Índice de filtração glomerular
O que é índice de filtração glomerular1?
A taxa de filtração glomerular é o volume de líquido que é filtrado para dentro da cápsula de Bowman2 (extremidade dilatada em forma de taça que envolve o glomérulo renal3), por unidade de tempo.
Qual é o substrato fisiológico4 do índice de filtração glomerular1?
A filtração do sangue5 através da barreira glomerular, conhecida como "Filtração Glomerular", é o primeiro passo no processo de formação de urina6. O sangue5 que entra nos capilares7 glomerulares é filtrado para a Cápsula de Bowman2, de onde entra no restante do néfron8. A barreira glomerular é altamente permeável, mas também altamente seletiva e apenas permite que água e pequenas moléculas a atravesem. Na verdade, os capilares7 glomerulares exibem uma permeabilidade9 muito além da maioria dos demais leitos capilares7. A razão física dessa incrível permeabilidade9 é a natureza fenestrada do endotélio10 glomerular, o que facilita o transporte molecular através dos capilares7 glomerulares.
Uma boa filtração glomerular é de fundamental importância para a produção de urina6 e para as funções homeostáticas dos rins11. A taxa de filtração glomerular é determinada pelo balanço de pressões de cada lado da barreira de filtração no glomérulo12 e pela natureza física e extensão da própria barreira. Essas forças incluem as diferenças entre as pressões arteriolares aferentes e eferentes glomerulares e as diferenças nas pressões osmóticas entre o ultrafiltrado e o plasma13, no espaço da cápsula de Bowman2.
Uma diminuição na área disponível para filtração pode ocorrer em muitas doenças renais nas quais há danos glomerulares. Também pode resultar da contração de células14 mesangiais mediadas por agentes como angiotensina II, vasopressina, noradrenalina15, tromboxano A2, prostaglandina16 F2, dopamina17, peptídeos. A prostaglandina16 E2 têm efeito oposto a estes.
Leia sobre "Avaliação da função renal18", "Insuficiência renal19 aguda" e "Insuficiência renal19 crônica".
Quais são os valores normais do índice de filtração glomerular1?
O índice de filtração glomerular1 estimado (IFGe) é calculado por meio de várias fórmulas, a partir dos resultados do exame de creatinina20 no sangue5 do paciente, da sua idade, tamanho corporal e sexo.
Em adultos, os índices normais da filtração glomerular varriam de 90 a 120 ml/min/1,73 m² (mililitros por minuto por 1,73 metros quadrados). Valores entre 60 e 89 podem ser considerados normais para algumas pessoas, principalmente para aquelas que têm mais de 60 anos. Esses valores tendem a se tornar declinantes com a evolução da idade, mesmo em pessoas sem doenças renais.
Quais são as características clínicas de um baixo índice de filtração glomerular1?
A filtração glomerular revela o estado funcional dos rins11. Os rins11 sadios desempenham várias tarefas importantes, uma delas é remover do sangue5 para a urina6 os resíduos metabólicos não úteis ao organismo e líquidos em excesso. Quando não estão funcionando bem, os rins11 podem deixar passar para a urina6 resíduos que deveriam ser retidos, como as proteínas21, por exemplo, ou deixar de filtrar outros resíduos que deveriam ser eliminados, como a ureia22, por exemplo.
O IFGe mostra quão bem os rins11 estão desempenhando o papel de filtração. Um IFGe baixo indica doença renal18, mesmo que a maioria dos pacientes com doença renal18 não apresente sintomas23. À medida que a insuficiência renal19 avança, a taxa de IFGe cai. Uma pessoa com IFGe abaixo de 30 geralmente apresentará sintomas23 como náuseas24, vômitos25, perda de peso, falta de apetite, prurido26, ganho de peso por acúmulo de líquido, falta de ar, lassidão e fadiga27. A diálise peritoneal28 não deve ser iniciada em virtude do número do IFGe, mas com base nos sintomas23 dos pacientes.
O que indica o índice de filtração glomerular1?
O índice de filtração glomerular1 indica, pois, o estado de saúde29 dos rins11. Ele é o melhor teste para medir o nível da função renal18 e determinar o estágio da doença renal18, quando existe.
Se o IFGe for baixo, isso indica que os rins11 não estão funcionando bem e impõem a necessidade de se diagnosticar a doença renal18 específica que está ocasionando o problema. Quanto mais precoce for o diagnóstico30, maiores as chances de cura. Nesse caso, outros exames podem ser necessários: procura de sedimentos e elementos anormais na urina6 (hemácias31, glóbulos brancos, proteínas21, etc.); ultrassonografia32; tomografia computadorizada33 ou biópsia34 renal18, entre outros.
Veja também sobre "Câncer35 renal18 e sua evolução", "Rins11 inflamados - glomerulonefrite36", "Pedras nos Rins11 ou nos Ureteres37" e "Infecção38 Urinária".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites da National Kidney Foundation (USA) e do Science Direct.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.