Hidatidose - sintomas, diagnóstico, prevenção, tratamento e evolução
O que é a hidatidose1?
A hidatidose1, também conhecida como doença hidática ou equinococose, é uma condição potencialmente grave, às vezes fatal, causada por cistos que contêm os estágios larvais de uma tênia, chamada “tênia do cão”. As duas modalidades mais importantes da doença em humanos são a forma cística (hidatidose1) e a equinococose alveolar (pulmonar).
A doença hidática ocorre em todo o mundo e é especialmente comum em áreas de pastagem ou onde há a presença de muitos animais caninos. Além de humanos, pode afetar outros animais, como porcos, vacas e cavalos.
Quais são as causas da hidatidose1?
A hidatidose1 humana é causada pelas larvas imaturas do Echinococcus granulosus, que formam cistos hidáticos em várias partes do corpo.
Como se dá a transmissão da hidatidose1?
As tênias adultas do Echinococcus granulosus parasitam o intestino de animais caninos (cães, lobos2, raposas, etc.), que se infectam comendo órgãos de um animal que contém os cistos, como ovelhas ou roedores, por exemplo. Os ovos do Echinococcus são eliminados nas fezes dos animais que estejam contaminados. As pessoas ficam infectadas ao ingerir esses ovos. Isso pode ocorrer por meio da transferência mão3-boca4 após o manuseio de cães ou objetos contaminados com os ovos ou do consumo de alimentos ou água contaminados.
Após a ingestão dos ovos do Echinococcus pelos humanos, eles eclodem no trato digestivo e as larvas migram, via corrente sanguínea, para diversos órgãos onde se desenvolvem e produzem os cistos. A forma larval da tênia pode se alojar em vários locais do corpo, onde formam um saco cheio de líquido conhecido como cisto hidático. Os cistos, que com o passar do tempo podem chegar a ter de 5 a 10 centímetros, ou mais, contêm formas imaturas da tênia. Enquanto alguns cistos podem “morrer”, outros podem permanecer vivos por muitos anos. Os cistos também podem dar origem a "cistos filhos" que, se liberados, podem se espalhar para outras áreas do corpo.
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Quais são as características clínicas da hidatidose1?
A hidatidose1 costuma começar sem sintomas5 e assim pode perdurar por anos. O espaço de tempo entre a contaminação e o aparecimento dos sintomas5 habitualmente é de alguns anos. Os sinais6 e sintomas5 que se apresentam dependem da localização e tamanho dos cistos.
A hidatidose1 geralmente começa no fígado7 e pode se espalhar para outras partes do corpo, como pulmões8 ou cérebro9. Quando o fígado7 é afetado, o paciente pode sentir dor abdominal, perda de peso e ficar com a pele10 amarelada, devido à icterícia11. A forma pulmonar da doença pode causar dor no peito12, falta de ar e tosse.
Na maioria dos casos de infecção13 humana, o desenvolvimento do cisto hidático é assintomático e poucas são as pessoas que desenvolvem alterações graves. As manifestações clínicas mais comuns são:
- Localização abdominal: dor, fístulas14, massas palpáveis, icterícia11, hepato e/ou esplenomegalia15.
- Localização pulmonar: tosse, dor torácica, hemoptise16 (tosse com sangue17) ou dispneia18 (dificuldade respiratória).
- Localização óssea: destruição de trabéculas19, necrose20 e fratura21 espontânea.
Como o médico diagnostica a hidatidose1?
Muitas vezes a detecção de um cisto hidático é um achado ocasional em um exame médico de rotina ou em um exame investigativo para outra patologia22. Quando há a suspeita, o diagnóstico23 pode ser feito por meio de ultrassonografia24, que detecta os cistos, embora a tomografia computadorizada25 ou a ressonância magnética26 também possam ser usadas, em combinação com o histórico do caso. O exame de sangue17 em busca de anticorpos27 contra o parasita28 pode ser útil, assim como a biópsia29.
Como o médico trata a hidatidose1?
O tratamento da hidatidose1 costuma ser difícil. Às vezes, esse tipo de doença é apenas observado e monitorado. Os cistos na pele10 podem ser drenados, ao que deve se seguir a medicação (albendazol), que pode ser necessária por anos. Algumas formas podem requerer intervenção cirúrgica, seguida de medicamentos, mas podem resultar em morte.
Como prevenir a hidatidose1?
A prevenção da hidatidose1 consiste no tratamento de cães que podem transmitir a doença e na vacinação de ovelhas.
Quais são as complicações possíveis da hidatidose1?
Em casos que ocorra a ruptura do cisto, podem ocorrer complicações graves como choque anafilático30 e edemas31 pulmonares.
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Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da WHO – World Health Organization e do CDC – Centers for Disease Control and Prevention.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.