Entendendo os ovários policísticos
O que são ovários1 policísticos?
Os ovários1 são dois, localizados um de cada lado do útero2, que respondem pelo desenvolvimento e amadurecimento dos óvulos e pela produção dos hormônios sexuais femininos. Os cistos existem normalmente e são pequenas bolsas dentro das quais os óvulos amadurecem e dos quais se liberam (ovulação3), após o que são preenchidos por uma massa orgânica amarelada (corpo lúteo) que produz estrógeno4. Os cistos anômalos ocorrem em 20% a 30% das mulheres e contêm material líquido em seu interior que podem produzir hormônios androgênicos5 ou serem inativos. Como esses cistos são múltiplos e pequenos (usualmente em número superior a 10, medindo de 6 a 10 mm de diâmetro), fala-se em ovários1 policísticos. Em virtude de produzirem uma quantidade maior de hormônios masculinos, a mulher que os tem pode ter sua ovulação3 e sua fertilidade afetadas. Ao mesmo tempo, a testosterona aumenta a possibilidade da ocorrência dos cistos e por isso os ovários1 policísticos são considerados uma enfermidade reprodutiva endócrina e é, de fato, a endocrinopatia6 mais comum entre as mulheres.
Quando o cisto é único e de tamanho maior, fala-se em cisto de ovário7. Normalmente os cistos menores não têm importância fisiológica8 e são assintomáticos, embora possam estar associados a alguns sintomas9.
Quais são as causas dos ovários1 policísticos?
Não se trata de uma doença, mas de uma síndrome10. A causa da síndrome10 dos ovários1 policísticos (SOP) ainda não foi cabalmente estabelecida, mas acredita-se que seja determinada por um transtorno da dinâmica hormonal, comandado pelo hipotálamo11 e que envolve uma incapacidade dos ovários1 de produzir hormônios nas proporções corretas. Na SOP pode haver uma maior resistência à insulina12 e a hiperinsulinemia13 assim causada estimularia a produção excessiva de andrógenos14 pelos ovários1.
Quais são os sinais15 e sintomas9 da síndrome10 dos ovários1 policísticos?
Como em toda síndrome10, o diagnóstico16 da SOP se dá pela manifestação de alguns sinais15 e sintomas9. Os sinais15 e sintomas9 dessa síndrome10 podem variar muito em suas formas. Os principais deles são:
- Irregularidades menstruais.
- Anovulação17 (ausência de ovulação3) e consequente infertilidade18.
- Acne19.
- Amenorréia20 (ausência de menstruação21).
- Hirsutismo22 (aparecimento incomum de pelos).
- Obesidade23.
- Acantose nigricans24.
- Calvície25 androgênica.
- Hipertensão arterial26.
- Maior resistência à insulina12.
- Aumento dos ovários1, que pode ser detectado no toque vaginal. Isso ocorre somente nos casos mais avançados. Os ovários1, que medem normalmente nove centímetros, podem chegar a medir 20 cm.
Como o médico diagnostica a síndrome10 dos ovários1 policísticos?
Uma detalhada história clínica e um exame físico bem feito servem para levantar uma primeira suspeita. Dosagens sanguíneas podem revelar alterações dos níveis hormonais características dos ovários1 policísticos, mas esses níveis variam consideravelmente de uma mulher para outra. A ultrassonografia27 pode evidenciar os cistos nos ovários1.
Como é o tratamento da síndrome10 dos ovários1 policísticos?
O tratamento da síndrome10 dos ovários1 policísticos é feito à base de anticoncepcionais orais, que melhoram sintomas9 como aparecimento de acnes, irregularidades menstruais, cólicas28, etc. Algumas vezes os diuréticos29 são associados às pílulas anticoncepcionais.
A redução de peso é importante para evitar distúrbios na produção de insulina30, ela é auxiliada pela prática de exercícios físicos regulares.
A remoção cirúrgica dos cistos, nos casos em que a medicação não surta efeitos, pode ser necessária.
O uso de hipoglicemiantes orais31 e de estimulantes da menstruação21 pode ser recomendado. Caso a paciente deseje engravidar, ela deve fazer uso de clomifeno para reverter a infertilidade18.
Todo o tratamento deve ser criteriosamente avaliado por um ginecologista ou por um endocrinologista32.
Como prevenir a síndrome10 dos ovários1 policísticos?
Como não se conhece definitivamente as causas dos ovários1 policísticos, não são conhecidas as maneiras de evitá-los, nem se isso é possível.
Como evolui a síndrome10 dos ovários1 policísticos?
Se não tratada, a síndrome10 dos ovários1 policísticos pode chegar à menopausa33, sem sintomas9 ou com poucos sintomas9.
Ela parece facilitar o aparecimento de câncer34 do endométrio35 (revestimento interno do útero2), além de propiciar anovulação17 crônica durante a idade fértil em algumas mulheres (com consequente dificuldade de engravidar) e maior risco de câncer34 de mama36 após a menopausa33.
A paciente com ovários1 policísticos pode engravidar, embora possa ter alguma dificuldade e necessite de ajuda profissional.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.
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