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Dificuldade de perder peso - quais são os motivos?

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O que é dificuldade de perder peso?

Muitas pessoas perdem peso involuntariamente, seja em decorrência de doenças (diabetes1, hipertireoidismo2, câncer3, etc.), de eventos penosos da vida (perda de um ente querido, grande decepção ou desgosto, envelhecimento, etc.) ou causas que permanecem desconhecidas. Outras pessoas, apesar de um grande esforço para emagrecer, não o conseguem de maneira satisfatória.

Muitas dietas feitas com o propósito de emagrecer submetem as pessoas a grandes restrições alimentares de qualidade e quantidade de alimentos, que elas cumprem com grandes sacrifícios e renúncias, nem sempre sendo compensadas em seus esforços por um resultado desejado.

Geralmente, em associação às dietas, são recomendados exercícios físicos. Embora um programa básico de emagrecimento seja ancorado nessas duas bases, ele deve necessariamente incluir outros fatores para que se obtenha um resultado favorável.

Saiba mais sobre "Obesidade4", "Perigo das dietas para emagrecer" e "Cálculo5 do IMC6".

Quais são as causas da dificuldade de perder peso?

Em primeiro lugar, é necessário considerar que a pessoa pode estar perdendo gordura7 sem que a balança indique isso. O peso corporal tende a flutuar em função de vários fatores, como os alimentos que a pessoa está ingerindo, os hormônios que retêm água no organismo (especialmente nas mulheres), a substituição de gordura7 por massa muscular, especialmente se a pessoa começou a fazer exercícios há pouco tempo, etc.

Em função dessas variáveis, o peso pode não diminuir no início de um programa para emagrecer ou até mesmo pode aumentar. Por isso, a balança não deve ser a única ferramenta para avaliar o progresso de uma pessoa. Periodicamente, devem ser medidas a circunferência da cintura, dos braços, quadris e coxas8 e o percentual de gordura7 corporal. O ajustamento das roupas, o olhar-se no espelho e o julgamento das outras pessoas podem ser reveladores mais fidedignos.

Que tal a comparação de fotografias em diferentes momentos, no estilo “antes” e “depois”? As das propagandas geralmente são trabalhadas para causar falsas impressões, mas as obtidas em causa própria podem ser mais verdadeiras.

Eis algumas observações, que vão muito além das dietas e exercícios, e que podem ser muito importantes – até essenciais – para quem deseja perder peso:

  1. A perda de peso é um processo lento e muitas pessoas perdem a paciência antes de atingir seu objetivo. Além disso, algumas pessoas estabelecem para si metas inatingíveis. Tudo isso faz com que desistam precocemente e de maneira frustrada de seus objetivos. A verdade é que nem todo mundo será capaz de se parecer com um modelo de fitness ou um fisiculturista. As fotos que as pessoas veem em revistas e outros lugares, focalizando um “antes” e um “depois”, geralmente são manipuladas e aprimoradas.
  2. Ninguém deve “fazer dieta” por um tempo muito longo; sobretudo uma dieta muito restritiva que proíba radicalmente certos alimentos. Afinal, todo tipo de alimento é necessário ao organismo. Se a pessoa atingiu seu platô de emagrecimento, ela precisa de uma pausa. Pode aumentar um pouco sua ingestão de calorias9/dia e, em compensação, dormir mais e fazer mais exercícios. Se a pessoa passa boa parte do tempo “fazendo dieta”, precisa saber que os resultados de uma dieta quase nunca se sustentam a longo prazo. Em vez de abordar a perda de peso a partir de uma mentalidade de dieta, deve adotar novos hábitos de promoção da saúde10, como comer uma dieta balanceada, exercitar-se o máximo, deixar de ser sedentária e fazer regularmente as coisas que a deixam feliz. A pessoa deve mudar de maneira permanente seu hábito alimentar e seu estilo de vida de uma foram sustentável. Uma dieta pode ajudar a perder peso, mas são as mudanças de hábito que ajudam a mantê-lo dentro do ideal. Retornar a hábitos e estilos anteriores significa voltar a ganhar peso.
  3. É importante mudar também o modo de se alimentar. A pessoa deve acompanhar calma e conscientemente a ingestão de alimentos. Comer de modo automático ou por impulso faz com que a pessoa não tenha ideia do quanto está realmente comendo. A pessoa deve comer sem pressa, sem distração, saboreando e aproveitando cada mordida, mastigando bem e estando atenta aos sinais11 naturais que dizem ao seu cérebro12 quando seu corpo já obteve o suficiente. Uma alimentação tranquila pode ser uma das ferramentas de perda de peso mais poderosas.
  4. Estudos consistentes mostram que as pessoas tendem a subestimar sua ingestão de calorias9. A pessoa não deve confiar nas suas avaliações empíricas, mas deve pesar seus alimentos e acompanhar as doses recomendadas. Não é necessário fazer isso todo dia pelo resto da vida, mas utilizar essa técnica de vez em quando para ter uma ideia do quanto está comendo.
  5. A pessoa que deseja perder peso deve adotar uma dieta com poucos carboidratos. Esse tipo de dieta demonstrou causar maior perda de peso do que a dieta com “baixo teor de gordura”. A pessoa deve procurar encontrar um plano de refeições sustentável, que possa manter a longo prazo. Além da perda de peso, a dieta com baixo teor de carboidratos pode levar a melhorias em muitos marcadores metabólicos, como triglicerídeos, colesterol13 HDL14 (colesterol13 bom) e açúcar15 no sangue16.
  6. Os alimentos integrais podem melhorar o bem-estar de uma pessoa e ajudar a regular seu apetite. Esses alimentos tendem a saciar muito mais do que suas contrapartes altamente processadas. As proteínas17 também são nutrientes importantes para quem deseja perder peso. Elas ajudam a aumentar o metabolismo18 e fazem com que a pessoa automaticamente coma19 menos calorias9 por dia. As proteínas17 também podem reduzir drasticamente a fome e os desejos de lambiscar. De modo especial, o café da manhã deve ser carregado de proteínas17 porque assim a pessoa tem menos fome e têm menos desejos ao longo do dia.
  7. A pessoa deve evitar as bebidas açucaradas, porque o cérebro12 não compensa as calorias9 existentes nelas fazendo com que a pessoa coma19 menos outros alimentos. Isso não é verdade apenas para bebidas explicitamente ditas açucaradas, mas também se aplica a bebidas “mais saudáveis”. Mesmo os sucos de frutas são problemáticos e não devem ser consumidos em grandes quantidades. Eles contêm muito açúcar15 e pouca fibra.
  8. A pessoa deve evitar cerveja, vinho e bebidas alcoólicas açucaradas, que são muito ricas em calorias9. O ideal é ficar sem beber, mas, se não for possível, pode ser melhor ficar com bebidas destiladas, misturadas com uma bebida sem calorias9.
  9. A pessoa deve evitar a compulsão alimentar, ou seja, a tendência a comer-por-comer, mesmo sem fome. A compulsão envolve comer rapidamente grandes quantidades de alimentos, geralmente muito mais do que o corpo precisa. E isso pode ocorrer mesmo com quem come alimentos relativamente saudáveis. Se a pessoa tiver um vício (uma dependência) em comer, simplesmente comer menos ou mudar sua dieta pode parecer impossível. Ela deve consultar um psicólogo para ajudá-la a controlar esse vício.
  10. Os exercícios aeróbicos melhoram o condicionamento e são uma das maneiras mais eficazes de melhorar a saúde10, a forma física de uma pessoa e a queima de gordura7 da barriga. Isso inclui atividades como corrida, ciclismo, natação, etc.
  11. Estudos mostram que um bom sono noturno é um dos fatores mais importantes para a perda de peso. Em contrário, um sono ruim é um dos maiores fatores de risco para a obesidade4.
  12. É um mito que todos devem comer várias pequenas refeições ao longo do dia para aumentar o metabolismo18 e perder peso. A frequência das refeições tem pouco ou nenhum efeito na queima de gordura7 ou perda de peso. Além disso, preparar e comer alimentos o dia todo torna a nutrição20 saudável muito mais complicada.
  13. Beber bastante água pode beneficiar a perda de peso. A água potável também demonstrou aumentar o número de calorias9 queimadas.
  14. Algumas condições médicas como hipotireoidismo21, síndrome22 dos ovários23 policísticos e apneia24 do sono podem levar ao ganho de peso e tornar muito mais difícil perder peso. Certos medicamentos também podem dificultar a perda de peso – ou até promoverem algum ganho de peso.
Leia mais sobre "Sedentarismo25", "Caminhada", "Dieta do jejum" e "Dietas para emagrecer".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente do site da American Obesity Foundation.

ABCMED, 2022. Dificuldade de perder peso - quais são os motivos?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/obesidade/1420565/dificuldade-de-perder-peso-quais-sao-os-motivos.htm>. Acesso em: 11 out. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
2 Hipertireoidismo: Doença caracterizada por um aumento anormal da atividade dos hormônios tireoidianos. Pode ser produzido pela administração externa de hormônios tireoidianos (hipertireoidismo iatrogênico) ou pelo aumento de uma produção destes nas glândulas tireóideas. Seus sintomas, entre outros, são taquicardia, tremores finos, perda de peso, hiperatividade, exoftalmia.
3 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
4 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
5 Cálculo: Formação sólida, produto da precipitação de diferentes substâncias dissolvidas nos líquidos corporais, podendo variar em sua composição segundo diferentes condições biológicas. Podem ser produzidos no sistema biliar (cálculos biliares) e nos rins (cálculos renais) e serem formados de colesterol, ácido úrico, oxalato de cálcio, pigmentos biliares, etc.
6 IMC: Medida usada para avaliar se uma pessoa está abaixo do peso, com peso normal, com sobrepeso ou obesa. É a medida mais usada na prática para saber se você é considerado obeso ou não. Também conhecido como IMC. É calculado dividindo-se o peso corporal em quilogramas pelo quadrado da altura em metros. Existe uma tabela da Organização Mundial de Saúde que classifica as medidas de acordo com o resultado encontrado.
7 Gordura: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Os alimentos que fornecem gordura são: manteiga, margarina, óleos, nozes, carnes vermelhas, peixes, frango e alguns derivados do leite. O excesso de calorias é estocado no organismo na forma de gordura, fornecendo uma reserva de energia ao organismo.
8 Coxas: É a região situada abaixo da virilha e acima do joelho, onde está localizado o maior osso do corpo humano, o fêmur.
9 Calorias: Dizemos que um alimento tem “x“ calorias, para nos referirmos à quantidade de energia que ele pode fornecer ao organismo, ou seja, à energia que será utilizada para o corpo realizar suas funções de respiração, digestão, prática de atividades físicas, etc.
10 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
11 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
12 Cérebro: Derivado do TELENCÉFALO, o cérebro é composto dos hemisférios direito e esquerdo. Cada hemisfério contém um córtex cerebral exterior e gânglios basais subcorticais. O cérebro inclui todas as partes dentro do crânio exceto MEDULA OBLONGA, PONTE e CEREBELO. As funções cerebrais incluem as atividades sensório-motora, emocional e intelectual.
13 Colesterol: Tipo de gordura produzida pelo fígado e encontrada no sangue, músculos, fígado e outros tecidos. O colesterol é usado pelo corpo para a produção de hormônios esteróides (testosterona, estrógeno, cortisol e progesterona). O excesso de colesterol pode causar depósito de gordura nos vasos sangüíneos. Seus componentes são: HDL-Colesterol: tem efeito protetor para as artérias, é considerado o bom colesterol. LDL-Colesterol: relacionado às doenças cardiovasculares, é o mau colesterol. VLDL-Colesterol: representa os triglicérides (um quinto destes).
14 HDL: Abreviatura utilizada para denominar um tipo de proteína encarregada de transportar o colesterol sanguíneo, que se relaciona com menor risco cardiovascular. Também é conhecido como “Bom Colesterolâ€. Seus valores normais são de 35-50mg/dl.
15 Açúcar: 1. Classe de carboidratos com sabor adocicado, incluindo glicose, frutose e sacarose. 2. Termo usado para se referir à glicemia sangüínea.
16 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
17 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
18 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
19 Coma: 1. Alteração do estado normal de consciência caracterizado pela falta de abertura ocular e diminuição ou ausência de resposta a estímulos externos. Pode ser reversível ou evoluir para a morte. 2. Presente do subjuntivo ou imperativo do verbo “comer.“
20 Nutrição: Incorporação de vitaminas, minerais, proteínas, lipídios, carboidratos, oligoelementos, etc. indispensáveis para o desenvolvimento e manutenção de um indivíduo normal.
21 Hipotireoidismo: Distúrbio caracterizado por uma diminuição da atividade ou concentração dos hormônios tireoidianos. Manifesta-se por engrossamento da voz, aumento de peso, diminuição da atividade, depressão.
22 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
23 Ovários: São órgãos pares com aproximadamente 3cm de comprimento, 2cm de largura e 1,5cm de espessura cada um. Eles estão presos ao útero e à cavidade pelvina por meio de ligamentos. Na puberdade, os ovários começam a secretar os hormônios sexuais, estrógeno e progesterona. As células dos folículos maduros secretam estrógeno, enquanto o corpo lúteo produz grandes quantidades de progesterona e pouco estrógeno.
24 Apnéia: É uma parada respiratória provocada pelo colabamento total das paredes da faringe que ocorre principalmente enquanto a pessoa está dormindo e roncando. No adulto, considera-se apnéia após 10 segundos de parada respiratória. Como a criança tem uma reserva menor, às vezes, depois de dois ou três segundos, o sangue já se empobrece de oxigênio.
25 Sedentarismo: Qualidade de quem ou do que é sedentário, ou de quem tem vida e/ou hábitos sedentários. Sedentário é aquele que se exercita pouco, que não se movimenta muito.
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