Orgasmo: o que é? O que pode facilitá-lo ou dificultá-lo?
O que é orgasmo?
Segundo Masters e Johson, o orgasmo é a terceira etapa da sexualidade, sendo as duas primeiras o desejo sexual e a excitabilidade sexual. Ele é o ápice do ato sexual, uma sensação peculiar de êxtase e prazer mediada pelo sistema nervoso autônomo1, que dura apenas alguns poucos segundos e que por vezes é acompanhada de contrações musculares involuntárias dos músculos2 da pelve3 e, no homem, da emissão de sêmen4 (ejaculação5). Podem ocorrer também espasmos6 musculares em outros músculos2 do corpo e uma alteração da consciência com uma sensação de agradável euforia. Na mulher, graças a contrações musculares, às vezes ocorre também emissão de líquidos vaginais, embora em menor escala, a chamada ejaculação5 feminina.
Embora na maioria dos casos estejam associados, o orgasmo pode ocorrer sem ejaculação5 e esta pode se dar sem orgasmo. Na verdade, chama-se orgasmo a uma vivência subjetiva e denomina-se ejaculação5 a uma resposta orgânica à estimulação sexual, que tanto pode acontecer durante os atos sexuais quanto na masturbação7. Ao orgasmo segue-se um período variável de anestesia8 sexual até que os estímulos sexuais possam despertar novamente as reações que lhe são próprias. Esse período parece ser bem mais curto nas mulheres que nos homens e por isso é possível a elas terem orgasmos sucessivos a pequenos intervalos, constituindo os chamados “orgasmos múltiplos”. Ao orgasmo (masculino, sobretudo), costuma seguir-se um período de relaxamento e sono.
Não é sem razão que a natureza fez do ato sexual algo extremamente desejado, já que ele está ligado à procriação e, nos animais, exclusivamente a ela. Não haveria razão biológica mais forte do que a perpetuação da espécie para que as pessoas e os animais mantivessem relações sexuais que são prazerosas, mas sob outros aspectos, uma atividade altamente desgastante. É dessa maneira que o ato procriativo torna-se imperioso e a procriação deixa de ser meramente um ato de vontade para assumir um caráter de compulsividade.
O que pode facilitar alcançar o orgasmo?
De um modo geral, a obtenção do orgasmo (pelo homem e pela mulher) depende de um bom entrosamento e sincronização dos parceiros sexuais.
Quais as perturbações que podem acontecer com o orgasmo?
O orgasmo deve ocorrer tanto para o homem quanto para a mulher. A principal alteração que pode sofrer o orgasmo é a impossibilidade de alcançá-lo. A ausência dele é chamada anorgasmia9, que deve ser diferenciada da frigidez, que é a falta de desejo sexual. Naquela condição, em geral há o desejo sexual, embora o orgasmo seja impossível. Embora a frigidez seja mais comumente atribuída à mulher, ela pode ocorrer também no sexo masculino.
O orgasmo também pode se dar por estimulação do ânus10 ou dos seios11 e ser desencadeado por vivências específicas e mesmo ser espontâneo, como em certas lesões12 da medula13, efeito colateral14 de algumas substâncias (antidepressores, sobretudo) e em situações emocionais como medo, estresse ou grandes júbilos, embora isso seja muito raro. Nas mulheres ocorre a peculiar situação de que a região mais sensível à estimulação sexual que conduz ao orgasmo é, a princípio (na puberdade), o clitóris e só posteriormente essa sensibilidade é transferida à vagina15. Essa mudança, no entanto, pode nunca se dar completamente e muitas mulheres só conseguem o orgasmo mediante estimulação clitoriana. Essa maior complexidade fisiológica16, associada às restrições sexuais impostas às mulheres ao longo do tempo, parece ser a responsável pelo fato de que grande número de mulheres não consiga alcançar o orgasmo. Determinadas posições assumidas por elas durante os atos sexuais podem permitir uma melhor estimulação do clitóris, facilitando a consecução do orgasmo. Muitos homens (embora em menor número que as mulheres) também não o conseguem, confundindo-o, contudo, com a sensação fisiológica16 da ejaculação5.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.