Gostou do artigo? Compartilhe!

Fibrose peniana

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie este artigo

O que é a fibrose1 peniana?

A fibrose1 peniana é um problema que se caracteriza pelo desenvolvimento de nódulos fibróticos na parte interna do pênis2, podendo causar mudanças em sua conformação ou funcionamento normais. A fibrose1 é a substituição de um tecido3 saudável de qualquer parte do corpo por um tecido3 cicatricial e disfuncional4 que, quando acontece no órgão sexual masculino, é conhecida por fibrose1 peniana. Mesmo sendo um problema que afeta a parte interna do pênis2, é fácil identificar a fibrose1 peniana através da palpação5.

Quais são as causas da fibrose1 peniana?

A causa exata da fibrose1 peniana é desconhecida, mas o fator mais comum que a acompanha são os traumas penianos, sobretudo lesões6 quando o pênis2 está ereto7. Alguns fatores de risco têm sido identificados como:

  • envelhecimento;
  • infecções8;
  • fatores genéticos;
  • problemas vasculares9;
  • reações a certas drogas;
  • diabetes10;
  • e pressão alta.

Quanto menos oxigênio no interior do pênis2, ou seja, quanto menos sangue11 circulante, maior a chance da ocorrência de fibrose1.

As situações que mais frequentemente causam lesões6 que levam à fibrose1 peniana são:

  • traumatismos do pênis2;
  • priapismo12;
  • falta de oxigenação;
  • diabetes10;
  • relação sexual;
  • masturbação13;
  • rolar sobre o órgão sexual durante as ereções noturnas; etc.
Leia sobre "Fratura14 do pênis2", "Impotência15 sexual", "Ejaculação16 precoce" e "Ejaculação16 retrógrada".

Qual é o substrato fisiopatológico da fibrose1 peniana?

A fibrose1 peniana tem sido conceitualmente identificada como a placa17 fibrótica que se desenvolve na túnica albugínea do pênis2 ou com processos localizados induzidos nos corpos cavernosos por eventos isquêmicos ou traumáticos.

Recentemente, foi proposto que uma fibrose1 intracorporal do pênis2, difusa, progressiva e mais leve, que afeta também a camada média das artérias18 penianas, é responsável pela disfunção erétil de origem vascular19, associada ao envelhecimento, tabagismo, diabetes10, hipertensão20 e pós prostatectomia radical.

Esses processos diferem em etiologia21, curso de tempo, células22-alvo e tratamento, mas têm muitas características em comum.

Estudos sugerem que o TGF-β1 (transforming growth factor beta 1) é um importante mediador da fibrose1 peniana. Estudos em animais mostraram que a injeção23 de TGF-β1 no tecido3 peniano induz fibrose1 in vivo. Com o aumento da idade, os níveis penianos de TGF-β1 aumentam, ligando assim a fibrose1 à disfunção erétil.

Além disso, algumas condições que causam diminuição de oxigenação no interior do pênis2 podem causar lesões6 e posteriores fibroses24. É o caso, por exemplo, de pessoas diabéticas que tenham sofrido cirurgias da próstata25 ou não tenham ereção26 noturna regular.

Quais são as características clínicas da fibrose1 peniana?

Muitas vezes, a fibrose1 peniana é completamente assintomática. É mais comum em homens acima de 50 anos, mas pode aparecer em qualquer idade. Os principais sinais27 e sintomas28 que podem ocorrer são uma curvatura ou deformidade do pênis2, presença de um módulo fibroso no interior do pênis2, perda de elasticidade29 do órgão, dor durante a ereção26 e disfunção erétil.

A dor causada pela fibrose1 peniana, quando existe, geralmente resulta em impossibilidade de manter as relações sexuais.

Como o médico diagnostica a fibrose1 peniana?

Assim como as mulheres são incentivadas a fazer o autoexame da mama30 para detectar possíveis nódulos no seio31, os homens devem incluir em seu cotidiano a palpação5 peniana. Mesmo sendo um problema que afeta a parte interna do pênis2, é fácil identificá-lo através da palpação5.

O autoexame deve ser feito com o pênis2 flácido, desde a base até o topo, na busca de qualquer evidência de caroço na região interna, que pode ser do tamanho de uma ervilha, do caroço de uma azeitona ou, eventualmente, do tamanho de uma moeda de um real. Algumas vezes as fibroses24 não são facilmente palpáveis, mas ao autoexame também podem ser notadas perda de elasticidade29, curvatura anormal, afilamento ou encurtamento do órgão.

Diante de qualquer desses problemas o paciente deve procurar um urologista32 para um diagnóstico33 mais específico. Para chegar a um diagnóstico33 mais preciso, o especialista fará um exame físico, procurando avaliar a inflamação34, o tecido3 fibroso, a curvatura e o comprimento do pênis2. Ele também procurará colher a história médica do paciente. Caso esses dados não forem suficientes para um diagnóstico33 definitivo, ele pode pedir uma ressonância magnética35, uma ultrassonografia36 e radiografias.

Como o médico trata a fibrose1 peniana?

Nos estágios iniciais, em que a fibrose1 peniana ainda não causou grande deformidade do pênis2, a ponto de comprometer a possibilidade de ter e manter ereções, ela pode ser tratada farmacologicamente. Porém, se a doença progrediu para uma fase crônica e a severidade da curvatura peniana se tornou grave, medicações orais não mais farão efeito e a intervenção cirúrgica pode ser necessária para evitar futuras complicações.

Como evolui a fibrose1 peniana?

A fibrose1 peniana não é uma condição que ameaça a vida, mas ela afeta de modo significativo a qualidade de vida. Contudo, com o tratamento adequado, todas as pessoas com fibrose1 peniana podem viver uma vida normal.

Quais são as complicações possíveis com a fibrose1 peniana?

Se não for tratada por um período prolongado, a fibrose1 peniana pode levar a dificuldade em ter relações sexuais, disfunção erétil, ansiedade ou estresse sobre as habilidades sexuais e aparência do pênis2, problemas de relacionamento devido ao estresse, etc.

Veja também sobre "Prótese37 peniana", "Micropênis" e "Priapismo12".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente do site do NIH - National Institutes of Health.

ABCMED, 2022. Fibrose peniana. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-do-homem/1427700/fibrose-peniana.htm>. Acesso em: 5 out. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Fibrose: 1. Aumento das fibras de um tecido. 2. Formação ou desenvolvimento de tecido conjuntivo em determinado órgão ou tecido como parte de um processo de cicatrização ou de degenerescência fibroide.
2 Pênis: Órgão reprodutor externo masculino. É composto por uma massa de tecido erétil encerrada em três compartimentos cilíndricos fibrosos. Dois destes compartimentos, os corpos cavernosos, ficam lado a lado ao longo da parte superior do órgão. O terceiro compartimento (na parte inferior), o corpo esponjoso, abriga a uretra.
3 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
4 Disfuncional: 1. Funcionamento anormal ou prejudicado. 2. Em patologia, distúrbio da função de um órgão.
5 Palpação: Ato ou efeito de palpar. Toque, sensação ou percepção pelo tato. Em medicina, é o exame feito com os dedos ou com a mão inteira para explorar clinicamente os órgãos e determinar certas características, como temperatura, resistência, tamanho etc.
6 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
7 Ereto: 1. Que se mantém erguido, levantado; erecto. 2. Que se encontra em equilíbrio ou aprumado. 3. Que endureceu, que se tornou túrgido.
8 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
9 Vasculares: Relativo aos vasos sanguíneos do organismo.
10 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
11 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
12 Priapismo: Condição, associada ou não a um estímulo sexual, na qual o pênis ereto não retorna ao seu estado flácido habitual. Essa ereção é involuntária, duradora (cerca de 4 horas), geralmente dolorosa e potencialmente danosa, podendo levar à impotência sexual irreversível, constituindo-se numa emergência médica.
13 Masturbação: 1. Estimulação manual dos órgãos genitais que geralmente leva ao orgasmo. 2. No sentido figurado, inutilidade de tratar os mesmos temas (considerados infecundos), numa discussão ou pesquisa intelectual ou artística, de modo repetitivo, complacente e inconcludente.
14 Fratura: Solução de continuidade de um osso. Em geral é produzida por um traumatismo, mesmo que possa ser produzida na ausência do mesmo (fratura patológica). Produz como sintomas dor, mobilidade anormal e ruídos (crepitação) na região afetada.
15 Impotência: Incapacidade para ter ou manter a ereção para atividades sexuais. Também chamada de disfunção erétil.
16 Ejaculação: 1. Ato de ejacular. Expulsão vigorosa; forte derramamento (de líquido); jato. 2. Em fisiologia, emissão de esperma pela uretra no momento do orgasmo. 3. Por extensão de sentido, qualquer emissão. 4. No sentido figurado, fartura de palavras; arrazoado.
17 Placa: 1. Lesão achatada, semelhante à pápula, mas com diâmetro superior a um centímetro. 2. Folha de material resistente (metal, vidro, plástico etc.), mais ou menos espessa. 3. Objeto com formato de tabuleta, geralmente de bronze, mármore ou granito, com inscrição comemorativa ou indicativa. 4. Chapa que serve de suporte a um aparelho de iluminação que se fixa em uma superfície vertical ou sobre uma peça de mobiliário, etc. 5. Placa de metal que, colocada na dianteira e na traseira de um veículo automotor, registra o número de licenciamento do veículo. 6. Chapa que, emitida pela administração pública, representa sinal oficial de concessão de certas licenças e autorizações. 7. Lâmina metálica, polida, usualmente como forma em processos de gravura. 8. Área ou zona que difere do resto de uma superfície, ordinariamente pela cor. 9. Mancha mais ou menos espessa na pele, como resultado de doença, escoriação, etc. 10. Em anatomia geral, estrutura ou órgão chato e em forma de placa, como uma escama ou lamela. 11. Em informática, suporte plano, retangular, de fibra de vidro, em que se gravam chips e outros componentes eletrônicos do computador. 12. Em odontologia, camada aderente de bactérias que se forma nos dentes.
18 Artérias: Os vasos que transportam sangue para fora do coração.
19 Vascular: Relativo aos vasos sanguíneos do organismo.
20 Hipertensão: Condição presente quando o sangue flui através dos vasos com força maior que a normal. Também chamada de pressão alta. Hipertensão pode causar esforço cardíaco, dano aos vasos sangüíneos e aumento do risco de um ataque cardíaco, derrame ou acidente vascular cerebral, além de problemas renais e morte.
21 Etiologia: 1. Ramo do conhecimento cujo objeto é a pesquisa e a determinação das causas e origens de um determinado fenômeno. 2. Estudo das causas das doenças.
22 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
23 Injeção: Infiltração de medicação ou nutrientes líquidos no corpo através de uma agulha e seringa.
24 Fibroses: 1. Aumento das fibras de um tecido. 2. Formação ou desenvolvimento de tecido conjuntivo em determinado órgão ou tecido como parte de um processo de cicatrização ou de degenerescência fibroide.
25 Próstata: Glândula que (nos machos) circunda o colo da BEXIGA e da URETRA. Secreta uma substância que liquefaz o sêmem coagulado. Está situada na cavidade pélvica (atrás da parte inferior da SÍNFISE PÚBICA, acima da camada profunda do ligamento triangular) e está assentada sobre o RETO.
26 Ereção: 1. Ato ou efeito de erigir ou erguer. 2. Inauguração, criação. 3. Levantamento ou endurecimento do pênis.
27 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
28 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
29 Elasticidade: 1. Propriedade de um corpo sofrer deformação, quando submetido à tração, e retornar parcial ou totalmente à forma original. 2. Flexibilidade, agilidade física. 3. Ausência de senso moral.
30 Mama: Em humanos, uma das regiões pareadas na porção anterior do TÓRAX. As mamas consistem das GLÂNDULAS MAMÁRIAS, PELE, MÚSCULOS, TECIDO ADIPOSO e os TECIDOS CONJUNTIVOS.
31 Seio: Em humanos, uma das regiões pareadas na porção anterior do TÓRAX. As mamas consistem das GLÂNDULAS MAMÁRIAS, PELE, MÚSCULOS, TECIDO ADIPOSO e os TECIDOS CONJUNTIVOS.
32 Urologista: Médico especializado em tratar pessoas com problemas no trato urinário e homens com problemas nos órgãos genitais, como impotência.
33 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
34 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
35 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
36 Ultrassonografia: Ultrassonografia ou ecografia é um exame complementar que usa o eco produzido pelo som para observar em tempo real as reflexões produzidas pelas estruturas internas do organismo (órgãos internos). Os aparelhos de ultrassonografia utilizam uma frequência variada, indo de 2 até 14 MHz, emitindo através de uma fonte de cristal que fica em contato com a pele e recebendo os ecos gerados, os quais são interpretados através de computação gráfica.
37 Prótese: Elemento artificial implantado para substituir a função de um órgão alterado. Existem próteses de quadril, de rótula, próteses dentárias, etc.
Gostou do artigo? Compartilhe!

Pergunte diretamente a um especialista

Sua pergunta será enviada aos especialistas do CatalogoMed, veja as dúvidas já respondidas.