssea4. Nos distúrbios hemolíticos (destruição do sangue5), o corpo começa a destruir células sanguíneas11 maduras e, assim, eles também ativam a medula óssea4.
Uma contagem alta de reticulócitos indica também que a medula óssea4 está respondendo bem aos tratamentos. Nos transplantes de medula óssea4, um aumento na contagem de reticulócitos é uma indicação de um transplante bem-sucedido.
Uma diminuição na contagem de reticulócitos geralmente indica deficiência da medula óssea4 em produzir novos glóbulos vermelhos, como nos casos de tumores e infecções22 que ocorrem na medula óssea4. A doença renal23 pode diminuir a contagem de reticulócitos e a contagem de glóbulos vermelhos.
Quais são as principais características clínicas da reticulocitose?
A reticulocitose não gera nenhum quadro clínico específico, mas é indicadora de um quadro clínico motivado pelas condições que lhe sejam subjacentes.
Como o médico diagnostica a reticulocitose?
Uma simples coleta de sangue5 venoso para realização do exame de hemograma pode identificar a maior concentração de reticulócitos no sangue5 e determinar se o sangue5 de um paciente tem também outras anormalidades, como números baixos ou altos de outros tipos de células sanguíneas11.
Alguns autores consideram que uma proporção acima de 1% já constitui reticulocitose. A contagem de reticulócitos tanto avalia as funções da medula óssea4 (taxa de produção de sangue5) como as anemias e a resposta ao tratamento delas. Aquelas pessoas que tiveram perda massiva de sangue5 ou transfusões de sangue5 recentes podem ter os valores sanguíneos distorcidos e ter uma imagem falsa no hemograma.
Veja mais sobre "Transplante de medula óssea4", "Hemograma", "Plaquetas24 baixas" e "Hemorragias25 graves".
Como o médico trata a reticulocitose?
A melhor opção de tratamento para a reticulocitose pode depender do motivo pelo qual o paciente a possui. Se estiver associada à recuperação de uma condição em que o paciente já está sendo tratado, uma abordagem de espera e seguimento pode ser a mais aconselhável. Os médicos podem solicitar um segundo exame de sangue5 para confirmar que os valores voltaram ao normal quando o paciente teve a chance de se estabilizar. Quando é um indicador de anemia hemolítica26 ou outro problema no sangue5, o tratamento para essas condições subjacentes devem resolver a reticulocitose.
Leia também sobre "Síndromes mielodisplásicas", "Poliglobulia ou Policitemia27", "Leucemias" e "Transfusão28 sanguínea".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.