Exame micológico - como o exame deve ser feito e para quê?
O que é um exame micológico?
O exame micológico direto é o exame que realiza a pesquisa da presença e faz a identificação de fungos por meio da análise de minúsculos fragmentos1 retirados da pele2, dos cabelos, do couro cabeludo, das unhas3 ou das secreções. Normalmente, inclui um exame microscópico4 de uma amostra em lâmina, às vezes usando coloração para auxiliar a detecção de elementos fúngicos5.
Em infecções6 superficiais, isso pode ser suficiente para determinar se a infecção7 é devida a um fungo8 e nenhum exame adicional se faz necessário. Contudo, em casos de infecções6 de órgãos profundos ou infecções6 sistêmicas, quando um diagnóstico9 mais aprofundado necessita ser feito, este exame em lâmina pode ser seguido por cultura, teste de sensibilidade, teste molecular, testes para antígenos10 e anticorpos11 fúngicos5 e testes que detectem o material genético fúngico12.
Por que fazer um exame micológico?
O exame micológico deve ser feito em toda lesão13 na pele2, unhas3, pelos, couro cabeludo ou órgãos internos em que o profissional de saúde14 suspeite da presença de fungos. Ele é usado não só para ajudar a detectar e determinar a natureza de uma infecção7 fúngica15, como também para orientar e/ou monitorar a eficácia do tratamento.
Alguns fungos habitam naturalmente o corpo da maior parte da população, mas quando ocorre crescimento exagerado desses fungos ou infecção7 por espécies diferentes, podem surgir as doenças conhecidas como micoses.
Para muitas infecções6 superficiais da pele2, um exame clínico da parte afetada e o exame microscópico4 de uma amostra de material retirado da lesão13 pode ser suficiente para determinar a presença de uma infecção7 fúngica15 e isso ser bastante para o tratamento, embora o agente infectante específico nem sempre seja identificado.
Para infecções6 persistentes, profundas ou sistêmicas, vários testes adicionais podem ser usados para diagnóstico9 e monitoramento da situação. Exames fúngicos5 também podem ser solicitados após o tratamento ou periodicamente durante ele, para monitorar a recorrência16 da infecção7 e/ou avaliar sua eficácia.
Veja também sobre "Dermatite seborreica17", "Tinea capitis18 ou cabelos com falhas" e "Geotricose".
Quais são os principais sintomas19 das micoses que indicam a necessidade de um exame micológico?
Muitos sinais20 e sintomas19 de infecções6 fúngicas21 são semelhantes aos causados por bactérias e/ou vírus22, e uma melhor caracterização deles deve ser feita por meio dos testes fúngicos5, dado que o tratamento dessas condições difere grandemente.
Os sintomas19 da micose23 podem aparecer em diversas partes do corpo, podendo acometer pele2, dedos, couro cabeludo, região genital e unhas3, por exemplo, além de órgãos internos. Ressalvadas algumas particularidades individuais, os principais sintomas19 das micoses são:
- coceira;
- lesões24 de pele2 vermelhas e descamativas;
- corrimento e coceira genitais;
- e alteração da coloração e forma das unhas3.
Esses sintomas19 são lentamente progressivos e são mais comuns no verão, já que o calor é um dos fatores que favorece a proliferação fúngica15. Quando envolvem a pele2, as unhas3 ou as membranas mucosas25, alguns sintomas19 mais específicos podem ser escurecimento ou clareamento de regiões da pele2 e manchas brancas na boca26 (sapinho).
As principais micoses da pele2 são:
- A pitiríase versicolor, popularmente chamada de “pano branco”. É mais comum em pessoas de pele2 oleosa e durante a puberdade, que é uma fase em que os hormônios produzem mais “sebo” na derme27.
- As tineas, que são micoses que se desenvolvem em áreas de pele2 úmida.
- A candidíase28, que é uma micose23 oportunista, ou seja, favorecida por situações de baixa imunidade29.
- Doenças fúngicas21 específicas, causadas pelo uso prolongado de medicamentos e pelo próprio excesso de calor e umidade.
As infecções6 fúngicas21 pulmonares podem produzir sintomas19 semelhantes aos da gripe30, como tosse, febre31, dores musculares, dores de cabeça32 e erupções cutâneas33. As infecções6 sanguíneas (septicemia34) podem causar calafrios35, febre31, náusea36 e taquicardia37. Infecções6 do sistema nervoso central38 (meningite39) podem se manifestar por dor de cabeça32 grave e persistente, rigidez do pescoço40 e sensibilidade à luz.
Leia sobre "Micose23 de unha", "Frieira ou Pé de atleta" e "Candidíase28".
Como proceder para fazer um exame micológico?
A amostra a ser coletada depende do local suspeito de infecção7 fúngica15. Para infecções6 superficiais, a amostra pode incluir raspados de pele2, unhas3 ou cabelos cortados, ou raspados das lesões24. As secreções vaginais podem ser coletadas com um cotonete ou avaliadas por meio de uma amostra de urina41. Para tecidos, órgãos internos ou infecções6 sistêmicas, a amostra pode envolver a coleta de urina41, sangue42 venoso, escarro dos pulmões43, punção de medula óssea44 e/ou a coleta de tecido45 para biópsia46. Se houver suspeita de meningite39, uma amostra de líquido cefalorraquidiano47 pode também ser coletada por punção lombar e examinada.
Para os procedimentos da pele2, a pessoa que se submeterá ao exame deve evitar usar pomadas, cremes, óleos e protetor solar na região afetada por 24 horas. A região afetada deve ser higienizada apenas com água e sabão.
Para os exames de unhas das mãos48, a pessoa deve retirar o esmalte49 três dias antes de realizar o exame e, no caso de limpeza em manicure, aguardar 15 dias para coleta posterior. Para os procedimentos de unhas3 dos pés, também deve-se retirar o esmalte49 três dias antes do exame e, no caso de limpeza em pedicure, aguardar os mesmos 15 dias.
Para os exames no couro cabeludo, não se deve lavar a cabeça32 no dia da coleta. Em quaisquer desses casos, se o paciente estiver em uso de antifúngicos de uso tópico50 ou oral, deve aguardar no mínimo 15 dias após a interrupção ou término do medicamento.
Saiba mais sobre "Micoses", "Como evitar as micoses", "Pitiríase versicolor" e "Infecções6 oportunistas".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da FUNED - Fundação Ezequiel Dias e da Biblioteca Virtual em Saúde.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.