Atorvastatina: prós e contras
Muitas pessoas se preocupam, com justa razão, quando seus níveis de colesterol1 estão acima de valores considerados normais. Efetivamente, níveis elevados de colesterol1 aumentam o risco de doenças coronarianas, entre elas o temido infarto do miocárdio2. A inquietação é maior nas pessoas com tendência familiar para doenças cardíacas.
A atorvastatina é uma excelente medicação para baixar os níveis do colesterol1 sanguíneo, mas apresenta, ao mesmo tempo, efeitos colaterais3 preocupantes. Hoje em dia, estima-se que o colesterol1 total deva estar abaixo de 170 mg/dl4; o HDL5 (colesterol1 do bem) acima de 45 mg/dl4 e o LDL6 (mau colesterol1) menor de 110 mg/dl4.
O que é a atorvastatina?
A atorvastatina é um fármaco7 da classe de drogas conhecidas como estatinas, usadas para baixar os níveis de colesterol1 no sangue8. Ela também estabiliza a placa ateromatosa9, evitando o infarto do miocárdio2 e o acidente vascular cerebral10. Atualmente existem muitas estatinas em uso no mercado e a atorvastatina é uma delas. Foi sintetizada pela primeira vez em 1985, por Bruce Roth.
Saiba mais sobre "Infarto do miocárdio2", "Colesterol1 HDL5", "Colesterol1 LDL6" e "Acidente vascular cerebral10".
Qual é o mecanismo de ação da atorvastatina?
A atorvastatina inibe uma enzima11 hepática12 que produz mevalonato, uma pequena molécula usada na síntese de colesterol1 e seus derivados. Isso reduz a quantidade de colesterol1 produzida, o que, por sua vez, reduz a quantidade total de colesterol1 LDL6. Além disso, o fígado13, para compensar o seu baixo abastecimento e reforçar suas reservas, libera receptores que capturam o LDL6 circulante, diminuindo ainda mais o nível de colesterol1 no sangue8. Ademais, parece que a atorvastatina minimiza também a taxa de triglicérides14.
Para que serve a atorvastatina?
Segundo as informações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a atorvastatina é útil para tratar o aumento de colesterol1 no sangue8, isoladamente ou associado à elevação dos níveis de triglicerídeos e/ou à redução dos níveis do colesterol1 do bem (HDL5), incluindo os casos de transmissão familiar.
Ela também é indicada para evitar que um evento já desenvolvido ocorra novamente, como a síndrome15 coronariana aguda, condição em que o músculo cardíaco16 recebe um menor fluxo sanguíneo. Além disso, a atorvastatina pode ser utilizada para a prevenção de doenças cardiovasculares17 em pessoas sem níveis altos de gorduras no sangue8, mas que tenham múltiplos fatores de risco como diabetes mellitus18, hipertensão arterial19, baixos níveis de HDL5, tabagismo ou histórico familiar de doença cardíaca precoce.
A atorvastatina também é indicada para o tratamento de pacientes com doença cardíaca e coronariana com o objetivo de diminuir o risco de complicações, como infarto do miocárdio2, acidente vascular cerebral10 (AVC), procedimentos de revascularização para desobstrução das artérias20, hospitalização por insuficiência cardíaca congestiva21 e angina22.
Leia sobre "Triglicérides14", "Doenças cardiovasculares17", "Diabetes23" e "Hipertensão24".
Quais são os principais efeitos colaterais3 da atorvastatina?
Um dos efeitos colaterais3 da atorvastatina, desagradável para muitas pessoas, é que ela propicia chances de um aumento de peso em 1 a 10% dos indivíduos. Isso não significa, porém, que todos que usarem o medicamento sofrerão aumento de peso, mas não é possível fazer uma previsão a respeito.
Existem outros possíveis efeitos colaterais3, tais como: risco maior de ter um AVC hemorrágico25 para pessoas que antes já tiveram um AVC hemorrágico25; miopatia26 (dor e/ou fraqueza muscular); rabdomiólise27 (destruição das células musculares28); dor e fraqueza muscular; alterações na sensibilidade; mal-estar; febre29; aumento da glicose30 no sangue8; dor de garganta31; sangramento nasal; náusea32; diarreia33; má digestão34; flatulência; desconforto abdominal; gases no estômago35 (eructação36); dor nas articulações37; dor nas extremidades; dor nos músculos38 e ossos; espasmos39 musculares; inchaço40 na articulação41; cansaço muscular; dor cervical; dor nas costas42; alterações nas funções hepáticas43; aumento da creatina fosfoquinase sanguínea (enzima11 que aumenta na presença de lesão44 muscular); células45 brancas na urina46; visão47 turva; zumbido no ouvido48; hepatite49; colestase50 (parada ou dificuldade de eliminação da bile51); urticária52; necrólise epidérmica tóxica53 (descamação54 grave da camada superior da pele55); eritema multiforme56 (aparecimento de manchas vermelhas, bolhas e ulcerações57 em todo o corpo); erupção58 cutânea59 bolhosa; trombocitopenia60 (diminuição das plaquetas61 do sangue8); reações alérgicas graves e ruptura de tendão62.
Quando não tomar atorvastatina?
A atorvastatina não deve ser utilizada por pessoas que tenham doença hepática12 ativa ou elevações das enzimas do fígado13 (transaminases séricas), nem por mulheres grávidas, em período de amamentação63 ou que estejam em idade fértil e não utilizem métodos contraceptivos seguros.
A atorvastatina deve ser utilizada com cautela por pessoas que tenham riscos maiores de terem alterações no fígado13 e por quem faz uso abusivo de bebidas alcoólicas.
É recomendável a interrupção temporária da atorvastatina quando há risco de surgir um quadro de rabdomiólise27 ou quando há infecção64 aguda grave, hipotensão arterial65, cirurgia de grande porte, distúrbios metabólicos, endócrinos e eletrolíticos graves e convulsões não controladas.
Em conclusão
A atorvastatina é um excelente recurso de combate ao colesterol1 elevado e também aos problemas de saúde66 causados por ele, mas sofre resistência de muitas pessoas em função da sua profusão de efeitos colaterais3. No entanto, os benefícios do medicamento são superiores aos possíveis riscos e pode ser usado terapeuticamente, sob supervisão médica, como qualquer outro remédio.
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As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.