O que é Gerontologia e Geriatria
O que é a Gerontologia1 e a Geriatria?
A Gerontologia1 é o estudo do envelhecimento na sua globalidade, envolvendo os aspectos biológicos, psicológicos, sociais e outros. Os profissionais da Gerontologia1 têm formação diversificada e interagem entre si e com os geriatras. É, pois, um campo científico e profissional dedicado às questões multidimensionais do envelhecimento e da velhice, tendo por objetivo a descrição e a explicação do processo de envelhecimento nos seus mais variados aspectos. A gerontologia1 é, por sua natureza, multi e interdisciplinar e visa a intervenção para garantir a melhor qualidade de vida possível dos idosos até o momento final da sua vida. Nesse sentido, a geriatria pode ser considerada como sendo o ramo médico da gerontologia1.
A Geriatria é a especialidade médica que tem por objetivo específico o tratamento e reabilitação funcional de idosos, além da promoção da saúde2 e prevenção das doenças próprias da velhice e suas manifestações, compreendendo ainda os cuidados paliativos3, quando for o caso, visando assim um envelhecer o mais saudável possível.
O processo de envelhecimento implica em reações orgânicas específicas, demandando atitudes médicas diferenciadas, tal como se dá com crianças e jovens tratados pela Pediatria e pela medicina de adolescentes (Hebiatria), respectivamente.
Leia sobre "O processo de envelhecimento", "Envelhecimento saudável", "Envelhecimento da pele4" e "Musculação para idosos".
Uma visão5 geral do envelhecimento da população
A porcentagem de populações nacionais com mais de 65 anos tem aumentado nos últimos 10 anos, e continuará a aumentar por mais 20 anos devido à melhoria da expectativa de vida6 e ao baby boom pós-Segunda Guerra Mundial, visto que os bebês7 nascidos naquela ocasião estão chegando agora à faixa etária do envelhecimento.
A partir de 2030, o número de adultos com mais de 85 anos aumentará rapidamente. Em 2050, o número de adultos com mais de 80 anos em todo o mundo triplicará em relação aos números de 2015. E algumas nações estão envelhecendo ainda mais rápido.
Cabe às instituições de saúde2 pública planejar ações para fazer frente a esta “onda de velhice”. Muitas cidades já começaram a fazer um planejamento para se tornarem mais adaptadas aos idosos. À medida que a população envelhece, há uma necessidade mais intensa de serviços de assistência, tanto em casa como em ambientes comunitários e institucionais.
No processo de envelhecimento, pode-se distinguir três categorias de pessoas: (1) “jovem-velho”, (2) “velho” e (3) “velho-velho”.
Os “jovens-velhos” são pessoas na faixa dos 60-70 anos que são, em sua maioria, ativas e saudáveis.
Os “velhos” são pessoas na faixa dos 70-80 anos que, em geral, têm algumas doenças crônicas e estão limitadas por alguns sintomas8 incômodos.
Os “velhos-velhos”, com mais de 85 anos, estão, na maioria das vezes, doentes e incapacitados e alguns talvez até à beira da morte. As alterações normalmente associadas à idade cronológica de 85 anos ou mais podem ser divididas em envelhecimento normal, doenças comuns e alterações funcionais, cognitivas, psiquiátricas e sociais.
Quais são as principais condições médicas das pessoas idosas
As condições médicas mais comuns nas pessoas em idade avançada incluem:
- Perda auditiva
- Catarata9
- Erros de refração
- Dores nas costas10
- Dores no pescoço11
- Osteoartrite12
- Doença pulmonar obstrutiva crônica
- Diabetes13
- Depressão
- Demência14
À medida que envelhecem, as pessoas ficam mais propensas a experimentar várias dessas condições ao mesmo tempo.
Embora algumas das variações na saúde2 dos idosos sejam genéticas, a maioria se deve ao ambiente físico e social em que as pessoas viveram ou vivem, bem como às suas características pessoais. A combinação desses fatores têm efeitos de longo prazo sobre como elas envelhecem.
Os ambientes físicos e sociais podem afetar a saúde2 diretamente ou por meio de barreiras ou incentivos que promovem. A manutenção de comportamentos saudáveis ao longo da vida, em especial uma alimentação equilibrada, a prática regular de atividade física e a abstenção do tabagismo, contribuem para reduzir o risco de doenças, melhorar a capacidade física e mental e retardar a dependência de cuidados.
No envelhecimento, ambientes físicos e sociais atuais de apoio também permitem que as pessoas possam realizar, com mais facilidade, tarefas que são importantes para elas, apesar do declínio de suas capacidades. A disponibilidade de edifícios e transportes públicos seguros e acessíveis, e de locais de fácil locomoção são exemplos de ambientes de apoio.
Uma visão5 geral dos impactos do envelhecimento sobre o indivíduo envelhecido e as demais pessoas
Uma vida longa traz consigo novas oportunidades para os idosos, para suas famílias e para a sociedade como um todo. No entanto, a extensão dessas oportunidades e contribuições depende muito do fator saúde2 do idoso. O acréscimo de anos sadios oferece a chance de buscar novas atividades, como educação adicional, uma nova carreira ou uma paixão há muito tempo negligenciada. Geralmente, as pessoas mais velhas também contribuem de muitas outras maneiras para suas famílias e comunidades.
Evidências sugerem que a extensão da vida pode se dar com boa saúde2 e que os anos adicionais não são, necessariamente, de saúde2 precária. Se as pessoas puderem viver um envelhecimento com boa saúde2, terão a oportunidade fazer as coisas que gostam e valorizam, sem as obrigações de uma pessoa mais jovem, como o trabalho, por exemplo.
No entanto, se esses anos a mais forem dominados por declínios patológicos na capacidade física e mental, as implicações para os idosos e para a sociedade serão mais negativas. Alguns idosos, depois de se aposentarem, têm voltado a trabalhar no seu mesmo ofício ou em outro.
Veja também sobre "Principais síndromes geriátricas", "Tipos de tremores", "Doenças degenerativas15", "Distúrbio neurocognitivo" e "Cuidador de idosos".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do National Institutes of Health, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia e da World Health Organization.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.