Masturbação compulsiva
O que é masturbação1?
A masturbação1 é a estimulação dos órgãos genitais ou outras regiões erógenas do corpo, como o ânus2 ou as mamas3, por exemplo, por meio das próprias mãos4 ou através de objetos, podendo ou não resultar em orgasmo. A masturbação1 é um comportamento comum, geralmente acompanhado de fantasias sexuais, e faz parte do desenvolvimento normal da sexualidade, ajudando no conhecimento do próprio corpo.
De todos os tipos de atuação sexual, a masturbação1 é a mais comum entre homens e mulheres e a mais secreta e isolante. Como muitas pessoas veem essa forma de autoestimulação como vergonhosa ou pecaminosa é improvável que elas discutam a questão com as demais pessoas, mesmo com um terapeuta. Uma frase jocosa, mas provavelmente verdadeira, afirma que “80% das pessoas dizem se masturbar; os outros 20% mentem a respeito”.
O termo foi usado pela primeira vez pelo médico inglês e fundador da psicologia sexual, Dr. Havelock Ellis, em 1898.
O que é masturbação1 compulsiva?
A masturbação1 normal é um comportamento comum, visto em todas as idades, desde a infância, adolescência até a idade adulta, por pessoas de qualquer sexo. Na infância, a criança tem tendência de levar as mãos4 aos genitais por curiosidade e precisa ser instruída pelos adultos a não fazer isso. Normalmente, a masturbação1 não faz mal para a saúde5 e pode ser realizada sempre que a pessoa se sentir à vontade para fazê-la. A masturbação1 compulsiva, contudo, é a falta de controle desse impulso.
A Classificação Internacional de Doenças, da OMS, reconheceu recentemente a masturbação1 compulsiva como uma condição alterada de saúde5 mental. Além da falta de controle sobre os impulsos, como todo comportamento compulsivo, a masturbação1 implica também na existência de pensamentos repetitivos que levam a pessoa a praticar este ato.
Quando uma pessoa se envolve em masturbação1 compulsiva, esse hábito se torna prejudicial. Ele interfere com o relacionamento íntimo com a pessoa próxima, com a vida social e até mesmo com o bem-estar físico da própria pessoa. No entanto, ele tem diferentes gradações de intensidade. Devido às suas características compulsivas, a pessoa o fará com grande frequência e pode mesmo realizá-lo até o ponto em que se fira fisicamente. Outras pessoas simplesmente se masturbam como parte da sua rotina e não conseguem imaginar ficar sem isso.
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Causas da masturbação1 compulsiva
Embora as causas exatas da masturbação1 compulsiva e dos demais comportamentos sexuais compulsivos não sejam claras, elas podem incluir:
- Níveis elevados de certas substâncias químicas naturais do cérebro6 (neurotransmissores), como serotonina, dopamina7 e norepinefrina, responsáveis, em parte, pela sensação de prazer.
- Alterações nas vias cerebrais que levem a alterações nos circuitos neuronais do cérebro6, especialmente nos centros de reforço do cérebro6. Como outros vícios, a masturbação1 precisa ser cada vez mais intensa para produzir satisfação ou alívio.
- Certas condições ou problemas de saúde5 que atingem o cérebro6, como epilepsia8 e demência9, que podem causar danos a partes do cérebro6 que afetam o comportamento sexual.
- O tratamento da doença de Parkinson10 com alguns medicamentos agonistas da dopamina7, que pode causar também um comportamento masturbatório compulsivo.
Qual é o substrato psicológico da masturbação1 compulsiva?
Algumas pessoas que têm um desejo sexual elevado procuram se satisfazer por meio da masturbação1. Nada há nada de errado com isso. O problema começa quando o propósito da masturbação1 começa a mudar e a sua frequência começa a aumentar sem controle. Em outras palavras: quando a pessoa se torna viciada.
A estimulação genital gera um estado particular e agradável no cérebro6 com uma sensação de bem-estar que a pessoa não consegue alcançar por outros meios e a repetição funciona como uma espécie de reforço e automedicação11 destinada a diminuir a ansiedade. É por isso que, em muitos casos, as pessoas acabam ficando dependentes dela.
Ao não se masturbar, surge a síndrome12 de abstinência e as pessoas sofrem de nervosismo, irritabilidade, dores de cabeça13, falta ou excesso de apetite, insônia e até mesmo tremores. Para controlar esses sintomas14, a pessoa tem que recorrer à masturbação1 aumentando a cada dia sua frequência e buscando estímulos alternativos (como a visualização da prática de sexo com animais ou com crianças [pedofilia]), levando à incapacidade de controlá-la, como acontece com o uso de drogas, por exemplo.
Quais são as consequências da masturbação1 compulsiva?
As pessoas com o distúrbio de masturbação1 compulsiva se masturbam para evitar o desconforto e se acalmar. Ela se torna independente do prazer e se converte num automatismo para acalmar sentimentos de ansiedade. As consequências que as pessoas com esse transtorno enfrentam incluem a falta de intimidade sexual com os seus parceiros habituais (o que antes os satisfazia já não é mais capaz de fazê-lo); sentimentos de depressão e ansiedade; disfunção sexual; problemas de relacionamento; isolamento social; e lesão15 genital.
A maioria das pessoas com esse transtorno não procura ajuda ou só a procura indiretamente, por questões relacionadas ao seu comportamento, como depressão, ansiedade ou disfunção sexual. Em geral, elas não conseguem ver esse comportamento sexual específico como a raiz de seus problemas e não conseguem falar sobre ele. Muitas vezes elas podem estar sofrendo de uma hipersexualidade que necessite de tratamento psicológico ou psiquiátrico e, em outras ocasiões, elas podem mesmo carecer de uma assistência médica para lesões16 no pênis17 ou na vagina18, motivadas pela estimulação excessiva.
A masturbação1 compulsiva não tratada pode prejudicar a autoestima, os relacionamentos, a carreira profissional e mesmo a saúde5. Além disso, a masturbação1 consome uma enorme carga de energia psicológica que, sem ela, poderia ser aplicada a atividades produtivas de grande impacto na vida pessoal.
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Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente do site da Mayo Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.